segunda-feira, dezembro 31, 2007

Preciso de testemunhas!

... para comprovarem os meus bons propósitos de 2008.

Parafraseando alguém, que não sei quem seja, desejo a todos os meus caros e raros leitores que os vossos momentos menos felizes em 2008 durem ainda menos que as minhas pouquíssimas e óptimas resoluções de todos os anos "novos" (agora já bem velhotes):

1 - Deixar de fumar (pela 48ª vez);
2 - Substituir o meu "hobby" congénito favorito - a desorganização - por qualquer outra coisa menos terminal.

Até para o ano!

quinta-feira, dezembro 27, 2007

Canja de galinha para o farnel do pescador

Na página 12, da Edição impressa do Jornal Público, de hoje, Bárbara Wang assina um artigo com o seguinte título: "Universidades e politécnicos podem mudar mas Governo tem de dar passos concretos" de onde, como seria de esperar, extraí a inevitável frase: "...Mas, dizem os responsáveis das universidades e institutos, tudo depende da regulação da lei, da reorganização da rede de instituições e... da lei do financiamento."
Umas frases adiante ainda podemos ver que alguém questiona a ideia da fundação, depois do subsistema a que pertence ter reivindicado a possibilidade. Queria muito, porque queria também fundações mas afinal não sabia para quê...

Ainda por cima, neste mesmo artigo, vem um reitor, que até sabe o que é uma fundação de direito privado, inventar uma nova filosofia económica - "financiamento competitivo" (???!!....Que giro...).


É verdade que o Ministro, até agora, perdeu todo o seu tempo mas. desta feita, não vai ser por responsabilidade dele que, com o novo ano e tudo, voltaremos às pechas velhas.

O RJIES possibilita-nos autonomia da gestão financeira dos meios e recursos que conseguirmos captar, mas não garante o "carcanhol" todo, propriamente dito. Dinheiro estatal só o de ratios e de Contratos-Programas plurianuais.

Ninguém parece convencer-se que se tem mesmo que ir pescar para a merenda... a menos que o ministro junte aos apetrechos de sobrevivência institucional, umas canjinhas de galinha= (financiamento competitivo?).
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PS - Imaginem os meus caros e raros leitores só a bela ideia de nos podermos ver livres de trambolhos regimentais como os corre-corre para gastar as verbas de final de ano, as especificações paralisantes do Decreto-Lei 197 de 1999, e bloqueadoras de Códigos de Procedimentos Administrativos, e passarmos a "Códigos Fiscais", de dispensarmos assinaturas - discutidas à consumos de paciência de confissões pseudo-políticas da cadeia financeira presidencial e/ou reitoral, me faz rejubilar.
Também é um regalo, por acréscimo, a perspectiva de podermos ver-nos livres das actuais circunstâncias em que, se a gestão de topo for suficientemente inconsciente, pode até decidir que financiamentos de projectos nacionais ou internacionais consignados servem bem para pagar remunerações certas e permanentes, ou coisas sortidas que o valham...
Acham que isto não é verdade? Ora, meus amigos, perguntem por aí...

ESCLARECIMENTO - O título do post foi inspirado no do livro "Chicken Soup for the Fisherman's Soul".

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sexta-feira, dezembro 21, 2007

É para outro

Ora muito Boas Festas!
Enquanto vou fazer umas compritas da ocasião à última hora, aqui ao lado, os meus caros e raros leitores podem acabar de pôr a mesa?
Obrigada.
Cuidado, não trinquem a maçã, enquanto não lerem COM ATENÇÃO, o Material Safety Data Sheet da dita, além disso, ela está, exclusivamente, destinada a homenagear um meu "convidado muito especial", ....
Ei, ei, 'sperem aí, não fujam assim espavoridos.... Não é esse, esse seria "nosso", o meu "convidado muito especial" é outro!













(Deixaram-me sozinha...
E ainda dizem que eu é que sou uma bruxa má...)

segunda-feira, dezembro 17, 2007

Futuros

Interessam-se os meus caros e raros leitores por saberem os futuros da ciência e tecnologia, em Portugal e nos arredores?
Não se acanhem, a casa é só vossa, façam o favor, cliquem aqui.

sábado, dezembro 15, 2007

Só é mesmo difícil dizermos que não, a nós mesmos!

