segunda-feira, dezembro 29, 2008

Veja aqui o Futuro: 2009 e seguintes

Como os meus caros e raros leitores sabem muito bem - salvo em casos de raríssimas e evidentes excepções - que, desde 1985, para prevermos o futuro, podemos dispensar adivinhos, folhas de chá e também não precisamos de polir bolas de cristal...
Tmbém, não me estou a referir a visionários como Isaac Asimov, Buckminster Fuller ou a Artur C. Clarke; no que estou a pensar é que os chinezes comuns planeiam o que é para ser feito, em cada ano, durante a primavera do ano que o antecede...
Tudo se converte, assim, num projecto executivo de alta precisão.
Por exemplo, já se fala em manuais que nos dão conta da "Mecânica do Bem e do Mal".
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E nós, por cá?
Bom, nós somos a tal excepção de que vos falei!

De acordo com a "World Future Society", o futuro é desvendável mas, como sempre, e sobretudo em Portugal, é vantajoso dispormos de meios VÁLIDOS de pagamento para a contratação de especialistas, quero dizer, só precisamos de contratar Profissionais do Futuro, Projectistas de Cenários, ou Consultores de Futurismo, que são agora formações superiores com base em técnicas e ciências respeitabilíssimas - matemática, estatística, inteligência estratégica, eeconomia digital, eletrónica transparente, e... nanotecnologia (quem sabe, sabe) etc....
Isso mesmo!

Enquanto, em Portugal, as nossas IES não oferecem aí uns 3o00 cursos para 100 alunos, nesta atractiva área do saber, cá vou indo eu, em franco processo de auto-aprendizagem.

Perguntem-me lá o que vai ser o futuro do Ensino Superior, em Portugal?

A minha resposta fundamentadíssima é:
Não faço a mais peqena ideia. Mas olhem que esta também ninguém sabe!.

Tenham um Excelente 2009!
O meu vai ser óptimo, prescindi de todos aqueles meus inaptos bons propósitos, só li o capítulo do Mal daquele Manual de Mecânica...

sexta-feira, dezembro 26, 2008

TEIA

Hoje, no Diário de Notícias on line, na coluna "Sociedade" o Senhor Jornalista Pedro Sousa Tavares prova-me que a credibilidade do que decide publicar não é factor que o preocupe ou lhe mereça a mínima atenção.

Ora vejam o conteúdo da sua não sei, o que lhe chame, «publicação»?, na fonte, de onde extraí o seguinte trecho:
"Um diploma é garantia de menos desemprego, mas no 'top' da empregabilidade só três engenharias do Técnico têm níveis perfeitos. O DN diz o que procuram os empregadores.
Cursos politécnicos com negativa.
É o que se chama um "pleno" no pódio. De acordo com dados de Junho deste ano do Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, tendo em conta os desempregados que terminaram cursos superiores entre 2004/2005 e 2006/2007, apenas três formações conseguiram a proeza de não ter um único inscrito nos centros de emprego."

O documento de apoio que o Senhor Jornalista cita por alto -- mas que, efectivamente, não chega referenciar como seria de sua obrigação -- parece tratar-se do estudo do Gabinete de Planeamento, Estratégia, Avaliação e Relações Internacionais (GPEARI) intitulado:
A procura de emprego dos diplomados com habilitação superior (Quadros Estatísticos).

Não sei o que o Senhor Jornalista pretendeu dizer com: só três Engenharias do Técnico têm níveis perfeitos, [?????] acrescentando ainda o subtítulo inconsequente: Politécnicos com negativa [?????].
Estas duas afirmações desse Senhor Jornalista simplesmente não são verdades!

Em nenhum lado do citado documento se pode inferir as afirmações do Senhor Jornalista, apesar da Directora do GPEARI ter-lhe, ao que parece, tentado explicar o contexto e a relatividade dos significados da informação disponibilizada.

Não sei qual foi a intenção deste Senhor Jornalista, mas penso que a instituição que refere como a "melhor", definitivamente, não precisará de recorrer a publicidade falsa, e também não sei se as outras instituições que referiu "en passant" mereceram ser distinguidas por, informações ao contrário e inverdades de um artigo, a meu ver, nada cuidado, como o assunto mereceria.

