sexta-feira, junho 30, 2006
quarta-feira, junho 28, 2006
Um 13 verdadeiro subiu ao nosso céu?
Por causa de problemas semelhantes aos nossos, só até há cerca de 5 anos, no seu sistema de Educação Superior, em 19 de Julho de 2002, a Espanha criou a ANECA - AGENCIA NACIONAL DE EVALUACIÓN DE LA CALIDAD Y ACREDITACIÓN, (http://www.aneca.es/present/docs/presentacion_aneca_040406.pdf) tendo publicado, a título de instrumento de reflexão, uma série de Libros Blancos sobre estratégias das formações terciárias no âmbito do espaço europeu, como um referencial para as suas instituições universitárias (Universidades e Universidades Politécnicas, estas organizacionalmente próximas das nossas instituições politécnicas).
Pessoalmente, até agora, só LI o Libro Blanco de los Títulos de Grado en Bioquímica y Biotecnología, mas deu-me muito o que pensar.
Insisto em perguntar quantas das formações propostas e aprovadas, pelo nosso MCTES, arquitectaram os currícula com a devida fundamentação - não duvido que a nossa legislação tenha sido escrupulosamente cumprida...Mas, e tudo o mais?
terça-feira, junho 27, 2006
Se até as lagartinhas "precisam de brevet" para voarem
2) - ENGCARD - European Engineer Professional Card ((ficheiro *.pdf - clique na borboleta);
domingo, junho 25, 2006
Um MANTRA, e só para nós?...Mas, que bom!
Fundamentei-me para essa intenção por à época, ter já decorrido um ano e meio, de excessivas, pretensiosas e superlativas explicações, conversações, comunicações escritas e orais, opiniões e publicações de manuais e guiões, tendo como resultado - O NADA, a não ser muitas especulações sobre financiamento (??).
Apesar de, a isso tudo e até hoje, se terem ainda promovido expedições (Praga, Berlim e Bergen) de ministros europeus, e de excursões e outras romarias a paragens distantes, inóspitas e perigosas, de muitos outros ditos especialistas - que insistem em declarar (sempre), mas nunca a assumir, responsabilidades sobre Educação Europeia - aterrorizou-me que aquela minha decisão a par da dieta da lua cheia, tenham assumido laivos indecorosos de eternidade - assim, a minha declaração pessoal hoje é: parto para a ignorância daqueles dois excelentes propósitos!
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A primeira questão que gostaria que me fosse respondida, e pelos próprios, é: quantos dos 18.915 docentes de educação terciária, em 2004/05 (12.175 - Universidades e 6.740 - Politécnicos) nunca se manifestaram, publicamente, sobre o nosso "etrusco" Processo de Bolonha - estes docentes são concerteza raríssimos, constituem uma espécie em extinção, para preservarmos, a qualquer preço - a meu ver, recusaram-se, e muito bem, a falar sobre o óbvio, e ninguém lhes deu margem para trabalharem.
Com muito menos conversa, o processo estava concluído, tinha-se iniciado, e podia situar-se já nas fases iterativas 2 ou 3, de aperfeiçoamento.
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Um segundo ponto, sobre o Processo de Bolonha nacional, mais especificamente sobre os créditos ECTS - que estão na página da Comissão Europeia - Educação, com descrição imutável, desde 1999, e desta forma - "What is ECTS? The European Credit Transfer and Accumulation System is a student-centred system based on the student workload required to achieve the objectives of a programme, objectives preferably specified in terms of the learning outcomes and competences to be acquired".
Entre nós, o citado processo originou uma proliferação de documentos, folhetos, desdobráveis, e de regulamentos gerais e específicos, de que saliento estes: Lei n.º 49/2005, de 30 de Agosto, que alterou a Lei de Bases do Sistema Educativo e Decreto-Lei 74/2006 - Regime jurídico dos graus e diplomas do Ensino Superiore estes despachos:Adequação de ciclos de estudos (Despacho n.º 7287-B/2006 (2.ª série), de 31 de Março); Novos ciclos de estudos (Despacho n.º 7287-C/2006 (2.ª série), de 31 de Março) e Alterações a ciclos de estudos (Despacho n.º 7287-A/2006 (2.ª série), de 31 de Março).
Em nenhum destes documentos se sugere ou refere a necessidade/conveniência de expressão dos resultados de aprendizagem e, mesmo quando se pedem referências a competências, estas são solicitadas de uma forma tão vaga ou genérica que, aposto em conforme a maioria das instituições irá apresentar, se é que não apresentou já, Adequações, Novos cursos e Alterações sem que os resultados de aprendizagem sejam obrigatoriamente explicitados, para os diferentes módulos tópicos ou disciplinas - mas cumpriram a nossa legislação redundante mas incompleta, e isto é que importa!
