terça-feira, outubro 31, 2006

São todos sim Senhores.... mas, acham que nos chegam?

Amanhã é dia de Todos os Santos e, hoje, comemora-se em algumas regiões do nosso país o dia das "bruxas", das abóboras, dos bilhós, dos bolinhós....
Tenham um excelente feriado ou, pelo menos, descansem.
Entretanto, prestem atenção ao fascinante trabalho em vidro, da imagem - por favor, identifiquem a sua origem ... http://web.mit.edu/glasslab/index.html

segunda-feira, outubro 30, 2006

Não é possível "a este pobre diacho" vestir outra "griffe"

Na semana passada, o MCTES publicou o seguinte documento:
"CIÊNCIA, TECNOLOGIA E ENSINO SUPERIOR. Breve apresentação da proposta de Orçamento de Estado para 2007. 25 de Outubro de 2006.
Este documento é muito preciso na definição de políticas imediatas para o subsistema politécnico. Alias, são pouquinhas:
1ª - "Reforça-se a formação profissional em TIC, designadamente através da expansão de Cursos de Especialização Tecnológica, prioritariamente em Institutos Politécnicos e com a participação de empresas" - página 3.
Prioritariamente???
Mas, porquê prioritariamente?
Não deveria ser exclusivamente? Tal como os Doutoramentos são exclusiva competência das universidades.
Quero dizer, que nos intervalos dos afazeres resultantes de protocolos com MITis, HARVARDs, OXFORDs, UTAs, etc., etc., às Universidades ainda lhes sobra tempo para CETs?
Não quereria o MCTES dizer ao país, como se estabelecem as competências devidas para leccionar CETs? Quererá isto dizer que qualquer Doutoramento é condição suficiente para se ser formador de um CET? Ná há dúvida...
Mais à frente no mesmo documento também é dito:
2ª- "Serão estabelecidas em 2007 novas parcerias internacionais, designadamente com entidades europeias, e lançar-se-á um programa novo de estímulo à participação de Institutos Politécnicos em redes internacionais de instituições congéneres de referência." - página 4.
Bom, parece que este MCTES tem uma veia, exageradamente, pronunciada para ocupar as funções do Ministro de Negócios Estrangeiros - porque agora deu-lhe para aderir, irremediavelmente, à profissão de RP Internacionais - das instituições que tutela, cuidando ao milímetro, para que as parcerias a efectuar se confinem ao que julga ser o limite eo nível adequado de convívio (das instituições).
A partir de agora, não será nada bem visto que ninguém de nenhum politécnico passe perto das portas do MIT, de Carneggie Mellon ou da UTA e, em contra partida, vai ver também, Deus livre e guarde às Universidades de entrarem em conversações com Ngee Ann Polytecnnic ou com o Rensselaer Polytechnic Institute.
Mas em que outro país deste planeta anda um Ministro a prestar funções de angariador/"go-between" de parcerias das instituições de ensino e de investigação que tutela, as quais por sua vez têm mais do que obrigação e autonomia legal, para estabelecerem os acordos que melhor lhes sirvam, por si proprias.
3ª - Já agora, e que mal pergunto, como é suposto os politécnicos terem hipóteses de ver aumentado num ano, o valor de 6.9%, da sua comparticipação de utilização de Receitas Próprias para o OE de 2007?
Nestas condições, podem, melhor - atendendo à forma como são tratados - devem os politénicos vestir qualquer outra coisa que não uma burka?
Não sei quem disse, mas alguém disse, com carradas de razões, que "o diabo são os outros."
Para as políticas de educação terciária cá do sítio, o melhor que pode acontecer ao subsistema politécnico é ser, sistematicamente, o "diabo"!
Ou isso ou, muito simplesmente, deixa de existir!