"Os jornalistas não são trapalhões mas há trapalhões que são jornalistas."

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Ver na Tabela seguinte um exemplo da desinformação a que me quis referir neste post

Engenharia Electrónica e de Computadores

Habilitação

N.º Registos

Instituto Superior Técnico da Universidade Técnica de Lisboa

Licenciatura

61

Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto

Licenciatura

60

Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra

Licenciatura

14

Escola Superior de Tecnologia de Tomar do Instituto Politécnico de Tomar

Licenciatura

8

Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa

Licenciatura

6

Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra

Mestrado

4

Escola Superior de Tecnologia de Setúbal do Instituto Politécnico de Setúbal

Licenciatura

4

Instituto Superior Técnico da Universidade Técnica de Lisboa

Mestrado

2

Instituto Superior de Engenharia do Porto do Instituto Politécnico do Porto

Licenciatura

2

Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto

Mestrado

1


quarta-feira, dezembro 24, 2008

Confusões de retrosaria

Desejo, aos meus caros e raros leitores e aos incautos passantes deste beco, que possam entender que, tal como toda gente, ando muito baralhada.
Na verdade, no último minuto, fiquei indecisa por causa de problemas que ainda não identifiquei se são de retrosaria ou de tesouraria...
Resumindo: ainda não pensei nas lembrancinhas de ocasião, porque não consigo decidir-me como embrulhá-las.
À semelhança da nossa governação em geral, mantenho-me obstinadamente na incipiente fase de escolher as mais lindas "fitas" para os "embrulhos" que obstinadamente nos remetem...
Mas,.. desejo a todos que por aqui passem, umas festas com muita saúde, porque não tenho a certeza de, cinismos à parte, lhes poder desejar qualquer outra coisa.

terça-feira, dezembro 23, 2008

Já cá cantam 3

Fonte da imagem: The Three Tenors
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São agora 15, o número de curadores que integrarão os 3 Conselhos de Curadores respectivamente, de 3 IES: ISCTE, Universidade de Aveiro e Universidade do Porto, fora os mais 3 Fiscais únicos.
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Recapitulando:
Lei n.º 62/2007 de 10 de Setembro
Regime jurídico das instituições de ensino superior
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Artigo 131.º
Administração da fundação
1 - A fundação é administrada por um conselho de curadores constituído por cinco personalidades de elevado mérito e experiência profissional reconhecidos como especialmente relevantes.
2 - Os curadores são nomeados pelo Governo sob proposta da instituição.
3 - O exercício das funções de curador não é compatível com um vínculo laboral simultâneo com a instituição.
4 - Os curadores têm um mandato de cinco anos, renovável uma única vez, não podendo ser destituídos pelo Governo sem motivo justificado.
5 - Na primeira composição do conselho de curadores, o mandato de dois deles, a escolher por sorteio, é de apenas três anos.
6 - A fundação tem um fiscal único a que se aplica o disposto no artigo 117.º
(Nota da "Tradutora": A gestão patrimonial e financeira das instituições de ensino superior públicas é controlada por um fiscal único, designado, de entre revisores oficiais de contas ou sociedades de revisores oficiais de contas, por despacho conjunto do ministro responsável pela área das finanças e do ministro da tutela, ouvido o reitor ou presidente, e com as competências fixadas na lei quadro dos institutos públicos. Tal e qual como todas as outras...)

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Penso que as instituições de ensino superior que resolveram "passar a fundações esquisitas" fizeram MUITÍSSIMO bem - para obterem fundos extra, contabilizados do lado de fora do Orçamento de Estado, sem contribuirem para o Deficit (???) e de que, pelos vistos, não precisam sequer de prestar contas públicas - só precisam de ter cuidado qb. com as propostas que fizerem para a suas "figuras de proa terem a benção do(s) Governo(s)"; porém, se escolherem bem, esses mesmos curadores podem ser cooperantes para movimentar na direcção adequada múltiplas e variadas fontes de "receitas próprias".