Caso essa hipotese provável se concretize, dificultará a muitas instituições o cumprimento dos requisitos expressos no artigo 45º do Decreto-Lei 74/2006, o qual viabiliza já no seu ponto 1, alínea c) aos estabelecimentos de ensino superior: Reconhecerem, através da atribuição de créditos, a experiência profissional e a formação pós-secundária, mas é de tal forma vago - só se requer a explicitação do nível dos créditos e a área científica (seja lá, como esta venha a ser entendida) onde foram obtidos - que muitos de nós duvidam da possibilidade da sua aplicação ou eficácia.
Pessoalmente, duvido só da sua eficácia porque já comprovámos, que o impossível é a nossa especialidade!
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Em instituições que se propõem leccionar engenharias, nomeadamente, seria importantíssimo definirem-se bem os resultados de aprendizagem. Veja-se o que diz a FEANI, sobre o European Engineer Professional Card (ENGCARD): "The delivery of a professional identity card might become in the future the fourth card each EU citizens will have after his IDENTITY CARD, HIS DRIVING LICENCE CARD and HIS SOCIAL SECURITY CARD".
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É por causa destas nossas vacilações que seria útil cada um de nós ir ao Tibete, e deixar lá uma pedra com a inscrição Processo de Bolonha, ou dirigirmos preces à Grande Roda da Compaixão. Haverá financiamento?
Os nossos semelhantes precisariam, efectivamente, a respeito de Bolonha, que todos tenhamos Piedade e Clemência.
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* O Processo de Bolonha, lamentável e inexplicavelmente, foi iniciado só a reboque da "ESIB- the National Unions of Students has existed since 1982 and seeks to promote the social, cultural, political and economic interests of students in Europe towards decision makers and partners at national, European".
quarta-feira, junho 21, 2006
....só tocava isso...
Para entreter, deixo estes versinhos de quadrilha, (Haroldo Lobo/Geraldo Medeiros:
O baile lá na terra foi até o sol raiar
A casa 'tava cheia mal se podia andar
Estava tão gostoso aquele reboliço
Mas é que o sanfoneiro só tocava isso.
De vez em quando alguém pedia para mudar
O sanfoneiro ria querendo agradar,
Diabo que a sanfona tinha qualquer enguiço
Mais, é que o sanfoneiro só tocava isso.
Ora oiçam
segunda-feira, junho 19, 2006
Em comparação, estilhaços de vidro não são perigosos
Diário de Notícias:"Alunos copiam mais nos países mais corruptos" de Elsa Costa e Silva André Carrilho e "Europa de Leste no topo da cópia, nórdicos exemplares".
Público:"Ligação entre cábula e corrupção estudada em 21 países. Estudo mostra que maioria dos universitários portugueses admite copiar" 18.06.2006 - 10h26 PUBLICO.PT.
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A nossa indiferença institucional perante demonstrações de tais incompetências transversais, da natureza das descritas nas publicações mencionadas, que nos envergonham a todos, para além de me parecer um flagrante consentimento e incentivo à desonestidade, sugere-me questões de outro nível:
domingo, junho 18, 2006
LLL para bruxos, adivinhos ou "amigos mais chegados"
Sob as contingências e auspícios da globalização, (e dispensando inteiramente as bolas de cristal, "inside-trading" ou "conversinhas de pé de orelha daquele NOSSO/MEU amigo lá de casa") decorrerá em Atenas, nos dias 27 e 28 Junho de 2006 uma reunião "MEETING OF OECD EDUCATION MINISTERS Higher Education: Quality, Equity and Efficiency" [1].
Esta reunião, aliás, vem na sequência e fundamenta-se nas conclusões de uma outra - quase nem demos por esta, de tão despercebida e desvalorizada que foi - cujos resultados encontram aqui: "G-8 Ministerial Meeting on Education, Moscow, 1-2 June 2006, Moscow Declaration" [2] - ver síntese, em "Excerpts from Secretary Spellings' Remarks at the Closing Session of the G-8 Education Ministerial" [3].
Agora, sempre que quizermos reclamar contra algumas políticas com que discordemos, é melhor também fazermos uma formação avançada de actualização - deixemos os governantes portugueses em paz, até porque não têm mesmo tempo nem, felizmente, têm quase nada a ver com o que nos vai mesmo acontecer, e que remédio têm eles se não obedecerem também "a instruções lá de mais acima" - e preparemo-nos para reivindicar os "nossos direitos" em outras instâncias, outros níveis e, com argumentos mais sólidos e convincentes ou, o que seria melhor, para prevenirmos em vez de remediarmos. Mas... algum dia, nós tomaremos jeito. Tenho a certeza!
