sexta-feira, março 30, 2007

PLÁGIO!!!!

Não viram já isto mesmo em qualquer lado?

Trata-se mesmo de um plágio da WEB CREATIVE WARDS, sobre a consequência para o subsistema politécnico, das políticas de educação terciária em Portugal.

Ora façam o favor de confirmar!
Via Blog Blasfémias (post: das 17:59 de 29 de Março)

quinta-feira, março 29, 2007

Tem a palavra um grande senhor

Lá que é esquisito, é! O bicho da figura e tudo o que fazemos - por exemplo, os nossos empresários falam uma língua, e quem os poderia ajudar fala de quê?
Tal como prometi, no post anterior, deixo (aqui) aos meus caros e raros leitores, o testemunho precioso de um dos Grandes Senhores de EMPREENDEDORISMO (letras grandes), sobre a forma como os nossos pequenos empresários VERDADEIROS sentem e percebem a nossa actual transferência de tecnologia.
Dá o que pensar não dá?
Percebe-se bem, porque é que uns precisam de uma coisa, mas nós insistimos que eles precisam de outra!
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Aproveitei passar por aqui, para corrigir as gralhas do post anterior.
Não me levem a mal, não é desrespeito, é só porque ando a voar muito baixo, por cima de tudo.

quarta-feira, março 28, 2007

Os avessos de desabafos e "bafos"