A frase que dá o título a este "post" é uma tradução rústica, de uma observação que escutei centenas de vezes - a uma senhora irlandesa que conheci em criança, entre os meus 5 e 15 anos - dita num vocabulário de impossível reconstrução constituído por, proporções variáveis de Gaeltacht, inglês e português muito macarrónicas. Só cerca de 20 anos depois, é que me apercebi da importância e alcance daquelas convictas, insistentes e incansáveis palavras.
Nestes últimos tempos, acabei por conferir um significado muito especial à citada frase, por causa das tristes consequências de inconsciências momentâneas - de que todos padecemos de vez em quando - mas que, para simplificar, vêm sendo atribuídas a "excessos de praxes académicas".
Para mim, também é muito triste e extremamente preocupante ver a forma como a tutela percebeu e abordou, tão superficialmente, essas questões, como podem ler aqui:
"O Ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, José Mariano Gago, segue com preocupação estes casos, tendo sido já contactados os responsáveis das instituições envolvidas para o cabal esclarecimento da situação. Sem prejuízo do necessário apuramento de responsabilidades civil e criminais, recorda-se que o novo Regime Jurídico das Instituições de Ensino Superior (RJIES) já em vigor determina que constitui igualmente infracção disciplinar «a prática de actos de violência ou coacção física ou psicológica sobre outros estudantes, designadamente no quadro das 'praxes académicas'»".

Considero deficitária a percepção que essas declarações denunciam, quando indirectamente expressam uma expectativa de que as causas remotas desses, efectivamente, gravíssimos acidentes sejam controladas de raiz se as identificarmos como infracções disciplinares, até precavida e cuidadosamente, previstas e contempladas no RJIES.

Perguntaria, hoje, tal como já o fiz, em 5 de Julho se ao invés de sequer sugerirmos processos disciplinares não deveríamos tentar mobilizar, induzir e motivar todas instituições de educação superior a adoptarem Códigos de Boas Práticas, nas suas múltiplas dimensões e facetas.

Questionam-se alguns dos meus caros e raros leitores: e aí? grande coisa... qual é a diferença?

Na verdade, para mim, a diferença é abismal, porque a construção de raiz de Códigos de Boas Práticas obriga à participação efectiva daqueles a quem se destina e, em consequência, a uma auto-responsabilização, pelas opções tomadas, e sobre o que se pode e deve ou não fazer em circunstancias específicas devidamente ponderadas - trata-se de uma produção de documentos educativos (obrigam a pensar) redigidos com base em posturas reflexivas e integradas, e não de simples instrumentos mais ou menos legais, soltos e repressivos, vindos sabe-se lá porque motivos da cabeça de um iluminado e incógnito quem.
Pelos vistos, até hoje, ninguém ou muito poucos deram a devida atenção à redacção do RJIES, em geral e, muito particularmente, deram ainda menos crédito a essa passagem específica sobre a infracção disciplinar.

Entretanto, contentemos-nos com uns "responsos" esporádicos, agitados lá do alto, sobre uns hipotéticos responsáveis institucionais, exibindo uma certa tranquilidade de espírito que resulta da existência de umas quantas regras disciplinares avulsas escritas aqui ou ali... Por outro lado, indirectamente, expressando a preferência por manter jovens pessoas, sob receios repressivos, mas sem nenhum respeito, por umas quantas regras disciplinares, ao invés de se empenharem e auto obrigarem a prestar muita atenção aos seus actos, e à consideração de consequências sobre as suas ideias, opiniões, decisões e acções, que muitas das vezes imporiam que disséssemos que não a nós mesmos, especialmente, quando nos é difícil.

Dizem-me, que esta minha manifestação é demasiado serôdia - têm razão, estava até para não dizer nada sobre o assunto, mas ultimamente todos os dias, ou quase, venho assistindo à prática de actos de violência ou coacção (....) psicológica sobre outros e não têm a assinatura de jovens ou se podem explicar, candidamente, por excessos de praxes académicas.

segunda-feira, dezembro 10, 2007

Dear Professor Yossi Sheffi, please, please...draw us a picture!

No seguimento de uma notícia do Jornal Público, online, que também podem ler aqui, decidi comprar, como lembrança de Natal, um kit de esboços, para oferecer ao Senhor Director do Centro para Transporte e Logística do Massachusetts Institute of Technology (MIT), Yossi Sheffi, e implorar-lhe que nos faça um desenhozinho simples, para que TODOS possamos entender bem o "dificílimo" significado do que nos afirma:
1º - ... "o trabalho com as empresas é importante", não se resumindo à publicação de ensaios, à leitura ou à definição teórica da profissão de engenheiro, que acaba por não dar um contrato de trabalho a ninguém.
2º - "O que interessa o que é ou não a engenharia? Nada. Não interessa qual a etiqueta que se põe no problema, não interessa qual o ensaio que se vai publicar. A única coisa que interessa é a solução para o problema", frisou Sheffi, acrescentando que "esta visão é minoritária" em Portugal. Ah! Pois..., pode crer, nem imagina quanto é minoritária!