quarta-feira, outubro 25, 2006

as manhãs difíceis das noites ao luar

Deve ser de mim, mas tenho identificado sinais - melhor, vapores difusos de impressões - de várias origens, quadrantres e procedências da Educação Terciária portuguesa - uma espécie de..., como direi?... Medo ambíguo?... Depressão profunda? Vergonha? Desconforto? Raiva surda? BA25?,.. mas, ...assim?..., de um tipo colectivo?
De facto, eu tenho lido, sucessivamente, por aqui e por alí... - dei agora também em ter a precisão, a transparência e a consistência informativa do MCTES (desconfio muito da qualidade da sua "veia política" mas confirmo-lhe a capacidade de fazer "escola") - referido por alguns reitores [ex. Nova de Lisboa (UNL), a Universidade da Beira Interior, Universidade de Évora e, ultimamente, até da Universidade de Aveiro] pelo Presidente do CCISP, por um ex Secretário de Estado da Educação, e também nos escritos de diversos autores da Blogosfera, que alguma coisa lhes parece não estar bem "neste reino"!
Ora meus Senhores,... mas, desta tutela, é que nunca coincidiu nada com nada - nenhum "lé" bate certo com nenhum "cré", isso eu garanto!
Provas?
Há muitas mais mas, por hora, aí vão estas duas:
1º - Lembram-se daquele Grupo de Acompanhamento de Bolonha?
Pois é... parecia não existir, não é verdade?
Mas, afinal existe! - é constituído por, pelo menos, um representante do CRUP, um representante do CCISP e por um aluno do subsistema politécnico, deve também lá estar um outro aluno do subsistema universitário.
Não sei bem para que serve o dito Grupo de Acompanhamento de Bolonha, mas sei que dá palpites....perdão, emite pareceres = diz "o que acha", provavelmente, contra encomenda!
Uma das coisas que este grupo de acompanhamento de Bolonha, certamente, "achou" foi a notável decisão sobre os mestrados integrados para engenharias, em algumas escolas universitárias, mas não noutras que isto de mestrados integrados é só para "o bico de alguns" aqueles que se "auto-acham" de melhores!
Nem precisamos de jogar contas na areia, para sabermos quem são (é), ou precisamos?
Ficam aqui as contas se precisarem,.... mas nãh!
2º - Lembram-se também que diversas escolas politécnicas propuseram umas dezenas de mestrados - formato Bolonha - no devido tempo?
Pois é... mas não parece que os politécnicos tenham feito alguma coisa, pois não?
A DGES/MCTES não dizem nem que sim, nem dizem que não, sobre essas propostas!
Limitam-se a colocar todas as instituições politécnicas em "banho-Maria".
Pessoalmente, acharia tudo muito bem, se não afectassem alunos. Mas afectam, e muito! Perguntem-lhes!
A instituições proponentes limitam-se a calar a boca - pelo menos, publicamente! Porque depois há sempre o amigo do amigo do amigo que, talvez no "meu caso", possa dar um jeitinho...
Limitam-se todos a não cumprir, ou a deixar não cumprir, o estipulado pelo artigo 66º do Decreto Lei 74 de 2006 - afinal, o que vai acontecer aos alunos actualmente inscritos no subsistema politécnico não interessa a esta tutela!
Aliás, subentendendo a tutela, tudo o que diz respeito a este subsistema de educação superior é apenas garantir a compactação das formações de 5 anos em formações de três anos.
Pode a DGES/MCTES fazerem isto?
Claro! Podem fazer qualquer coisa! São OMNIPOTENTES!
Nem sequer sofrem de insónias, quando prejudicam claramente os 30 próximos anos do futuro desses jovens!
E, nós todos os outros - como alguém dizia - olhamos para outro lado!
Assim, pode ser que a NÓS ninguém nos veja...

domingo, outubro 22, 2006

Processo de Bolonha legítimo: competências, resultados de aprendizagem e propinas de...

De acordo com o seu registo no LOP (Livro de Origens Português) a Mattilda (exactamente..., com 2 tts!!) De Qualquer Coisa e Mais Qualquer Outra Coisa (ambas não pronunciáveis) uma belíssima Cachorrona-d’água Portuguesa de dois anos, bem como todos os outros animais domésticos de minha casa constituíram-se em consórcio alargado de beneficiários, e resolveram eleger-me, por unanimidade e aclamação, a sua escrava individual e ressarcidora de plantão permanente, para todos os danos, perdas, prejuízos físicos, financeiros e morais infligidos, por qualquer um deles, a outrem.