Fico sempre maravilhada com o tempo de antena de radio-televisão e as milhas quadradas de texto impresso, que os media rogam, dedicam ou concedem a qualquer um dos nossos professores universitários para discorrerem, do alto do seu omnisciente e omnipotente saber, sobre os mais diversos assuntos, incluindo actos de contrição pessoais, lamúrias, acrescentados de todos aqueles outros temas, sobre os quais nada sabem, mas que não se inibem de discutir, comentar, dar conselhos ou instruir, os restantes mortais, todos uns bárbaros e ignorantes.
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No entanto, que fique muito claro, que eu penso que os referidos professores, por natureza, palavrosos e pouco acanhados, fazem muito bem, em aproveitar qualquer pitada de publicidade gratuita, especialmente, quando ainda adicionam de lambuja uns pontitos mais na sua politicazinha institucional caseira.
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A título de exemplo do acabo de dizer, este "post" é apenas o primeiro, que irá tentar comentar algumas das afirmações do Senhor Professor João Gabriel da FCTUC da Universidade de Coimbra - que os leitores deste blog encontram aqui, e que é mencionado no post, imediatamente anterior, neste mesmo blog.
Um segundo "post", sobre o mesmo tema, também divulgará a posição de um empresário, a respeito ciência, tecnologia e inovação nacionais e que, a meu ver, responde muito bem, e esclarece algumas questões colocadas pelo mesmo Professor - a que eu, só para fingir que sou educadinha e controlada, chamarei das usuais perplexidades universitárias, incluindo as sempre citadas problemáticas do papel higiénico.
Claro que deixo, aos leitores deste blog, o texto original para vossa verificação, mas por absoluta falta de tempo (para o que lhes peço compreensão) vou comentar o texto, focalizando a atenção nas perguntas da jornalista (P), nos trechos das respostas do professor (R) que me deixaram absolutamente siderada e, se possível, o motivo (M) que me leva ao estado de quase choque:
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P: Bolonha aparece, normalmente, mais referenciado como o encurtar dos cursos. Mas não é só isso. No que diz respeito à FCTUC, o que é mais importante?
R:..... A menos que haja um desastre económico, vai haver um número crescente de alunos a ir para o estrangeiro. Portugal vai transformar-se naquilo que muita gente diz que é um liceu do ensino superior. É claro que a internacionalização dificilmente se vai verificar a nível, por exemplo, do ensino politécnico. .....
M: Parece ser objectivo europeu, grantir - a todos os seus mais do que 450 milhoes de cidadãos, dos 27 estados membros - precisamente a mobilidade e livre circulação de pessoas, bens e serviços, porque haveria de ser, precisamente, o subsistema politécnico a ter maiores dificuldades? Não percebi o fundamento!
Por outro lado, conheço instituições politécnicas em que muito perto de 10% dos seus alunos são estrangeiros; para não falar no financiamento e prémios internacionais que auferem. Por isso, não percebo bem as dificuldades especiais do subsistema, para a internacionalização, referidas pelo Senhor Professor. O que penso é que o Senhor Professor desconhece o subsistema! Se assim for, se eu fosse ele, calaria a minha boca. Mas, opções são opções....
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P: Bolonha acaba por criar licenciaturas de três anos. Justifica-se a continuidade do ensino politécnico?
R: Justifica porque há duas missões diferentes para estes cursos de licenciatura e é preciso que as pessoas entendam que o significado de licenciatura mudou. Aquilo que se designa tipicamente por ensino superior curto - o bacharelato ou o um primeiro ciclo - e que é a missão dos politécnicos, que se destina a formar pessoas com objectivos profissionalizantes imediatos.
M: Mas quem se julga ser este Senhor Professor universitário para se auto-permitir a definição da missão de instituições que desconhece? E também se o primeiro ciclo for, como ele diz, reserva de missão dos politécnicos, porque estão TODAS as universidades a leccionar este primeiro ciclo? É que nada nem em nenhuma documentação oficial europeia de todo o Processo de Bolonha, à excepção da nossa legislação nacional, não se vislumbra a mais pálida ideia de diferenciar "tipos" de formação de primeiro ciclo, nem de qualquer outro nível. Isto de tipos de formação, é uma das nossas variegadas criações, absolutamente, IDIOTAS e, sobretudo, não fundamentadas.
A ideia europeia é mesmo facilitar a mobilidade a TODOS e não prevenir mobilidade de alguns dos seus cidadãos. Por isso, não percebi o Professor, mas o Professor não parece estar interessado em que o percebam, desde que SUA mensagem passe...
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P: Mas essa diferença não está a passar para a camada mais jovem a quem cabe a responsabilidade de escolher...
R: Infelizmente não e eu acho que muito por culpa dos politécnicos. Genericamente, os politécnicos sempre tentaram evoluir até chegar a universidades. Acho que isso é um erro crasso e considero que o ministério tem tido uma orientação correcta nessa questão. Essa tentativa de aproximação dos politécnicos às universidades tem dois inconvenientes principais: fará com que os politécnicos a serem universidades só serão universidades de segunda. O grande déficite de Portugal é no ensino curto profissionalizante. Ora, se os plitécnicos tivessem essa clarividência - e a maioria não tem - estariam a apostar nessa faixa de mercado que tem um potencial de crescimento enorme e que o país precisa. Enquanto eles continuarem enganados a quererem ser universidades, serão sempre universidades de segunda e não servem o país.
M: Interessante este pensamento cristão da "culpa", mas o que penso que se passa é que as nossas universidades querem manter o seu estatuto de universitário, sobretudo, incluindo os seus especiais e preferenciais financiamentos e "status quo", mas para fazerem apenas, e só, o que pareceria ao país ser trabalho exclusivo de politécnicos - ex: transferência de tecnologia para empresas (sobretudo as PME), leccionarem tipos e níveis de formação, de públicos especiais, etc., etc., passando assim não os politécnicos a serem universidades de segunda, mas sim as universidades a serem simples politécnicos/liceus de ordem n - só que muito mais caras para prestação de um mesmo serviço - para os portugueses custearem. Mas já todos estamos habituados, e penso que até gostamos muito disso...
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P: Uma das grandes batalhas tem sido os cortes orçamentais. Até que ponto esses cortes vão afectar a sobrevivência de uma faculdade como esta?
R:É sabido que os cortes não facilitam nada. Mas por outro lado também podem ser uma ajuda para fazer as tais mudanças necessárias à própria evolução. É que as dificuldades financeiras tornam todos muito mais abertos à mudança porque sentem que não há volta a dar. Porque de facto estamos atrapalhadinhos para comprar papel higiénico, mas toda a gente percebe com grande nitidez a necessidade de mudar. E a alternativa é: ou deixam-nos arrastar e vamos ao charco ou aproveitamos isto e vamos cheios de força e conseguiremos enfrentar e até dobrar as dificuldades. Mas reconheço que há instituições que estão a fazer coisas muito erradas.
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Todos nós temos problemas com o número de alunos. E podemos resolver essa questão pela boa via ou pela má via. E primeira é nós sermos uma instituição de qualidade e conseguirmos atrair um número crescente de estudantes. Podemos ir pela via baixa, como muitos politécnicos fizeram, nomeadamente o Instituto de Engenharia que varreu a matemática das engenharias. Isto não é via. Eu respeito as opções deles mas só posso discordar profundamente. Admite-se que um estudante de engenharia - e quando os politécnicos sempre quiseram equiparar-se às universidades - entrem sem matemática.
M: Percebo que pode dar jeito a todas as instituições que os seus alunos, à entrada, detenham melhores formações. Mas o bom trabalho educativo de uma instituição, e a qualidade do mesmo estão muito mais relacionados com a sua capacidade de produzir um bom profissional, ajustado ao mercado, a partir de um aluno menos bem formado, do que parece ser o ideal do Professor João Gabriel, que poderá ser até o inverso?
R: ... Alguém percebe que um engenheiro não precise de matemática?
M: O Professor tem toda a razão - um engenheiro, QUALQUER UM, precisa mesmo de saber matemática! Assim - para um CANDIDATO a FUTURO engenheiro pode dar muito jeito à instituição e ao próprio candidato que este saiba matemática, à entrada do sistema; mas, o que o formando de engenharia precisa mesmo é de saber matemática, à saída da instituição, e não o inverso, como se pode deduzir da lógica do professor. Por outro lado, sendo desejável, que um candidato a engenharia saiba matemática, à entrada do sistema de aprendizagem, deve ser a tutela a impor a condição, e a tutela também sabe que, assim, reduz a apenas 25% os candidatos actuais às formações em engenharia e, a meu ver, foi só por isso que não tomou decisões no sentido desejável, deixando as instituições em roda livre, para as suas próprias opções. Faz bem a universidade que quer ter menos trabalho exigir "notas" de matemática à entrada de um curso de engenharia, se bem que as notas pouco garantem os conhecimentos, mas lá que é uma espécie de seguro, disso não tenho dúvidas; e estão muito certas todas escolas de engenharia se optarem por receber estudantes sem nota a matemática, e que só os deixem sair quando reunirem as competências e os resultados de aprendizagem necessários, à sua formação. A propósito, não percebi, pela entrevista, as exigências expressas em Resultados de Aprendizagem, que a instituição do Professor preconiza, se calhar por ser universitária nem precisa dessas minudências resolvidas, basta-lhes a sabedoria dos professores.
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P:...Para além dos cortes orçamentais, qual é a sua principal dor-de cabeça?
R: É, sem dúvida, a competição internacional. A grande preocupação que temos que ter é que ou o ensino superior português, e a Universidade de Coimbra em particular, se consegue afirmar internacionalmente ou vai ter um destino pouco brilhante.
M: Pois é verdade mesmo, como cidadã, eu espero que estas dores de cabeça deste Professor permaneçam e se agravem MUITÍSSIMO, até ele, e todos os outros como ele, conseguirem perceber que os competidores das Universidades Portuguesas são e devem ser mesmo e só as Boas Universidades nacionais ou estrangeiras, e não o subsistema politécnico. No caso da Universidade de Coimbra, e no lugar dele, eu não faria nada por menos de Oxford, Sorbonne, Harvard, UTA e essas... e a coisa que não me mereceria qualquer atenção seria mesmo o subsistema politécnico nacional, por falar nisso, também jamais falaria no MIT (politécnico).
Efectivamente, não temos as universidades que precisaríamos.
Mas que podemos nós fazer? Dêmos-lhes tempo!...
Pode ser que um dia...quem sabe?