De qualquer forma, as 3 IES mencionadas, foram bastante corajosas - sabem apostar em situações de risco controlado (nulo??), mas "dos fracos não reza a História" e, quando já tiverem bem creditados na sua coluna dos Haveres, os respectivos fundos adicionais - mesmo, considerando umas hipotéticas e REMOTÍSSIMAS implicações menos favoráveis, também "paciência, depois, logo se vê", não é mesmo?
Parabéns! MERECEM os bónus!
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PS - Problema, problema feio, só haverá quando e se as restantes IES decidirem, por desfastio, um dia também cuscar só de relance o "mapa da mina".

segunda-feira, dezembro 22, 2008

Como é que ninguém pensou nisto antes: Inovação é plagiar a natureza?

Meus caros e raros leitores digam-me lá, com toda franqueza, quantos de nós --- se acordássemos, de repente, em hipotermia grave, depois de termos adormecido ao relento, num lugar ermo de Marrocos à beira do Atlântico, com um turbante enrodilhado à volta da cabeça, totalmente ensopado em água, resultante da condensação do orvalho nocturno do deserto --- na vez de soltarem à ventania, todo vernáculo que conhecem, se lembrariam da possibilidade utilíssima e revolucionária de desalinizar água do mar, ao preço da "uva mijona"?
Digo-lhes já, pessoalmente, naquelas circunstâncias, eu poderia até nem abrir a boca, mas lá que eu "pensava aos gritos" na fraca reputação do modo de vida do ascendente feminino directo de alguém, mesmo que esse «alguém» fosse um sujeito indeterminado, eu pensava! Pois... é por causa disso mesmo que a maioria de nós(mortais) não faz nada o género inovador.
Ora bem, o que viu Charlie Paton, nas circunstâncias descritas, que a maioria de nós não veria?
Ele "VIU" um fenómeno meteorológico e, muito simplesmente, adicionou-lhe uma possibilidade de negócio - uma estufa que integra o fornecimento de água, energia e condicionamento ambiental, e que acabaria num projecto de desalinização de água, que se pode esquematizar assim:















E, finalmente, Paton em parceria com uma firma de arquitectos - GRIMSHAW ARCHITECTS - construiu um admirável modelo que integra a desalinizadora com um espaço lúdico - o do Teatro del Agua - previsto para Las Palmas.
Mesmo considerando, que ocorrerão algumas dificuldades de operação da estrutura com um by-product cultural - o teatro em si - e umas boas toneladas de sal, o projecto é a meu ver admirável e um excelente contributo para adiarmos a causa próxima da "3ª Grande Guerra" (a da água).

Não deixa de ser uma lição de vida: afinal é melhor não perdermos tempo a rogar pragas, para prestarmos mais atenção ao que anda a natureza a fazer por aí... e, muito simplesmente, copiar as suas modas e modos!
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"Global freshwater consumption rose sixfold between1900 and 1995 -more than twice the rate of population growth.About one third of the world's population already lives in countries considered to be 'water stressed'-that is, where consumption exceeds 10% of total supply.If present trends continue,two out of every three people on Earth will live in that condition by 2025.--Kofi Annan, (We The Peoples, 2000)."

sexta-feira, dezembro 19, 2008

Por aqui está tudo bem, cá vamos indo devagarinho....






















Via MCTES (aqui): Agência de Avaliação e Acreditação para a Garantia da Qualidade do Ensino Superior:
Curadores designam Conselho de Administração:
Alberto Amaral
Jacinto Jorge Carvalhal
João Duarte Silva
Paulo Santiago

quinta-feira, dezembro 18, 2008

Consumir, de preferência, antes da data de fabrico

"Avaliação da Ciência em Portugal - Melhores instituições, mais cientistas, melhor Ciência"
Foi ontem publicada pelo MCTES a Avaliação da Ciência em Portugal - Melhores instituições, mais cientistas, melhor Ciência.
Tenho uma leve impressão que em alguns casos fez-se justiça:

Ver aqui: Apresentação dos resultados da Avaliação de Unidades de I&D, 2007-08;
Ver aqui: Programa de Financiamento Plurianual - 2008, por Área Científica e Centro. [Esta informação estava disponibilizada aqui: http://www.fct.mctes.pt/unidades/08/?p=1 mas, depois, já não a encontrei em lado nenhum, e neste link a informação entra em looping; deve tratar-se de uma página - neste momento 3:39 da manhã de 19 de Dezembro - ainda em construção]

O financiamento de base das unidades de investigação por investigador será superior ao do período transacto.
Excelente - 5.500 Euros (2009); 4.500 Euros (2003-2008);
Muito Bom - 4.125 Euros (2009); 4.050 Euros (2003-2008);
Euros, Bom - 2.750 Euros (2009); 2700 Euros (2003-2008).

de onde, penso poder concluir: "mais vale ser rico e com saúde do que ser-se pobre e doente".