Pessoalmente, desde há umas quantas dezenas de Janeiros, penso que o Senhor tem carradas e carradas de razão, mas também já vai desconfiando como nós somos, não é verdade?
Pode ser que, como o Senhor é do MIT, comecemos agora TODOS, a perceber o significado do NADA e a acreditar no conteúdo das suas afirmações mas, mesmo assim, por favor, faça-nos um desenho, so everyone of us can catch-up your whole idea, porque alguns de nós são muito cépticos.... OBRIGADÍSSIMA! Bem haja!

quarta-feira, dezembro 05, 2007

Piões para porta-aviões?

Já experimentaram os meus caros e raros leitores fazerem o que eu chamo de "cavalo de pau" (devemos chamar de "pião"?). Quero dizer, já conduzirem um carro, em 1ª marcha, com elevada rotação e, de repente e simultâneamente, soltarem a embraiagem enquanto puxam o travão de mão, e o vosso carro rodopia 360º, claro, isto se a vossa perícia de pilotagem for a adequada ou, no máximo, aí uns 180º, quando se atrapalham com as sincronias de movimentos? (podendo até partir a cara durante o processo). Já? Óptimo! Porque, então compreendem bem o que vos falarei em seguida.
Fartamo-nos todos de ouvir muitas litânias, imprecações, rezas, lamentações e pragas do canhoto, sobre os drifts das instituições politécnicas públicas. Drifts estes que, valha-nos a verdade, o MINISTÉRIO DA CIÊNCIA, TECNOLOGIA E ENSINO SUPERIOR (MCTES) fez (e bem) das tripas coração acautelar, pelo Decreto-Lei n.o 74/2006.
Mas, de entre as multiplas amnésias, deste Ministério e deste Decreto, está precisamente a ausência de prevenção de drifts das Universidades em relação aos Politécnicos. Como também sou distraídíssima, tem toda a minha solidariedade e compreensão.
Mas, às vezes as nossas distrações têm os seus inconvenientes:
Podem crer, eu hoje pasmei com uma notícia do Público - esta, de onde extraí a seguinte informação - "O Senado da Universidade Técnica de Lisboa aprovou ontem as Licenciaturas de Cenografia e Enfermagem Veterinária, as primeiras do género em univerisades em Portugal, que poderão arrancar em Setembro de 2008, revelou o reitor, Fernando Ramôa Ribeiro."
O Senhor Reitor, a quem por acaso até admiro muitíssimo, admirou-me ainda mais quando nos explicou a decisão: "São áreas recentes na Europa, uma grande carência que temos". ????!!!!!!!????
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Ora bem, na Europa, se calhar, são áreas recentes, mas em Portugal, já em 2006:
- nada menos que em 4 Politécnicos -- CASTELO BRANCO, ELVAS, PONTE DE LIMA e VISEU -- inscreveram-se respectivamente 30, 47, 27 e 63 alunos aproveitando a totalidade das vagas dos cursos de "Enfermagem Veterinária" que ofereceram, e tendo também um total de alunos inscritos, neste preciso ano lectivo, pela mesma ordem de 30, 138, 27 e 154 alunos.
Não sei a idade de BI destes cursos todos, mas sei que a Ordem dos Enfermeiros (aqui) já em Julho de 2004, protestou contra a ideia INOVADORA -- nessa altura, em Portugal sim, foi uma ideia inovadora da Escola Superior Agrária de Elvas -- nestes termos: «Neste sentido, a Ordem dos Enfermeiros já solicitou ao Ministério da Ciência e Ensino Superior a alteração da Portaria que cria o curso de bacharelato em enfermagem veterinária na Escola Superior Agrária de Elvas, retirando a palavra "enfermagem"».??!!!????
No entanto, pode ser que agora a Ordem dos Enfermeiros, tratando-se de um curso da Universidade Técnica de Lisboa, já ache bem o nome... e não queiram mais recuperar um nome 'alternativo' que propuseram - "auxiliar de veterinário"
- não tenho bem a certeza, mas penso que já existia também um Curso de Cinema, com um ramo em Design de Cena, no Instituto Politécnico de Lisboa, com 56 alunos inscritos, em 2006/2007. Bom, é bem verdade que não é um curso de Cenografia, mas... Que será que se ensina-aprende nesse curso de Design de Cena?
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Não pensam os meus caros e raros leitores que há situações na nossa vida em que nem podemos "ver uma camisa lavada num pobre"? Terrível não é?
Do meu lado, começo a pensar que é triste mas, sobretudo, caríssimo ao país quando os nossos porta-aviões se metem também a fazer "cavalos de pau", perdão, piões... Os meus leitores discordam de mim?
OK! Somos todos livres para pensarmos mas, eu continuo a dizer que era muito mais simples e pacificador, para Portugal, deitarmos fora todos os diplomas legais da nossa educação superior, que seriam substituídos por uma simples meia folha A4, com a devida chancela, com uma única frase que diria mais ou menos seguinte: "A partir de hoje, tudo o que deveria ser feito por uns, passa a ser feito pelos outros!".
Como opção, a tal redacção tutelante poderia ser também assim: "A partir de hoje, e à semelhança das nossas Universidades, aquelas outras instituições - em off, e para o secretariado: como é que me dizem que é mesmo o nome daquelas 'coisas'? Poli...? Poli...quê? Ah! Pois... isso, escrevam - Politécnicas também podem fazer tudo o que lhes vier às ideias!"