terça-feira, março 27, 2007

Marcos, cercas e de(i)visas

Neste blog, já foi abordada uma questão de devisas e divisas.
Voltarei a este tema, desta vez, por causa de uma entrevista, de autoria de Eduarda Macário, 26-03-2007, do Jornal As Beiras, ao Professor João Gabriel, da Faculdade de Ciências e de Tecnologia da Universidade de Coimbra.
Por favor, vão lendo desde já, as opiniões de João Gabriel, porque merecem, e sobretudo, precisam de argumentação.
Não deixeirei de comentar o racicíonio do Professor, assim que puder... ver-me livre de algumas das minhas outras vidas paralelas :((

domingo, março 25, 2007

Tensão Superficial

Na Página do MCTES, neste ficheiro, podemos ler:

"Lisboa, 23 Março (MCTES) - O Governo aprovou na generalidade, para consulta pública até 6 de Abril de 2007, o decreto-lei* que institui o novo regime jurídico do reconhecimento de graus superiores estrangeiros.
...."

Agora, que tivemos acesso a uma ideia do que pode acontecer em termos de reconhecimento de formações superiores forasteiras, só nos falta saber bem, como vamos garantir a mobilidade interna, e entre subsistemas dotados de vigilância de fronteiras, muito mais segregadora e eficiente, que a do Espaço Schenghen. Ou, estou errada?
Perguntei isto, principalmente porque, como o próprio título da proposta indica, a mobilidade interna foi "martelo-rebitada", às pressas, para o seu conteúdo, mas naturalmente ainda não dá resposta a questões como as descritas, no "post" anterior deste mesmo "blog".