Parabéns aos sadios!

sábado, dezembro 13, 2008

Metodologia de aprendizagem: asneira e bofetão

O Jornal Público de hoje, e mais umas quantas fontes de divulgação das desgraças nacionais dizem-nos textualmente (por exemplo, aqui) que: O Tribunal de Contas (TC) detectou irregularidades na gerência de 2006 do Instituto Superior Técnico de Lisboa (IST), em Lisboa, e apresentou dez recomendações, entre as quais a cessação do pagamento de suplementos remuneratórios a dirigentes e membros dos órgãos de gestão ... e o Conselho Directivo do Técnico diz que "não foi detectada qualquer situação que configurasse desonestidade ou indevida apropriação individual ou colectiva de bens ou dinheiros públicos" e lembra que 60 por cento do orçamento do IST é de receitas próprias angariadas através da actividade dos professores e trabalhadores não docentes em projectos de investigação, bem como de prestação de serviços. "Os pagamentos são feitos com receitas próprias, são aprovados pela Assembleia de Representantes do Técnico e temos autonomia universitária para o fazer".
Quem tem razão?
Cá, para mim, as duas entidades estão certíssimas nas respectivas reacções. Mas... falou "finanças", já se sabe....

Pode ser que agora o IST, melhor, a Universidade Técnica de Lisboa a que pertence, entenda melhor - tal como a Universidade do Porto, a de Aveiro e o ISCTE já perceberam - as ENORMES vantagens de se optar por aquela contabilidade criativa, que nem conta para o cálculo do Deficit, da gestão flexível possibilitada por uma Fundação Pública de Direito Privado, seja lá o que isto for.
É verdade que o MCTES demonstra alguma fragilidade, quanto à confiança das instituições que tutela sobre o que lhes apregoa, mas que fez um notável esforço para que «algumas» escolas percebessem o alcance e o objecto dessa "sua inovação - Fundação esquisita" - isso fez.
Aliás, digo mais, a genial ideia tinha a "cara chapada do IST", porque mais nenhuma outra instituição reunia os critérios mínimos (por exemplo, um mínimo de 50% de receitas próprias) para o passar ser, também sabíamos... mas, como sempre, manda quem pode, e obedece quem tem juízo... o ISCTE teve MUITO juízo e o IST (UTL) não teve.
Esperemos que o IST (UTL) não se mantenha redundante em más opções futuras.
A metodologia de aprendizagem por tentativa e erro - ou por aproximações sucessivas - é quase sempre garantida, só que causa muitos dissabores dispensáveis. Eu que o diga, que não aprendo nunca..... que há efectivas mais-valias em sermos cigarras em vez de sermos formigas.
Por isso, mais uma vez, PARABÉNS ISCTE!

Dinâmica de Sistemas Complexos

"Quando estou de acordo com o conteúdo de algumas notícias, fico sempre na dúvida se o erro de interpretação é meu".
Que será que esta misteriosa frase quer dizer?
Que essa evolução merece mesmo ser um estudo de caso, lá isso merece: mas poderá considerar-se ser um hipotético caso de sucesso, ou quererá dizer só que pode tornar-se num caso sério?
Atendendo a que o sistema de ensino superior nacional evolui para a complexidade progressiva com charneiras esclerosadas ligadas só por arames, o mais certo é ser um caso de polícia, mas, agora com a "globalização", já na escala Schengen.

quinta-feira, dezembro 04, 2008

Peixes em lugares errados às horas certas

Na página 39 da edição impressa de Jornal Público de hoje (4 de Dezembro), Rui Antunes, Professor do Instituto Politécnico de Coimbra propõe uma ideia inovadora e, a meu ver, muito interessante:
O ponto central da sua proposta é "a defesa do princípio de que a carreira do ensino superior deve ter uma única categoria-base - a que todos os professores pertencem - e que o desempenho das funções de coordenação científica e pedagógica a que correspondem as actuais categorias de professor coordenador, associado e catedrático deve ser feito em regime de comissão de serviço, com duração limitada a cinco anos, a que se acede por concurso público nacional ou internacional."