Ninguém se deixe seduzir pelo fenótipo extremamente amigável, alegre, brincalhão e carinhoso da Mattilda - porque todos quantos conhecem melhor o seu "dark side", juram que os espelhos normais não devolvem o reflexo do bicho e que, ao invés dos convencionais 4 dedos, as patas traseiras desta minha cadela têm cascos!!??!!...
Se não me acreditam, perguntem ao carteiro da aldeia, e ao cirurgião plástico que lhe fez uma cirurgia reconstrutiva na barriga de uma das pernas, após a Mattilda o ter incluído (ao carteiro) na sua interminável lista de indesejáveis - que vai desde toupeiras, gatos ou cegonhas e passa também por sistemas de rega enterrados, ratos de computador, carteiras com dinheiro, cartões de crédito, documentos "não-simplex" e peixes (leram bem!), que possam existir, entre o subsolo e a troposfera superior e, por azar, se cruzem com as suas coordenadas geográficas - sim porque, para a Mattilda, são raríssimas as coisas e ou pessoas, efectivamente, bem-vindas, cá a casa.

Do meu lado - já um tanto deprimida, financeiramente arruinada e cansada de tribunais, GNR, hospitais, indemnizações e seguradoras de cães perigosos, e "fortemente encorajada" pela Junta de Freguesia e por toda a minha vizinhança - decidi matricular a Matilda na escola topo de gama do "ranking" (*) de ensino cinotécnico do Vale do Mondego - mal comparado, uma espécie de MIT canino, com o sugestivo nome Baskerville Hound - sob as seguintes cláusulas contratuais:
- Propinas: 40 aulasX25€/aula;
- Frequência: 2 aulas por semana;
- Garantia mínima:10 Resultados de Aprendizagem;
- Aceitação absoluta de que os colegas da Mattilda são Rotweillers, Dobermans Pinschers, Leões da Rodésia, Cães Polícia, Pit-Bulls e Poodles Toy, todos de temperamento irascível.
- O pagamento das aulas ao "dean" de Baskerville é feito, exclusivamente, em troca da prova irrefutável de aquisição dos sucessivos resultados de aprendizagem e do correspondente perfil de competências (melhor, da ausência total das actuais competências inconvenientes da cadela)!
Ao todo, 10 aulas já lá vão... e, por enquanto, está sendo tudo inteiramente gratuito porque a minha Mattilda continua totalmente fora dos padrões comportamentais da "Lassie"!
Diz-me H, o "dean" de Baskerville, com as suas inquebrantáveis boa disposição e fleumática diplomacia, dignas de um Ministro de Negócios Estrangeiros, com direito a Nobel: sabe de uma coisa, "a sua cachorrinha" (aposto o que vocês quiserem, que ele deve estar a pensar noutros epítetos...) precisa de trabalhar muito, fora das aulas de contacto e do treino possível, aqui no centro cinotécnico...
Ai! Ai! Se esta moda, efectivamente, "Bolonhesa" pega e estes procedimentos organizacionais se generalizam...

Já agora, e a despropósito, na minha aldeia, ninguém sabe quem é a Mattilda, mas experimentem indagar, a quem quer que encontrem na rua, "aonde é que vive O Bin Laden?"... e, ... sejam BEM-CHEGADOS, a minha casa!
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(*) Eu é que, definitivamente, ando a aprender umas coisas muito interessantes e valiosas sobre a atenção que se deve dar à escolha da qualidade, excelência e categoria de todos os estabelecimentos de ensino, com o nosso MCTES - honra lhe seja feita.