sexta-feira, março 23, 2007

Metodologia de 3 penas, ou desenterrando defuntos velhos

O acervo disponível, em sistemas de aquisição de competências, é espantoso e, asseguro-vos que estas se podem adquirir através das mais diversas origens e de instrutores impensáveis.
Desculpem citar-me como exemplo, mas as minhas persistência, incansabilidade e agilidade com que enterro/desenterro os "meus defuntos velhos" foram totalmente aprendidas com um meu cão - "fox-terrier", de nome Tinker (Amolador de Facas). De facto, ele mesmo que afivelado com açaime, e de trela que rebentava, num piscar de olhos, obstinadamente, perseguia, aterrorizava, matava de terror (e não só), e arrematava o seu prodigioso trabalho, enterrando TODOS os galináceos da vizinhança (mas só os que tivessem penas, na gama de cor cinzenta) deixando as improvisadas "campas", invariavelmente, assinaladas com 3 penas de fora - penso que se tratava de uma forma de "flag" personalizada. Quando os donos das vítimas apareciam em minha casa, entre desgostosos-ameaçadores, era só dizermos para o Tinker: 3 penas!!! E lá ia ele, desafiante, a correr mostrar-nos "as sepulturas", desenterrar "os despojos" e exibir os troféus. Tal e qual assim, estou eu, e está bem de ver, porquê:
Lembram-se, os meus caros e raros leitores, daquele documento "(Esclarecimento). Formações anteriores ao Processo de Bolonha são creditadas para a obtenção de novos graus", subscrito pelo MCTES, em 29 de Janeiro? Pois... esse mesmo!
Já não me recordo se, na altura, lhes disse ou não alguma coisa, sobre esse texto. Mas sei que pensei para comigo, em penas de cor cinzenta, e "arquivei-o", nos cafundós do meu "micro" num ficheiro que tenho baptizado de "3 Penas_MCTES_IMPORTANTES" e que, no susto, fui desenterrar um destes dias!
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Palavra de honra que me passei!
E passei-me, porque fiquei a saber que as instituições de ensino superior - mesmo as que já trabalhavam com configurações de formação que cumpriam todas as determinações do Processo de Bolonha (coisa mais antiga, que só esta) - são, praticamente, induzidas a procedimentos mirambolantes...
Assim, um qualquer bacharel (3 anos) que conclua o seu curso no ano i, auferirá de um diploma que inclue mais ou menos os seguintes dizeres "Bacharel em No Que Quer Que Seja". Isto, mesmo que a filosofia da sua formação só possa ser em tudo semelhante ao curso sucedâneo (também de três anos, mas que passo a chamar de Licenciatura "Bolonha") e que, formalmente, só entra em funcionamento no ano i+1; um seu colega de curso, que conclua a sua formação, no ano i+1, à custa de equivalências inevitáveis auferirá, de uma formação absolutamente semelhante (menos tempo de aulas presenciais, e mais tempo de trabalho individual) ao do outro formando, mas o título do seu diploma atestará "Licenciado em No Que Quer Que Seja".
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Apesar de já todos sabermos dessa "coisa" Kafkiana em Portugal, o que eu não sabia, era que o hipotético bacharel (ano i) da nossa estória, se assim o desejar, terá que custear (custo estimado: 300 a 500 Euros), perder tempo e aturar as estopinhas de um processo de equivalência de formações, para aceder a um comprovante institucional de equivalência à Licenciatura de Bolonha; ou, pior, e conforme reza o "esclarecimento", terá que pedir reingresso, "benevolentemente" sem numerus clausus, matricular-se, pagar propinas (custo estimado 700 a 800 Euros), e também perder tempo e aturar as estopinhas de um processo de equivalências - de desfecho, à partida conhecido - se quiser, legitimamente, aceder ao título de formação Licenciatura de Bolonha porque em tudo, as formações são, na prática e na teoria, coincidentes.
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Eu explico, só porque é muito simples: nem todas as instituições portuguesas levaram quase 18 anos, para se aperceberem das vantagens do Processo de Bolonha, o que não se dispunham era a enfrentarem as consequências, absolutamente, desviantes que o mesmo teve, em Portugal.
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Digo isto, porque, felizmente, na maior parte das instituições politécnicas ainda consideram o escalar 3 igual ao escalar 3, mas à conta de birras de PNVNFI [pessoas nunca voadoras (de espírito) e nunca, formalmente, identificadas, mas que todos sabem quem são] o 3 também passou a ser igual a 5 ou vice-versa.
E agora todos os que, perante as condições a que foram confinados, queiram natural e legitimamente, chamar ao seu ex-3 o mesmo nome do actual ex-5, têm que pagar o quê? e porquê? Impostos?
Penso que o MCTES devia cobrar estes custos às brilhantes pessoas que tiveram a ideia, totalmente PEREGRINA, e o coagiram a chamar a cursos de 3 anos de Licenciaturas; quando afinal as formações de 3 anos, das suas próprias instituições, nem sequer ficaram com a configuração determinada pelo Processo de Bolonha.
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Quando falo nisto, os meus caros e raros leitores vão desculpar-me a franqueza, mas começo a ver o UNIVERSO todo cinzento, e não apenas algumas das excelentes produções e realizações do MCTES.
Dizem-me que todas estas situações serão, naturalmente, clarificadas por legislação a publicar.
Ah! Sim?! E, acreditam nisso? Eu não!
Por mim, prefiro ir já enterrar qualquer coisa!
Só ainda não escolhi é QUEM! Ideias?
O meu Tinker, na rapidez de decisão, sobre a selecção das vítimas, era magistral, nunca chegarei "aos calcanhares (?)" do meu mestre.