Mais adiante diz-nos, "Este modelo de carreira permite: a) lugares de coordenação com duração limitada, potencialmente rotativos e ocupados com base no mérito curricular, reconhecido periodicamente através de concurso público; b) pressão para a manutenção da qualidade no desempenho profissional das funções de coordenação; c) reversão à categoria-base anterior; d) mobilidade interinstitucional de docentes através do recurso à figura de comissão de serviço no exercício das funções de coordenação científica; e e) acesso de todos os docentes aos lugares de coordenação, através da colocação cíclica desses lugares em concurso público."

Diz-nos ainda:

"De igual modo, o mérito no desempenho professional anterior pode ser recompensado com um esquema de progressão horizontal, em escalões remuneratórios da categoria-base, assente na avaliação do desempenho nas funções de coordenação e gestão. Neste caso, seria necessário definir, na ocasião da abertura dos concursos, não só os critérios curriculares para seriação dos candidatos, mas também os objectivos mínimos a atingir no exercício dessas funções ao longo dos cinco anos da comissão de serviço. No fim, o professor seria avaliado em função dos objectivos atingidos e/ou superados."
Só não concordo com dois aspectos da belíssima ideia do autor, quando atira para dentro do mesmo "saco" os cargos de gestão, desempenhados por eleição, poderiam dar acesso a este tipo de avaliação e progressão salarial. Misturar no mesmo caldeirão popularidades e objectivos educativos, científicos e de gestão, não me parece boa opção. Um outro aspecto, a considerar seria, talvez, pré-fixar o que deve acontecer quando os futuros coordenadores superem ou não cumprem os objectivos.
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Só mais um pontinho: Agradou-me muitíssimo que haja pelo menos um docente de ensino superior que apresente propostas pertinentes à rectificação de políticas anquilosadas desprovidas de horizontes, substituindo-as por uma orientação baseada em mérito, e mais me agradou ainda que esta iniciativa pioneira, ao nível da nossa educação superior, tenha partido de um docente do subsistema politécnico.

quarta-feira, dezembro 03, 2008

O chão pantanoso do Tio Patinhas

Ontem, 02.12.2008 - 17h18, o Público informava os eventuais interessados que o "ISCTE espera que passagem a fundação seja formalizada antes de 2009 - ISCTE espera que a passagem a fundação seja formalizada por decreto-lei este ano. A direcção do Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa quer começar no próximo ano a executar o contrato-programa."

Ouvi e li alguns comentários sobre esse assunto, no próprio Público on-line e na Blogosfera, mas nem todos pareciam ser favoráveis à decisão do ISCTE.

Admito que as questões das Fundações Públicas de Direito Privado são um negócio bastante nebuloso, mas não posso deixar de vos referir que, mesmo desconhecendo pormenores do Contrato Programa do ISCTE, umas contitas manhosas sobre o joelho, demonstram basicamente que:
O ISCTE - só por cumprir as suas obrigações de Instituição de Ensino Público, isto é, vai fazer o que todas as instituições públicas deveriam ser obrigadas, ou seja, executar um plano estratégico, por objectivos - irá beneficiar (para além do financiamento anual de base inicial habitual a que tem direito, como todas as outras, através da subscrição de um contrato-programa com o MCTES) da garantia de um juro anual global de cerca de 8,4% para um investimento, a 5 anos, de 8 milhões de Euros das suas receitas privativas (a quanto é que está a taxa Euribor, e não está isto com tendência para baixar?...)!
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Diga-se o que se disser, o ISCTE pode ser uma instituição sem lenços e documentos, mas que sabe fazer as contitas essenciais a uma sobrevivência confortável em ambientes fluídos, lá isso sabe!
Mesmo que os alunos do ISCTE só aprendam bem as regras básicas de mobilidade segura em areias financeiras movediças, para mim, o ISCTE passou a ser uma excelente instituição de ensino!
Os meus parabéns!