quarta-feira, outubro 18, 2006

*INOVAÇÃO na ARITMÉTICA*: 5=5, mas pode ser que 5≠(3+2) porque (3+2) =3

Tornou-se, para mim, agora evidente a razão porque as classificações das provas específicas de matemática no acesso ao ensino superior conferem cotações positivas apenas a 25% dos estudantes.
Na verdade, a matemática e até a aritmética são sujeitas actualmente a avanços "tecnológicos notáveis" dificílimos de acompanhar.
Os meus poucos e valorosíssimos leitores exigem-me, naturalmente, uma justicação para esta minha afirmação tão peremtória e também para o título deste "post"?
Aqui vai:
Por razões que não vêm ao caso - e que não se trata de nenhuma situação de "inside trading" - tive acesso a uma proposta de uma adequação - à luz ao Decreto-Lei n.º 74/2006 de 24 de Março (o tal do Espaço Europeu de Ensino Superior) - de uma licenciatura bitápica (5 anos) numa determinada engenharia do subsistema politécnico, que se supõe venha a ser "convertida" em 2007/2008 numa licenciatura de 3 anos.
Como o DL Decreto-Lei n.º 74/2006 exige em cada passo/palavra/letra do seu articulado, que o politécnico forneça como produtos de formação "profissionais" - subentendendo, os mais desavisados e distraídos, do principio que, a Universidade fornecerá como produtos da sua formação "académicos/investigadores"- também àquela equipa, proponente da adequação (já muito batida nestas andanças da profissão da referida engenharia), causou bastante preocupação (eu diria obcessão) em continuar a atender aos requisitos profissionais dos futuros licenciados de 3 anos na especialidade dessa engenharia politécnica.

A proposta de formação a que chegaram fundamentou-se então numa análise detalhadíssima dos resultados de aprendizagem, para ambas formações - a da pré Bolonha "lusa" (Licenciatura bi-etápica) e a da futura pós Bolonha "lusa" (Licenciatura, eventualmente, seguida de uma proposta de um "novo" mestrado profissional, exactamente no mesmo ramo de actividade) - que conferissem todas as competências exigíveis, àquela especialidade de engenharia, a nível de organizações profissionais nacionais e estrangeiras.
Ao contrário do previsível pelas versões mais avançadas da "actual" aritmética (ir)racional pertinente à nossa Bolonha, e apesar de todos os esforços desenvolvidos, os proponentes não conseguiram "encaixotar" as competências e os resultados de aprendizagem da actual Licenciatura bi-etápica, nas competências e resultados de aprendizagem da nova Licenciatura - ora vejam aqui ao que eles chegaram - uma matriz que cruza os RESULTADOS DE APRENDIZAGEM* de uma e de outra licenciatura: os quadrados verdes significam que o transporte/convergência/fusão de resultados de aprendizagem são pacíficos e até desejáveis, enquanto que os quadrados vermelhos significam que, no processo de adequação da bietápica à Licenciatura de 3 anos, serão expulsos da anterior formação bietápica diversos resultados de aprendizagem académica, imprescindíveis a um profissional de engenharia....
* Aqueles RESULTADOS DE APRENDIZAGEM (RAi) foram definidos e analisados à luz de competências (definidas em Novembro de 2005) pelo projecto Europeu EUR-ACE, dos actos de Engenharia, ainda pouco definidos, pela Ordem dos Engenheiros (compreendo só agora porque ainda não os definiu) e dos Perfis de Formação já expressos, para Bolonha, pela Associação Nacional de Engenheiros Técnicos, e ainda dos critérios de acreditação utilizados até agora, pela Accreditation Board of Engineering and Technology dos Estados Unidos.


Conclusões que tirei dos esforços da frustrada equipa:

1ª - estes proponentes oriundos do subsistema politécnico ignoram as regras básicas da nova aritmética, pela qual 5=3;

2ª - a maioria dos proponentes do subsistema universitário também não atinou com a mesma regra da nova aritmética - daí que até surgiram, em algumas instituições universitárias porque o podem fazer, propostas mono-bloco de mestrados integrados (5=5);