segunda-feira, março 19, 2007

"KIS"

Mesmo que pensemos que o ponto de partida, pode ser insignificante, devemos ficar bastante esperançados quando lemos notícias como esta, do Público Digital, de 16-03-2007, 20:05:00 - da autoria de Pedro Ribeiro, que nos divulgou uma publicação do EUROSTAT, com o título: "Employment and earnings in high-tech sectors. A considerable increase in high-tech services jobs in Portugal, Cyprus and Spain" - de cuja documentação original, que podem consultar aqui ou aqui, extraí:
".....
By contrast, for all other countries employment in high-tech KIS (knowledge-intensive services) increased between 2000 and 2005. The highest annual average growth rates were found in Portugal (9.9%), Cyprus (8.8%), Spain (8.1%) and Luxembourg (6.0%). The annual average growth was below 5% for all other countries. ..."

Mas, a alegria de pobre é curtinha, porque de seguida, fiquei logo de pé atrás com as gabarolices despropositadas de um dos nossos "pilhas-montinhos" de glórias alheias, como esta da autoria do coordenador nacional do Plano Tecnológico, que nos afirma na página do Plano Tecnológico: "Este estudo, associado ao comportamento recente dos rankings, é mais um sinal de que o Plano Tecnológico está a mudar determinadamente o perfil da economia portuguesa e o contexto existente para o investimento e para os negócios."

???????? Meu Deus do Céu, serei eu que estou a ver mal?

É que não percebi o que é que poderá ter que ver uma TAXA de crescimento do KIS, observada entre 2000 e 2005, com as diversificadas, "boyants", useiras, vezeiras e babozeiras, a propósito de tudo e de nada, atribuídas ao Plano Tecnológico. Se os meus caros e raros leitores conseguirem perceber a lógica da interpretação de Carlos Zorrinho, importam-se de fazer o favor de me explicar muito devagarinho? Porque ele é outro governante que, definitivamente, não entendo!

OBRIGADA!

sábado, março 17, 2007

Palíndromas

Bastante atrapalhada pelas minhas estranhas vidas paralelas, tenho-me arredado dos acontecimentos da educação terciária - não me chega o tempo para o garimpo necessário ao processo, e só "pego muito leve" nas notícias alheias. Hoje, por exemplo, deu-me para me aperceber que, na página do MCTES, apareceu mais um projecto de pias intenções, pertinente à "Agência", mas ou eu não percebi nada (o mais certo), ou não detectei novidade nenhuma.
Alguém, na blogosfera, referia que se tratou de uma documentação extemporânea, e com a ordem trocada. Ocorrências destas, neste MCTES, também não são novidade, podiam até ser o seu lema estatutário! Mas, foi assim que fiquei sem saber se deveria "bater" logo no MCTES, se no gestor(a) da página do MCTES, ou no(a) administrador(a) dos conteúdos da mesma ou, à cautela, em todos; hoje, opto por "zipar" os meus comentários.
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Apesar do que já referi, e de não querer parecer ser muito irritante [:))] - até porque não só o pareço, como sei ser, e sou, muito contundente - não posso deixar de dizer aos meus caríssimos e raríssimos leitores: bem que os avisei! Recordem-se, por favor, do "post" do último 23 de Fevereiro, deste mesmo "blog", intitulado "aqui vai ser...", porque o documento do MCTES termina, como quase sempre, invariavelmente, assim: "..... No prosseguimento deste processo, e até Maio, vai ser apresentada à Assembleia da República a proposta de lei sobre autonomia, gestão e regulação das instituições de ensino superior, e será elaborado o novo Estatuto do Ensino Superior Particular e Cooperativo.
Até ao Verão vão ser aprovadas, após negociação, as revisões dos Estatutos da Carreira Docente Universitária, da Carreira Docente Politécnica e da Carreira de Investigação."
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Por falar em investigação e em páginas, uma das minhas dúzias de vidas paralelas, de ontem, foi gastar umas três horas bem medidas para, descabelada e desesperadamente, "hipnotizar a edição" de uma única paginita de um Relatório para a FCT. Acabei por esgotar a minha paciência (pavio curto), e sem saber se a correcção ficou ou não gravada nas respectivas bases de dados. Resumindo: As TIC da FCT e eu mantemo-nos em entendimentos muito difíceis, e com níveis de produtividade que contribuem para os baixos valores da média nacional; também não admira, penso que nem eles e, por certo, nem eu, temos servidores/computadores, nós trabalhamos só com fogareiros.... e com programações que...nem Deus sabe, e o Diabo já esqueceu.