Previamente, e por prevenção, é também prudente fazermos uma lista completa dos "nossos deveres", e verificarmos com algum cuidado se temos, e se também podemos demonstrar que tivemos/temos, igual interesse no seu cumprimento. E aí, ... bom aí, não sei, não....
sexta-feira, junho 16, 2006
Descasque de mirtilos
quarta-feira, junho 14, 2006
"HTMLÊS" para info-excluídos
sábado, junho 10, 2006
XOR - (IN)consensos de "comadres" OU dormindo com este barulho
quinta-feira, junho 08, 2006
DAN
Não me digam nada, mas ando há uns quantos dias, com pesos pesados na consciência.
Se me perguntassem a troco de quê, ficariam a saber que estou sinceramente com muita pena de, pelo menos, dois ministros: a da Educação e o da Ciência e Tecnologia e Ensino Superior, já agora, e de raspão também um pouco com o da Saúde - É que, não há saúde que lhes chegue, aos dois primeiros ministros, para poderem aturar todas as idiossincrasias de todos stakeholders acerca da forma de resolução dos problemas que eles (os ministros) precisam de assumir sozinhos (ou lá perto, como veremos) a inteira responsabilidade - e é bom lembrarmo-nos disto.
A Senhora Ministra da Educação entendeu, a meu ver muitíssimo bem, que era importantíssimo para o aperfeiçoamento do correspondente sector de educação, atender à opinião dos Encarregados da Educação acerca dos Professores. E é!
Efectivamente, em qualquer Sistema de Gestão da Qualidade, a avaliação pelos interessados é sempre um pré requisito para aperfeiçoamento de qualquer produto ou serviço.
Eu explico, porque acho muito bem aquela iniciativa de avaliação, ilustrando com uma experiência pessoal - numa formação que concluí, em 1986, no Instituto Superior Técnico - como aluna, no final, fui convidada a avaliar todos os Professores da referida formação.
Na verdade, eu não tinha qualquer qualificação, para apreciar os professores sobre os seus "conhecimentos ou bagagem científica". Mas isto também não me foi pedido!
O inquérito estava previsto para respostas anónimas, mas eu identifiquei-me nas cotações que atribuí (notas de 1 a 5). Como resultado, houve professores muitíssimo bem classificados naqueles pontos que analisei (ex. Carlos Ramalho Carlos e Ramôa Ribeiro do IST e Alírio Rodrigues da FEUP), outros não foram tão bem cotados (e eram até muitíssimo mais populares, divertidos e agradáveis, como pessoas). Nunca, os bem classificados me trataram melhor, nem os pior classificados, me trataram pior.
Mais, tenho a certeza que as respostas aquelas perguntas, que me fizeram a mim, teriam sido respondidas aproximadamente da mesma forma, caso tivessem sido dirigidas aos meus familiares mais próximos. Se me perguntarem qual era a minha formação, ou a dos meus familiares, para emitirem opiniões sobre o ofício de professor, eu respondo - NENHUMA, mas o que estava em causa não eram os conhecimentos, o rigor científico e competências técnicas do professor, mas sim e só a forma, o empenho, o cuidado e o interesse como os transmitiam.
Na época, achei aquela ideia tão simples e útil, que ainda hoje não dispenso de segui-la com todas as minhas próprias "vítimas", e ‘tadinh(o)as.. - às vezes, sofrem bastante na minha mão - mas, eles sabem que é para bem del(e)as.
Digo-vos também que não tenho lá muito boas notas mas, sempre que me lembro das piorezinhas, procuro melhorar o meu desempenho - a taxa pessoal de recuperação dos meus defeitos pessoais é muito discutível, mas estejam certos que vou, pelo menos, sendo permanentemente informada se estou a ir ou não, no bom caminho.
Assim, que me perdoem os Senhores Professores, e com o devido respeito pelas suas competências mas, neste particular das questões da avaliação de docentes pelos "pais/encarregados de educação", estou totalmente do lado da Senhora Ministra da Educação, - não resolve nem é decisivo, mas pode até ser muito útil aos próprios professores!