3ª - as instituições universitárias andaram muito bem porque se na verdade não cumprem o Processo de Bolonha - "a system essentially based on two cycles : a first cycle geared to the employment market and lasting at least three years and a second cycle (Master) conditional upon the completion of the first cycle" - estão a alinhar-se pela permissividade específica (e potencialmente remunerada) que lhes foi conferida, pelo Decreto Lei 74-2006, mas sobretudo pela posição da ABET para garantia da acreditação internacional futura de profissionais de engenharias "Specifically, the reports recommend that the bachelor’s degree "be considered as a pre-engineering or ‘engineer in training’ degree," rather than the first professional degree, as the bachelor’s is widely considered now " - posição essa (datada de 1 de Setembro de 2006) que, a concretizar-se a curto prazo, irá influenciar os 8 países signatários do Acordo de Washington e, claro que rapidamente, também a própria posição europeia sobre o tema "exercício legal" da profissão de engenheiro no espaço europeu e no mundo.

4ª - Se às instituições politécnicas portuguesas, que cumprem e reunem as condições legais para leccionarem a nível de mestrados, não lhes for também rapidamente autorizada a leccionação a nível de mestrado, a breve trecho deixarão de ter alunos por se verem impedidos, por caprichos de um Decreto, de poderem cumprir critérios básicos de formação profissional efectivamente acreditada, nas áreas de engenharia, aonde quer que seja utilizada a aritmética tradional: 5=5 ou 5=3+2, mas nunca 5=3, isto é, só em todo o resto do mundo.

5ª - Se muitas pessoas e instituições respeitáveis de ensino superior nacional - todas muitíssimo responsáveis e algumas de elevado gabarito intelectual e pessoal - não conseguem ainda compreender que 5 pode ser igual a 5 ou igual 3 (dependendo dos "interesses" do sujeito observador e do seu raio pessoal de manobra política), como é que que podemos esperar que os nossos alunos do ensino secundário possam alcançar bons resultados de aprendizagem em matemática?


Por favor digam-me. rapidamente, que eu estou errada! OBRIGADA!

sábado, outubro 14, 2006

O Quarto 101 do «MInistério dos ESCOLHIDOS por "outros" e BENEFICIADOS por nós»

Na página do MCTES vem sendo publicada, desde a passada quarta feira, documentação que (des)esclarece os eventuais interessados sobre os contornos, cada vez mais difusos, em que se anda a trabalhar nuns quantos protocolos - cujo custo total "estimado" para o OE é de 140 M€ até 2011 - com instituições internacionais (até agora 3); um dos quais com o MIT - super financiado para umas quantas ENGENHARIAS, e uns restitos de financiamento para a GESTÃO.
Outros dois acordos estão já na calha - um com Carnegie Mellon University - CMU, e outro com a University of Texas at Austin - UTA.