terça-feira, março 13, 2007

Confusos? Não! Ainda não estamos!

Fonte da imagem:
http://myimaginarium.com/copperconfusion.html

Ontem, via Blog Co-Labor, conheci mais um outro Blog temático do Ensino Superior em Portugal - Blog de Campus Ensino Superior e I&D Negócios, do Jornal Negócios.
Particularmente interessantes para mim, neste Blog, encontrei dois posts que me deixam totalmente "fuzzi":
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Este, porque nos relata uma extraordinária declaração de Sebastião Feyo, aqui, com um elegante e complicado "chapéu" de coordenador nacional da implementação do Processo de Bolonha, e cito-o: "Temos que distinguir duas questões diferentes no Processo de Bolonha, que muita gente confunde: uma é a questão estrutural das formações, outra é a questão dos conteúdos e da forma como os cursos são dados - os chamados métodos de ensino"... "Os métodos de ensino têm mais que ver com a componente académica e a estrutura tem mais que ver com a componente política daquilo que é oferecido à sociedade."
Assim a seco, vindo de quem vem, eu nem sei o que pense de uma afirmação tão peculiar como essa, mas penso é que não condiz nada com a ideia que tenho (tinha) do Professor Sebastião Feyo, sobretudo, sendo ele, ao que suponho, também docente da FEUP, instituição aonde foram pródigos em fazerem aprovar "Mestrados Integrados", seja lá como "este nível" de formação vier a ser entendido, em qualquer um dos restantes países subscritores da Declaração de Bolonha, sobretudo considerando o espírito inicial da mesma.
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Claro que, se a oferta pública das formações não tiver nada que ver com os resultados de aprendizagem e estes com as métodologias de ensino, então o Processo de Bolonha complicou-se muito em Portugal, para os resultados até agora obtidos, e não se percebe para que serviu esta implementação motorizada a tanto(s) tempo(s). Eu explico o que quero dizer, com um exemplo: qualquer formação em engenharia ficaria arrematadíssima na perfeição, se os formandos fossem informados, com um "powerpoint" de um único "slide", descarregável "online", que lhes seria indispensável, em cada um dos seus futuros actos profissionais, atenderem com muito rigor aos Principios Gerais de Conservação de Massa e de Conservação de Energia - com apenas isto, formar-se-ia um Excelente Engenheiro (de qualquer especialidade), em menos de 30 segundos, e ao custo de uma chamada telefónica para números verdes (0800).
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E agora, como resolver o problema?
Penso que o conteúdo deste post traduz a opinião de Alberto Amaral, director do CIPES (Centro de Investigação de Políticas do Ensino Superior): "E agora? Penso que a última esperança reside na futura Agência de Acreditação a implementar em breve. E por isso faço votos para que nasça bem e que tenha dentes... " (????)
Será que a Agência de Avaliação e Acreditação para a Garantia da Qualidade do Ensino Superior precisa mesmo de "dentes"?
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Estranho é que os dois posts, traduzindo as opiniões de duas pessoas tão credíveis, avisadas e com tanto bom senso, evidenciem exagerado, esperançoso e injustificadíssimo sebastianismo, em relação a essa mítica "próxima-futura" entidade sobrenatural, "A Agência".
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A respeito deste assunto - "A Agência"- pessoalmente, prefiro acompanhar com muito interesse o pensamento de JVC, no seu "blog" ApontamEntoS. Pelo menos, parece que este Blogger, como é seu hábito, está a formular uma análise sistemática do que é ainda apenas um embrionário projecto da "AAAGQES".
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Como também tenho opinião, e gosto de encurtar as minhas razões, "A Agência" bem como outros assuntos, igualmente importantes para o ensino superior português serão referidos, com desenvolvimento qb., até ao próximo sábado, dia 17 de Março de 2007 - um "ides de Março", muito desfasado do calendário desejável, mas em fase com: "NOVA SESSÃO DO NOVAS FRONTEIRAS. O Conselho Coordenador das Novas Fronteiras promove, no próximo dia 17 de Março (sábado), às 15h30, uma sessão pública subordinada ao tema "Dois Anos de Governo a Abrir Novas Fronteiras para Portugal" (aqui) - esta publicidade é inteiramente gratuita.

