Progresso dos "ratios" e dos indicadores portugueses....
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Ora vejam:
No Público "online" li a seguinte notícia:
"Mariano Gago: acordo com MIT é um reforço extraordinário da Universidade portuguesa 07.10.2006 -15h18, Lusa".
Até que enfim, aqui está uma declaração que me convence, como cidadã, a contribuir felicíssima com os meus impostos, para um desígnio nacional imprescindível, por exemplo, para as Universidades portuguesas -..."Segundo Mariano Gago, o acordo alcançado [com o dito MIT] permitirá concretizar programas de mestrado profissional e doutoramento para engenheiros dos sectores industrial e universitário envolvendo centenas de alunos portugueses".
Perfeitamente de acordo! As nossas universidades precisam mesmo de quem as ensine a organizar "mestrados profissionais". Como sempre, o MCTES esquece-se de pequenos detalhes - se eu fosse a ele, já tinha torcido os orelhais de toda a minha equipa de colaboradores. Francamente,... Não o fazendo, só pode ser um santo, ou ele ou nós!
Entre os detalhes esquecidos, destaco o Decreto Lei 74 de 2006, Artigo 18.º - Ciclo de estudos conducente ao grau de mestre, nos pontos 3 e 4:
"3 - No ensino universitário, o ciclo de estudos conducente ao grau de mestre deve assegurar que o estudante adquira uma especialização de natureza académica com recurso à actividade de investigação, de inovação ou de aprofundamento de competências profissionais.
4 - No ensino politécnico, o ciclo de estudos conducentea o grau de mestre deve assegurar, predominantemente, a aquisição pelo estudante de uma especialização de natureza profissional."
Muito bem visto!
Gastaremos então dinheiro (~32 milhões de Euros, nos próximos 5 anos ) para 10 Escolas universitárias, entre outras vantagens, aprenderem com o MIT a executar o que por lei é já uma atribuição específica (..."sine qua non"...) do sub-sistema politécnico - "mestrados profissionais".
Mais adiante, no referido artigo, podemos ler "Haverá ainda, adiantou, viagens permanentes de professores entre os Estados Unidos e Portugal."
Bastante bom, para esses professores - é que enquanto andarem "em turismo científico", escusam de ver/saber, como nós, certas coisas ..., por exemplo, como as da figura dos "naipes", que nos mostra "as áreas científicas" objecto do acordo, e as instituições envolvidas.
Porque são essas instituições não sei, mas que algumas são omnipresentes e omniscientes, lá isso são - elas, pelo menos, não duvidam, e eu testemunho - sob juramento e juízo - a sua constante omnipresença!
Fico tão mais descansada ao imaginar as garantias que me podem dar, na área científica de Sistemas de Bioengenharia, 5 escolas universitárias, dedicadas a esse assunto - sem que ninguém mais possa "meter o bedelho" sobre o tema - felizmente, sob a batuta do MIT (Atenção, que no MIT -- até ver -- eu confio).
Não falhará nada, sobretudo, se atendermos à "governação" do acordo; acordo este que, tanto quanto se sabe, nos custará a todos cerca de 32 M€ nos próximos 5 anos (mas penso que ninguem sabe quase nada, incluindo os directamente envolvidos) - até o Senhor Presidente do CRUP (*) já admitiu que também gostaria de saber mais qualquer coisinha....
Entretanto, sabemos todos que foi, precavidamente, acautelada uma "governação" do protocolo, esquematizada na última figura.
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Então, não ficam entusiasmados?
Também... Estes meus leitores são mesmo difíceis de contentar.
Por mim, fiquei mais contente, esperançada e aos pulos, do que um Labrador amarelo legítimo....
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(*)ver em: "Declarações de José Lopes da Silva, Presidente do Conselho de Reitores - gostaria de saber mais sobre acordo entre Governo e MIT". 07.10.2006 - 14h28 Lusa.
Tem toda a razão Senhor Reitor, todos nós também gostaríamos de saber bastante mais sobre o assunto! Mas, ... Olhe, ....feliz de quem "deus" quer bem....!
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3 Comentários:
Já cá tardava a minha visita, Regina. Estive a pôr as leituras em dia, grande relapso, e o seu blogue bom trabalho me deu.
Pois é, também estou curioso para saber. Isso e o porquê dos sessenta e poucos por cento de aumento do orçamento do MCTES. Tem alguma ideia?
Ora MJMATOS, que bom vê-lo de volta ao activo - tem feito a maior das faltas à nossa blogosfera.
Em relação aos "por centos" - ainda estou a fazer contas, mas se nos lembrarmos que "os por centos", em números redondos, valem 250 M€, e que há o MIT, as dívidas da FCT - que andam à volta de 1 a 2 M€ por Universidade, que a ESA cobra 30,000 Euros/ano, que o Centro Ibérico pode estar na calha (estimo logo aqui um investimento inicial de cerca de 100 M€, já para 2007), que financiamentos de Projectos Europeus consomem pelo menos 25 a 50% em verbas nacionais, do seu valor total aprovado, que irá precisar de ajudar os doutorados e pós-doutorados, a conseguir uma ocupação que lhes garanta subsistência e mais-valias, que irá investir na Rede Nacional de Fibra-óptica, etc., etc... - o acrescento orçamental que o coitado teve, não lhe vai chegar para quase nada, se ele não mobilizar empresas privadas (mas privadas mesmo,e não daquelas empresas "start-up" ou "spin-off", que ele tanto gosta, mas que são e estarão por bom tempo, ainda financeiramente muito dependentes.
Se eu fosse ao MCTES já tinha contratado RESULTADOS DE APRENDIZAGEM - em carácter de urgência, numa formação pessoal em "manhas económicas e outras..." avançadas, numa "tríade" japonesa com reputação indiscutível...
Ora aí está uma matéria que merecia uma entrada própria. Obrigado pela informação.
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