Se, inicialmente, tudo parecia logo muito estranho - foram identificadas, para o acordo com o MIT, sete universidades mas os reitores não sabiam - com estes adicionais informativos, agora é que a "estratégia global" para o sector, embrulha de vez!
E, é assim:
Nenhum acordo - mesmo aquele subscrito pelo MIT - envolveu qualquer "assessment" de UNIVERSIDADES/ESCOLAS e sim, quanto muito, apenas o trabalho realizado por ALGUNS quantos DOCENTES (?)/INVESTIGADORES (?) ou, globalmente, o trabalho de ALGUNS CENTROS de investigação SEDIADOS em instituições universitárias e UM POLITÉCNICO (IPPorto), única instituição politécnica que é mencionada, em tudo isto, e incluída no acordo com a UTA.
Assim, e como primeira conclusão importante: não foram as universidades/escolas que reuniram as condições de excelência, e sim tão somente alguns dos seus investigadores/docentes que trabalham em alguns Centros de investigação SEDIADOS, nessas tais universidades/escolas que, desta forma, não passam para o efeito, de "meros senhorios" de sedes de centros de excelência. Seria de muito bom tom, e até eticamente aconselhável, não se aproveitarem do facto de serem simples locatários de espaços dedicados à investigação, para os usarem como publicidade enganosa à sua propria "excelência de ensino-investigação".
Esses protocolos são agora referidos como tendo "outputs" de EXEMPLOS/MODELOS, que podem ser seguidos por outras entidades públicas e privadas. Acharei muito bem, se «o exemplo/modelo» for integral, isto é, se todos forem SEMELHANTEMENTE FINANCIADOS para chegarem aos mesmos resultados.
Meus amigos, com dinheiro dos outros para os nossos gastos, qualquer um faz habilidades/flores/festas EXCELENTES...
Todos sabemos que algumas empresas privadas (até agora, 10) se interessam por investigação avançada, e se forem parceiros de protocolos, FINANCIADOS e PAGOS, com instituições de elevado estatuto internacional, tanto melhor - só têm a ganhar com isso.
O que eu gostaria e, se calhar, o resto do país precisaria muito de saber é:
1º - o que devem fazer - e em que condições financeiras:
- as outras 245 564 pequenas e médias empresas (PME), as quais constituíam (1998) 99,5% do tecido empresarial nacional e eram geradoras de cerca de 75% do emprego (1,9 milhões de postos de trabalho) e de 59% do volume total de negócios do país (137,8 mil milhões de euros); afinal são estas que nos sustentam a todos nós e a todas as fantasias governamentais, ou não? (ver aqui)
- os largos milhares de doutorados (já existentes no país) sem sustentação financeira garantida;
- as empresas "altamente lucrativas" e de "base tecnológica" já criadas, e também financiadas, nos parques tecnológicos (são já 140, só no Taguspark, não são?) ;
2º - Para que serviram então os custos anuais suportados até agora, pelo estado, com a Ciência e Tecnologia?
Volta e meia, este meu país origina-me os mesmos pesadelos distópicos de Winston Smith no quarto 101....!
__________________
OS DADOS ESTATÍSTICOS disponíveis, sobre a caracterização da estrutura empresarial nacional são LAMENTAVELMENTE MUITO escassos e antigos (1998), mas podem-se também consultar informações aqui e aqui. De acordo com a Associação Nacional das Pequenas e Médias Empresas, actualmente, a situação é: são 264,000 empresas, 100.000 empresários; 99,9% das empresas portuguesas são PMEs; empregam 75% da população; e representam 70% do PIB.
Para se formar uma opinião comparativa com outros países europeua, vale a pena também consultar "Key figures on European business", Data 1995-2005, Luxembourg: Office for Official Publications of the European Communities, 2006. ISBN 92-79-02576-7, de 2006.

sábado, outubro 07, 2006

Progresso dos "ratios" e dos indicadores portugueses....

A figura à esquerda mostra-nos uma cena Portuguesa, de troca de Lâmpadas. Ignoro quem foi o autor, mas lembrei-me de a ter no meu arquivo de imagens, e de a dever divulgar aos meus leitores, para poderem conferir como a nossa performance está a melhorar, pelo indicador: quantas entidades serão necessárias para... ?
Ora vejam:
No Público "online" li a seguinte notícia:
Até que enfim, aqui está uma declaração que me convence, como cidadã, a contribuir felicíssima com os meus impostos, para um desígnio nacional imprescindível, por exemplo, para as Universidades portuguesas -..."Segundo Mariano Gago, o acordo alcançado [com o dito MIT] permitirá concretizar programas de mestrado profissional e doutoramento para engenheiros dos sectores industrial e universitário envolvendo centenas de alunos portugueses".
Perfeitamente de acordo! As nossas universidades precisam mesmo de quem as ensine a organizar "mestrados profissionais". Como sempre, o MCTES esquece-se de pequenos detalhes - se eu fosse a ele, já tinha torcido os orelhais de toda a minha equipa de colaboradores. Francamente,... Não o fazendo, só pode ser um santo, ou ele ou nós!
Entre os detalhes esquecidos, destaco o Decreto Lei 74 de 2006, Artigo 18.º - Ciclo de estudos conducente ao grau de mestre, nos pontos 3 e 4:

"3 - No ensino universitário, o ciclo de estudos conducente ao grau de mestre deve assegurar que o estudante adquira uma especialização de natureza académica com recurso à actividade de investigação, de inovação ou de aprofundamento de competências profissionais.
4 - No ensino politécnico, o ciclo de estudos conducentea o grau de mestre deve assegurar, predominantemente, a aquisição pelo estudante de uma especialização de natureza profissional."
Muito bem visto!
Gastaremos então dinheiro (~32 milhões de Euros, nos próximos 5 anos ) para 10 Escolas universitárias, entre outras vantagens, aprenderem com o MIT a executar o que por lei é já uma atribuição específica (..."sine qua non"...) do sub-sistema politécnico - "mestrados profissionais".
Mais adiante, no referido artigo, podemos ler "Haverá ainda, adiantou, viagens permanentes de professores entre os Estados Unidos e Portugal."
Bastante bom, para esses professores - é que enquanto andarem "em turismo científico", escusam de ver/saber, como nós, certas coisas ..., por exemplo, como as da figura dos "naipes", que nos mostra "as áreas científicas" objecto do acordo, e as instituições envolvidas.
Porque são essas instituições não sei, mas que algumas são omnipresentes e omniscientes, lá isso são - elas, pelo menos, não duvidam, e eu testemunho - sob juramento e juízo - a sua constante omnipresença!
Fico tão mais descansada ao imaginar as garantias que me podem dar, na área científica de Sistemas de Bioengenharia, 5 escolas universitárias, dedicadas a esse assunto - sem que ninguém mais possa "meter o bedelho" sobre o tema - felizmente, sob a batuta do MIT (Atenção, que no MIT -- até ver -- eu confio).
Não falhará nada, sobretudo, se atendermos à "governação" do acordo; acordo este que, tanto quanto se sabe, nos custará a todos cerca de 32 M€ nos próximos 5 anos (mas penso que ninguem sabe quase nada, incluindo os directamente envolvidos) - até o Senhor Presidente do CRUP (*) já admitiu que também gostaria de saber mais qualquer coisinha....
Entretanto, sabemos todos que foi, precavidamente, acautelada uma "governação" do protocolo, esquematizada na última figura.
Então, não ficam entusiasmados?
Também... Estes meus leitores são mesmo difíceis de contentar.
Por mim, fiquei mais contente, esperançada e aos pulos, do que um Labrador amarelo legítimo....

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(*)ver em: "Declarações de José Lopes da Silva, Presidente do Conselho de Reitores - gostaria de saber mais sobre acordo entre Governo e MIT". 07.10.2006 - 14h28 Lusa.

Tem toda a razão Senhor Reitor, todos nós também gostaríamos de saber bastante mais sobre o assunto! Mas, ... Olhe, ....feliz de quem "deus" quer bem....!

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ADITAMENTO (8 de Outubro, 2006, 20:47)- Documento do MINISTÉRIO DA CIÊNCIA, TECNOLOGIA E ENSINO SUPERIOR - "Novas parcerias internacionais em ciência, tecnologia e ensino superior. Lançamento oficial do Programa MIT – Portugal", DOCUMENTO ORIGINAL.