sábado, março 10, 2007

Refracção

Dois bloggers temáticos sobre o ensino superior português demonstram-nos hoje, de forma muito distinta, que, felizmente, existem entre nós pessoas com pensamento integrativo, quando tratam de questões de educação nacional - são eles:
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1º - J. Cadima Ribeiro, do Blog Universidade Alternativa, que nos divulgou o endereço de uma petição online "Em defesa do Sistema de Reconhecimento, Validação e Certificação de Competências" - RVCC (http://www.PetitionOnline.com/rvcc/), com o objectivo de se requererem medidas que reforcem a credibilização das aprendizagens não formais, tão importantes em Portugal.

2º - Alexandre do Blog Co-Labor, cujo post Reforçar o sistema binário de forma inequívoca... pois é! não é? ( datado de 7 de Março de 2007) e o seu comentário num post, de ontem, do blog POLIKÊ?, revelam que detem fortes preocupações, e pensa, com muito interesse, na educação em geral, muito para lá do subsistema que integra.
Por causa do seu comentário, gastei hoje (e fiz gastar) duas horas à procura de uma publicação de 1994: "Construir vantagens competitivas de Portugal", orientada por Michael Porter e que, para os nossos bem e/ou mal, ainda manifesta total actualidade.
Como Alexandre mesmo nos pontuou, passaram-se quinze anos, mas seremos obrigados a fazer o tempo voltar para trás, e também nos relembra Mira Amaral, o nosso único governante que até hoje tivemos, dotado de experiência pessoal efectiva, como verdadeiro empresário. Talvez por isso mesmo, quando foi ministro, tenha conseguido, à época, mobilizar 47 entidades, das quais uma larga maioria de empresas eram efectivamente privadas, em torno do Desenvolvimento Sustentável, de Portugal.
E depois?
Depois, o que é que nos aconteceu? Encantámos?

O Alexandre, posteriormente, esclareceu, por mail, que lhe faltou salientar, no seu comentário, o Parque Tecnológico Mondragon, passando assim a Rede que descreveu a integrar 4 (quatro) Parques Tecnológicos e não apenas três, como o comentário refere.
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A educação de um país ou região não é uma soma de questões isoladas, antes porém, é um Problema Complexo, por isso não nos será resolúvel com soluções avulsas; então fazem-nos muita falta, em Portugal, pessoas com pensamento holístico, em detrimento das outras ,"embigadas", com ideias atomizadas, e reduzidas a estreitas bandas de visão periférica, que querem à força segmentalizar a política geral da necessária resolução estratégica.

Termino "o post" de hoje com uma citação de Fernando Pessoa, constante na contra-capa da publicação acima mencionada: "E outra vez conquistemos a Distância - Do mar ou outra, mas que seja nossa!"

