sexta-feira, março 09, 2007

A 3ª Lei de Newton

Desta vez, mas só desta vez, a responsabilidade não é da Portugal Telecom, é só minha!
Seguindo os desígnios nacionais, também a minha produtividade, nas actividades bloguísticas, anda um tanto baixa.
Por outras palavras, posso exemplificar que Newton estava totalmente certo, relativamente à sua 3ª Lei - a tal da Acção e Reacção. É que no prosseguimento de um excelente trabalho de ausência de políticas* de Educação Superior, nem na Ciência, nem na Tecnologia portuguesas, também não me tem ocorrido nada para comentar - pessoalmente, preciso de alguma acção para reagir (às vezes, reconheço, que com uma reacção e tanto...).
Hoje, uma frase do artigo, do Diário Económico, assinado por Bruno Proença, "Trabalhar ou estudar. O ensino superior é um paradigma do país", fez-me sair do torpor. A frase é "...O sistema de ensino tem que ser revisto de cima a baixo. O desenvolvimento depende disso. Não há aumento da produtividade, crescimento económico, mais riqueza ou civismo sem melhor educação..." . Isto recordou-me aquela questão sobre a prioridade alternativa da existência ser o ovo ou a galinha... se bem que, não consigo imaginar Deus a chocar um ovo, por isso, para mim não existe dúvida nenhuma: sem políticas bem definidas não há educação que mereça a designação, em nenhum nível.
Qualquer coisa no referido artigo - e penso que foram as seguintes frases: "A solução tem que passar pelos cursos profissionalizantes e pela dupla certificação. Quem sai do secundário deve ter as duas opções: entrar no mercado de trabalho com a preparação devida ou seguir para a universidade" conjugadas com a pessoa de Newton - fez-me recordar Harold Abelson, um dos fundadores do Creative Commons (também professor do MIT):"If I have not seen as far as others, it is because giants were standing on my shoulders". Efectivamente, o ensino profissionalizante nunca foi prestigiado entre nós, e todas as decisões sobre as formações desadequadas ao país, não são se não o resultado óbvio das opções incompetentes de políticos de carreira ou que, quanto muito, acumulam as suas (in)competências com as da nossa quase imprestável educação terciária.
Dramático, para o país? É sim, se os continuarmos a deixar à solta!
Que sabem eles da vida real? O que leram nos alfarrábios, compêndios e artigos pseudo científicos, podendo ser estes mais ou menos bem indexados?
Pois é, enquanto essa gente não sair de vez do nosso caminho, Portugal continuará a viver, sob controlo remoto isento de qualquer responsabilidade, o seu realismo fantástico: "Access to information and influence through social networks also confers private benefits on individuals and in some cases can be used by individuals or groups to exclude others and reinforce dominance or privilege" ("The Well-being of Nations", de Robert Prescott-Allen, 2001).
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* Como se estará, por exemplo, a equacionar o desenvolvimento da investigação, da tecnologia e da sua transferência, nos actuais/futuros(?) Unidades de Investigação, Centros Tecnológicos, Laboratórios Associados, etc., etc....?

1 Comentários:

Anonymous Anónimo disse...

O nosso comum patrão denomina-se da Ciência, Tecnologia & Ensino Superior.
No Blog onde trabalho só posso escrever sobre E.S.
O seu post desinquietante tem como foco o sistema científico e tecnológico a tal metade que não sabemos se é macho ou se é fêmea.
O país (região, estado,…) que conheço razoavelmente melhor do que aquele em que nascemos, chama-se País Basco (Area: 7.234 km2 Populacão : 2.124.846 (2005) .... , um PIB per capita de 23300 euros e o nós, conseguimos um PIB per capita (acabadinho de chegar) que dá 14740 euros.
A finales de la década de los 80 Michael E.Porter elaboró el primer estudio sobre
Competitividad para Euskadi. Se trata del primer estudio realizado por Porter aplicando
su teoria sobre "Ventaja Competitiva de las Naciones" en un territorio no Estado. En
1990 visito Euskadi para presentar el estudio y sus conclusiones.
En 1991, el Gobierno Vasco impulsa la creación de la Comisión de Competitividad del
País y nombra a Michael E.Porter asesor del Vicelehendakari para la Competitividad.
Sucessivos Planos de Ciência, Tecnología e Inovação, têm vindo a dar impulso a três grandes Áreas Científico-Tecnológicas: ÁREA DE INVESTIGACIÓN BÁSICA: Da cobertura específica al nuevo conocimiento que se genere en aquellos ámbitos que la comunidad científica del país estime oportuno. El objetivo es generar nuevo conocimiento universal; el conocimiento como un bien para la sociedad vasca y para el desarrollo de la Humanidad.
ÁREAS CLAVE: Recogen los ámbitos de naturaleza científico-tecnológica (Competitividad, Medio Ambiente y Energía, Sociedad de la información, Calidad de Vida, Recursos Vivos) sobre los que los se pondrán en marcha las distintas acciones. La filosofía es apoyar el presente para alcanzar el futuro.
ÁREA DE INVESTIGACIÓN ESTRATÉGICA: Es el ámbito de la Investigación Básica determinado por las necesidades científico-tecnológicas estratégicas para el País Vasco en el medio/largo plazo. Trata de estimularlas nuevas generaciones de industrias sostenibles de futuro (Microtecnologías, Materiales inteligentes, Microenergía, Wireless, Empresa extendida, Biomateriales, Biofarmacología, etc.).
Tudo tem sido levados à prática com a obrigatoriedade de fazer alinhar em todos os projectos a Red Vasca de Ciencia, Tecnología e Innovación = 63 agentes científico-tecnológicos vascos + 4 Universidades + 3 Parques Tecnológicos. Prácticamente están representados todos los grupos que en Euskadi tienen algo que ver con la I+D+I con cerca de 10.000 personas dedicadas a actividades de investigación, y en un futuro cercano se espera llegar hasta los 71 agentes.
É ponto de honra que se faça avaliação ex-ante e ex-post.
Está disponível o LIBRO BLANCO DEL SISTEMA VASCO DE INNOVACIÓN
HORIZONTE 2010 (diagnóstico y directrices)
http://www.euskadi.net/r332288/es/contenidos/enlaces/libro_blanco_innovacion/es_8706/adjuntos/INDICE.pdf
«a partir deste endereço fazer download de todos os capítulos»
Esqueceu-me dizer que este povo, ainda teve de fazer face ao cordão de detonador, panelas de pressão e toneladas de dinamite.

Em 1992/3, Mira Amaral patrão da nossa indústria promoveu uma coisa que se chamou Fórum da Competitividade, segundo as regras do Bispo Michael Porter.
Recentemente, o cluster do vinho regressou ao ponto de partida e esboçou uma recuperação do trilho traçado quinze anos atrás.
Estratégia ou Aguardente? Ouvi perfeitamente!
Comentários para quê? São artistas portugueses…

Um abraço

Alexandre Sousa

sábado mar. 10, 10:37:00 da manhã 2007  

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