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terça-feira, dezembro 04, 2007

Shmoo

Para os meus caros e raros leitores que, como eu, sejam um pouco mais cépticos esclareço, desde já, que não desisti do blog e nunca desistirei até ao fim (sim, porque este blog, desde o seu início, tem um termo certo que um dia, que seja ledo e breve, todos perceberão muito bem) nem desistirei jamais de torrar, o que eu puder, as paciências de quem eu penso que merece. Mas até esse tal dia do ponto final deste blog - ainda longínquo, como virão a confirmar, já sabem: ninguém se livra de mim com uma ou duas penadas.

Tenho dado poucas notícias, e sentido muitas saudades dos meus caríssimos e raríssimos leitores, só porque ando nuns viveres, como direi? um tanto atarefados... Hei-de contar-lhes algumas passagens... porque vão gostar de saber!

Hoje, vou-lhes falar de shmoos - a imagem mostra-nos o "shmoo", sem c antes do h, ou seja, o colapso da espuma de cerveja - que resultam em apreciações individuais opostas: é altamente negativa ou positiva, em dois momentos distintos do processo de produção e de consumo da cerveja em causa - é uma seríssima dor de cabeça durante a fermentação, susceptível de causar surtos de subida maligna da pressão arterial, podendo conduzir a acometimentos de AVC, nos mestres cervejeiros (pode ficar-se-se com espuma de cerveja espalhada nos porões da fábrica, à altura dos joelhos) e, simultaneamente, aliás, posteriormente, é uma das maiores delícias para uma boa parte dos bons apreciadores de cerveja (aqueles que gostam de "golas altas" durante a degustação da bebida e que deixam os bigodes pincelados com aquela espumazinha branca, que nos obriga a lamber os beiços - apre, que imagem...).

Ora é assim mesmo, tal como o shmoo, o efeito da postura da Direcção Geral de Ensino Superior (DGES), sobre as instituições que tutela. Não sei se deram por isso, mas no famigerado dia 15 de Novembro de 2007, neste endereço da página da DGES publicou-se o seguinte texto-aviso:

"Por despacho do Ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior de 24-10-2007

(Despacho n.º 26245/2007, DR, 2.ª série, de 15-11), foi fixada a data de 28 de Dezembro de 2007 para a apresentação, na Direcção-Geral do Ensino Superior, de pedidos referentes ao registo de adequação, à autorização de funcionamento de novas formações e ao registo de alterações, para a entrada em funcionamento no ano lectivo de 2008/2009."


Com essa frase, mas de uma outra maneira, a nossa gestão de cúpula da educação superior diz-nos, exactamente, o seguinte: "o que se passa com as propostas velhas e safadas de novas formações superiores do ano lectivo de 2006/2007 (a nível de mestrado), 'achamos' que sabemos o que é que lhes aconteceu, mas não dizemos a ninguém, e as instituições que, assim o entenderem, mesmo que ignorem o paradeiro das suas propostas do ano passado, sigam a nossa tradição estratégica: planeiem o futuro como muito bem lhes parecer que nós 'achamos', porque depois estamos cá nós para ver o que irão, eventualmente, fazer ou não, e também só decidiremos se, quando e o que nos der na régia gana".

Claro que há instituições que apreciam e vibram, muitíssimo, com shmoos como estes que vos acabei de descrever e, naturalmente, há outras em que alunos e docentes, perante tais shmoos, entram em risco de vida profissional. Mas, e isso interessa lá a alguém?!