Em relação ao Senhor Ministro da Ciência e Ensino Superior, também há a dizer que é de uma persistência e transparência inexcedíveis - praticamente, desde a primeira hora que todos sabemos que ele disse que precisa de conseguir uma ideia mais clara, definida e independente sobre o Sistema de Ciência, Tecnologia Educação Superior de Portugal para ele melhor poder delinear as políticas de todo o sistema, incluindo o financiamento e organização de carreiras (infelizmente, ele não é o único a sentir a necessidade de uma organização e a não conseguir esquematizar o sistema - não conheço ninguém que domine suficientemente bem o problema, caso contrário, porque não faz propostas?). Que, para formular uma política mais segura, requer-se, antes de mais, a opinião de avaliadores internacionais. Concordo. Não é o que queremos todos? Quero dizer, não precisamos mesmo de uma política mais segura? Então deixemos que sejam feitas as avaliações, que o MCTES e nós todos precisamos.
Senhor Ministro da Ciência Tecnologia e Ensino Superior, vale o que vale, porque não faço parte da sua lista de admiradores, mas concordo com a sua prioridade da necessária organização do sistema de educação terciária.
*Ainda vos contarei mais algumas histórias sobre o Dan, e sobre o seu sócio do Brazil (no AMAPÁ e no Rio S. FRANCISCO) - Augusto Trajano de Azevedo Antunes - ambos merecem as minhas memórias.
**Quando o Dan enfezava, e enfazava muito - trocava simplesmente de pessoal/colaboradores - era bom sairmos da frente... até porque, ele mudava de alto abaixo, sem muitas explicações e instantaneamente, as administrações de qualquer das empresas que geria, 3 e 4 vezes por ano.
domingo, junho 04, 2006
OPÇÕES RADICAIS: Φ=Φ(1/2, 2,3) ou O Anarco Capitalismo?
Instituições como garantia de inovação
Aghion, de quase 50 anos, é um vulto da teoria moderna do crescimento, tendo reintroduzido o conceito de destruição criativa, originalmente formulado por Joseph Schumpeter - Num processo de destruição criativa bem sucedido, quem inventa (o empreendedor) desencadeia um processo de inovação que acaba por destruir o lucro dos que não inovam.
........"
Impressionou-me muito, e deixou-me... vá lá, também.... um pouco intimidada, aquela expressão "destruição criativa" - proferida por um Francês que integra (chefia, ou lá perto..) uma equipa de economistas do Growth Lab de Harvard - porque me fez recordar o sentimento decorrente de uma máxima utilizada por alguns militantes do MRPP do meu tempo (hoje, respeitabilíssimas pessoas) quando berravam, para uma extasiada plateia de outros miúdos: "quanto pior, melhor!") - e decidi averiguar um pouco mais o tema.
Aquela mesmíssima "destruição criativa" foi também, formalmente, expressa por Sua Excelência, o Senhor Ministro da Economia e da Inovação, durante a sua intervenção no jantar do Harvard Club de Portugal, de 17-03-2006.
Com efeito, a referência até já tem direitos adquiridos de aposentadoria e "patine de antiguidade" - os eminentes economistas limitaram-se a verbalizar os ecos de um conceito de Joseph A. Schumpeter, "Creative Destruction", From Capitalism, Socialism and Democracy (New York: Harper, 1975) [orig. pub. 1942], pp. 82-85: "Can capitalism survive? No. I do not think it can", "[What counts is] competition from the new commodity, the new technology, the new source of supply, the new type of organization... competition which... strikes not at the margins of the profits and the outputs of the existing firms but at their foundations and their very lives"e "Competition from innovations, ..., was [is, and will be] an "ever-present threat"...that "disciplines before it attacks."
Φt:5=Φ(1/2, 2,3,.......)
A qual significa, mais ou menos, o seguinte:
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Algumas referências consultadas:
1 - Governo >Ministérios > Ministério da Economia e da Inovação [MEI] > Comunicação
Plano Tecnológico: fundamentos, modelos e diferenças. 2006-03-17. Intervenção do Ministro da Economia e da Inovação no jantar do Harvard Club de Portugal.
2- http://transcriptions.english.ucsb.edu/archive/courses/
sexta-feira, junho 02, 2006
Reflexos de espelhos
Concordei, e subscreveria quase tudo o que ela diz, mas falta o quase...
Discordo, por exemplo, do que a minha amiga Manuela Vaz Velho refere, nos seguintes pontos:
1º - Não é inteiramente correcto: que os actuais bacharéis podem ir para o 2.º ciclo sem quaisquer restrições, excepto a de não terem disciplinas em atraso. Pela legislação aplicável às Licenciaturas Bi-etápicas, só teriam acesso ao 2º Ciclo das Licenciaturas bi-etápicas, os alunos com o 1º ciclo COMPLETO, isto é, Bacharéis diplomados.