quinta-feira, outubro 05, 2006

Os Círculos de Villarceau

A figura, à esquerda, mostra-nos uma interessante interpretação de Olav Kristensen sobre "Os Círculos de Villarceau"- os Círculos de Villarceau são sólidos com uma geometria tal, que quando cortados por um qualquer plano arbitrário, resulta sempre num par de cortes perfeitamente circulares - isto é corta-se daqui, mexe-se dali, muda-se tudo, mas se e quando resulta bem o resultado é o mesmo - círculos.
Não sei porquê, mas a mim parece-me também
que a nossa educação terciária é um círculo de Villarceau, revira-se o sistema e os subsistemas, mas continua tudo cada vez... mais cada vez, e não se percebem bem os objectivos de tanta andança ou "falança" - até porque andamos sempre em círculos.
O Processo de Bolonha, por exemplo, não foi acautelado! Já não é novidade que foram legalizados alguns cursos com a lusa implementação do processo cursos que não cumprem os requisitos do Processo - ex. Mestrados Integrados. Digo isto, porque a Declaração que, hipoteticamente o rege diz, textualmente, o seguinte:
The Bologna Declaration of 19 June 1999 involves six actions relating to:
"- a system of academic grades which are easy to read and compare, including the introduction of the diploma supplement (designed to improve international "transparency" and facilitate academic and professional recognition of qualifications);
- a system essentially based on two cycles : a first cycle geared to the employment market and lasting at least three years and a second cycle (Master) conditional upon the completion of the first cycle;
- a system of accumulation and transfer of credits (of the ECTS type already used successfully under Socrates-Erasmus); mobility of students, teachers and researchers; cooperation with regard to quality assurance; the European dimension of higher education."
Ou seja, houve instituições a que esta aberração dos mestrados ditos "integrados" foram devidamente "autorizados" (leia-se com financiamento legitimado para os dois ciclos) com base na nossa legislação que imperceptivelmente os viabilizou. Outros, porém, não foram aprovados, exactamente, com base na mesma lei e com igual detalhe explicativo.
Bom, pelo menos, garantiu-se absoluta equidade! Não há cá explicações para ninguém!
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Dizem que quem come carne de pavão consegue adivinhar.
Já coloquei uns ovos para chocar, e venderei barato os "pintos" de pavão a quem precisar - é um negócio garantido - a partir destas políticas, os resultados antecipam-se apenas por adivinhação! Clientes terei muitos com certeza, especialmente, no resto da Europa!
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Ah! E esqueci-me de lhes dizer que, pelas portarias de registo de adequação e de criação de novos cursos, não consegui perceber como se distinguem as formatações das formações pré e pós - transformação para adaptação ao espaço europeu de ensino superior - só se desconfia um bocado, porque se desatou a chamar de licenciaturas a formações de 3 anos... e que as "áreas «científicas» são deveras criativas".
E os ... os meus pavões que não saem do ovo.... nem sob hipnotismo.

domingo, outubro 01, 2006

"Desenrascanços" e Grampeadas nas TIC

Caros leitores, não reparem, mas ocorreu um problema tecnológico sério na minha baixada de linha telefónica - inundou e corroeu - transformou-se numa amálgama com uma linda cor verde, e tudo a uns 3 metros abaixo de nível do chão do vaso grande de minha casa, que eu chamo pomposamente de "jardim".
Depois de pedir o auxílio técnico especializado, fui informada que terei de enfrentar um longo processo de reconstrução de todo o sistema. Ignoro o tempo (Euros e paciência incluídos) que a resolução cabal desta questão irá consumir já que vai envolver os serviços de empreiteiro para re-construção de uma galeria de serviços.
'Tava-se mesmo ver, que não sobreviveria sem dar vazão ao meu vício terminal de "internet" (pertenço aos Internólicos Anónimos* - IA) ....Assim, sem lenço e sem documentos resolvi ser eu (sem qualquer formação) a fazer uma ligação clandestina, para não ficar incomunicável.
Tudo correrá muitíssimo bem neste blog, mas ainda não dei conta de proceder à apresentação de imagens nos meus posts, "sem destruir o blog", passei de uma "tal de largura de banda" de 4 Mbps para 64kbps, num ápice - não sei se tem influência ou não, mas o que é certo é que estou muito condicionada em transferência de alguns documentos - ex., imagens.
Mas com este " luso desenrascanço", continuarei a publicar na mesma os meus "posts" mas, por uns tempos largos, sem as imagens "decorativas-alusivas", que eu tanto gosto.
Snif! Snif! :(
Por causa disto, já empapei com choradeira copiosa um tapete enorme "tipo" Arraiolos e tenho um braço engessado - caí de uma escada "magirus" que usei na grampeadela. Não me perguntem aonde e como a consegui, porque eu sei mas não lhes digo!
Pode ser que alguma alma caridosa, me saiba dizer como aperfeiçoar a minha "grampeadela em redes e comunicações". Em contra-partida, se alguma vez precisarem destes "serviços clandestinos de redes e comunicações" estarei, naturalmente, às ordens.
_____________
* Já posso dizer, orgulhosamente, na próxima sessão de terapia em grupo dos IA: "Consegui estar 10 horas seguidas, sem espreitar nadinha do que se passou no ciber-espaço".