sexta-feira, março 09, 2007

A 3ª Lei de Newton

Desta vez, mas só desta vez, a responsabilidade não é da Portugal Telecom, é só minha!
Seguindo os desígnios nacionais, também a minha produtividade, nas actividades bloguísticas, anda um tanto baixa.
Por outras palavras, posso exemplificar que Newton estava totalmente certo, relativamente à sua 3ª Lei - a tal da Acção e Reacção. É que no prosseguimento de um excelente trabalho de ausência de políticas* de Educação Superior, nem na Ciência, nem na Tecnologia portuguesas, também não me tem ocorrido nada para comentar - pessoalmente, preciso de alguma acção para reagir (às vezes, reconheço, que com uma reacção e tanto...).
Hoje, uma frase do artigo, do Diário Económico, assinado por Bruno Proença, "Trabalhar ou estudar. O ensino superior é um paradigma do país", fez-me sair do torpor. A frase é "...O sistema de ensino tem que ser revisto de cima a baixo. O desenvolvimento depende disso. Não há aumento da produtividade, crescimento económico, mais riqueza ou civismo sem melhor educação..." . Isto recordou-me aquela questão sobre a prioridade alternativa da existência ser o ovo ou a galinha... se bem que, não consigo imaginar Deus a chocar um ovo, por isso, para mim não existe dúvida nenhuma: sem políticas bem definidas não há educação que mereça a designação, em nenhum nível.
Qualquer coisa no referido artigo - e penso que foram as seguintes frases: "A solução tem que passar pelos cursos profissionalizantes e pela dupla certificação. Quem sai do secundário deve ter as duas opções: entrar no mercado de trabalho com a preparação devida ou seguir para a universidade" conjugadas com a pessoa de Newton - fez-me recordar Harold Abelson, um dos fundadores do Creative Commons (também professor do MIT):"If I have not seen as far as others, it is because giants were standing on my shoulders". Efectivamente, o ensino profissionalizante nunca foi prestigiado entre nós, e todas as decisões sobre as formações desadequadas ao país, não são se não o resultado óbvio das opções incompetentes de políticos de carreira ou que, quanto muito, acumulam as suas (in)competências com as da nossa quase imprestável educação terciária.
Dramático, para o país? É sim, se os continuarmos a deixar à solta!
Que sabem eles da vida real? O que leram nos alfarrábios, compêndios e artigos pseudo científicos, podendo ser estes mais ou menos bem indexados?
Pois é, enquanto essa gente não sair de vez do nosso caminho, Portugal continuará a viver, sob controlo remoto isento de qualquer responsabilidade, o seu realismo fantástico: "Access to information and influence through social networks also confers private benefits on individuals and in some cases can be used by individuals or groups to exclude others and reinforce dominance or privilege" ("The Well-being of Nations", de Robert Prescott-Allen, 2001).
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* Como se estará, por exemplo, a equacionar o desenvolvimento da investigação, da tecnologia e da sua transferência, nos actuais/futuros(?) Unidades de Investigação, Centros Tecnológicos, Laboratórios Associados, etc., etc....?

sábado, março 03, 2007

Bichos-papão? Quem os não tem?

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Refiro-me, claro, aos bichos-papão que aterrorizam a maioria de nós, desde a infância. Ora vejam:

1 - O meu papãozinho, por exemplo, e reparto-o com a SONAE, embora por motivos muito diferentes, é a Portugal Telecom.
Esta empresa de vanguarda e líder (salvo seja) das nossas telecomunicações nacionais é de uma eficiência imbatível - de cada vez que cai meio pinguinho de chuva cá pelas minhas bandas deixa-nos incomunicáveis por, pelo menos, uma semana.
É por isso que os meus caros e raros leitores, também têm um, andavam todos desolados, já a pensar que eu teria mudado de ramo, ou que alguém me tinha conseguido afivelar um açaime.
Não se assustem! Isto nunca vai acontecer. Os meus silêncios extemporâneos são a consequência directa de um "hobby" da PT. O desporto favorito deles, além de encher a paciência do Paulo Azevedo, é ouvir os meus desaforos-reclamações; pelo meu lado, vou passar a cobrar-lhes "cachet".

2 - A CRUP também tem um(a) "Papoa" (?) - a Agência de Avaliação e Acreditação do Ensino Superior - dou-lhes inteira razão, esta tem os defeitos todos (e outros ainda muito mais graves), que nos descreve Graça Barbosa Ribeiro, do Jornal Público (aqui). Mas, a este respeito, os Senhores Reitores também não precisam de se preocupar nadinha porque esta agencia, para funcionar, a menos que venha a ser constituída exclusivamente por sado-masoquistas, terá que ser paga e bem, e dinheiro é coisa que ninguém têm - por isso, é que o MCTES diz para as instituições avaliadas pagarem a avaliação (ah!, ah!, ah! mais uma outra inexcedível originalidade...... esta ideia é ilariante**, em Portugal). Bom, mas por isso mesmo, como eu dizia, não percam o sono, com essa questão.
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3 - Pela 2ª tomada de posse o Magnífico Reitor da Universidade de Coimbra expressou, desta feita pouco subtilmente, o seu receio da concorrência do politécnico em geral, e eu teria percebido mal ou ele quer também, na qualidade de recém empossado presidente do CRUP, "blindar os estatutos" ao subsistema?.
Acresce que o Senhor Reitor no seu discurso adiantou, com muita originalidade, que as formações (referindo-se às universitárias e politécnicas) se devem distinguir pela natureza, público-alvo, e designações diferentes... Por sinal, eu até concordaria com essa ideia, se a sua instituição não tivesse ""criado"" cursos vocacionados para o turismo, lazer, jornalismo e para "tecnologias de informação visual" e também não se tivesse interessado por formações para "maiores de 23".
Pois..... Pelo jeito, pimenta nos olhos dos outros não nos arde.
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** Estou até a imaginar um avaliado a questionar o avaliador: "Então Senhor(a) agente, quanto é que vai cobrar, à minha IES, para ter "boa nota" e ficar num lugarzinho dos de lá de cima do seu "ranking"?