2 º - Não há qualquer espécie de dúvida que as formações politécnicas das Engenharias (1º Ciclo - ciências básicas) eram, manifestamente, insuficientes para alguns Actos de Engenharia da Ordem dos Engenheiros, e a maioria dos formandos de 1º ciclo, quando saem para as empresas e regressam para frequentar o 2º ciclo, confirmam deficiências de formação que até gostam de ver colmatadas. É uma obrigação das instituições de ensino corresponder às perspectivas de formação dos seus formandos (e das empresas onde estes trabalham), desde que legítimas - e uma larga maioria dessas aspirações devem ser atendidas - é uma obrigação institucional!
Esta insuficiência das formações em Engenharia - LICENCIATURAS NOVAS - irá manter-se na próxima leva, quer sejam UNIVERSITÁRIAS OU POLITÉCNICAS - ou na vertente profissionalizante ou na faceta mais teórica ou de fundamento, conforme opção da instituição de ensino - daí que as organizações de classe portuguesas da área prevêem acreditações para diversos níveis de formação, tal como em Inglaterra e Irlanda (e demais países do Acordo de Washington) .
Na Finlândia, país muito citado, os cursos de bacharelato em Engenharia dos Politécnicos de Pori, Tempere e Turku, têm uma duração mínima de 4 Anos, e ao 2º Ciclo os alunos nacionais só tem acesso após 3 anos de experiência profissional comprovada. Porquê? Porque a Finlândia tem parcerias de educação/transferência de tecnologia, com a China, e convêm-lhe ser competitiva.
Refiro ainda que a manutenção do estágio do 1º ciclo, em algumas instituições politécnicas, foi resultado de pressão de alunos.
Existem instituições politécnicas com formações na área de Engenharias com Estágios inseridos no plano curricular (isto é, obrigatórios) em ambos os Ciclos, se bem que o acompanhamento não seja, devidamente, contabilizado como "Serviço Docente".
5º - Discordo da mudança de nomes - sem alterar tudo o mais. Na Noruega há critérios - e estes é que obrigam/permitem mudanças de designações. Mas, uma rosa é uma rosa, independentemente, do nome porque se designe. Mas, tal como o JVC refere no seu apontamento, no todo, a designação das instituições de formação terciária é, de facto, um problema muito, mas mesmo muito, secundário.
Encontremos UMA PALHA no palheiro!
A propósito de Competências, tenho procurado reunir informações sobre Política Educativa em Portugal e, sobretudo, identificar quem dos responsáveis máximos* poderia ter adquirido - por aprendizagem não formal, nos últimos 30 anos, antes de terem exercido as suas funções de ministros - por exemplo, as seguintes competências "...decision-making, organizational behavior, organizational change, strategic planning and restructuring, governance, policy implementation, the sociology of organizations, and culture and the political economy of organizations ". A resposta certa é não tinham/têm/adquiriram, e só isto já explica muita coisa!
Logo, e para começarmos, das largas centenas de cursos oferecidos, não temos nem tivemos, em Portugal nas Universidades ou nos Politécnicos, em 2005/2006, previstas formações públicas sistematizadas e direccionadas à Política ou Gestão de Educação, nem do ponto de vista de organização ou da filosofia comparativas dos sistemas, nem de um ponto de vista, mais prosaico e útil, do planeamento socio-económico ou de gestão de Infra-Estruturas, Recursos Materiais e Humanos.
O facto de não temos competências, e de nem sequer nos preocupamos em as conseguir de forma estruturada, apesar de termos demasiadas formações redundantes em muitas áreas, é muito preocupante, porque temos dificuldade em resistirmos a deixar de fazer o que sabemos bem que não sabemos, e pensarmos que os outros não se apercebem da nossa ignorância.
Os nossos sucessivos governos estatatais* ou das instituições de ensino superior público também não se têm equipado com dirigentes com aquelas competências ou, pelo menos, que sejam dotados de sensibilidade inata e genuína para se empenharem em considerá-las. A Prova em como não dispomos, entre nós, de entidades educacionais adequadas e devidamente documentadas ou de instituições devidamente apetrechadas em recursos humanos (infelizmente, também não em outras áreas) podemos confirmar aqui ou aqui (exemplos de publicações essenciais ao desenvolvimento de políticas bem sucedidas).
OBS: Já repararam que são quase todos Professores, sem experiência anterior, ao exercício das funções de ministros, na actividade privada? Isto explica muita coisa, não é verdade?