Peixes em lugares errados às horas certas
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O ponto central da sua proposta é "a defesa do princípio de que a carreira do ensino superior deve ter uma única categoria-base - a que todos os professores pertencem - e que o desempenho das funções de coordenação científica e pedagógica a que correspondem as actuais categorias de professor coordenador, associado e catedrático deve ser feito em regime de comissão de serviço, com duração limitada a cinco anos, a que se acede por concurso público nacional ou internacional."
Mais adiante diz-nos, "Este modelo de carreira permite: a) lugares de coordenação com duração limitada, potencialmente rotativos e ocupados com base no mérito curricular, reconhecido periodicamente através de concurso público; b) pressão para a manutenção da qualidade no desempenho profissional das funções de coordenação; c) reversão à categoria-base anterior; d) mobilidade interinstitucional de docentes através do recurso à figura de comissão de serviço no exercício das funções de coordenação científica; e e) acesso de todos os docentes aos lugares de coordenação, através da colocação cíclica desses lugares em concurso público."
Diz-nos ainda:
"De igual modo, o mérito no desempenho professional anterior pode ser recompensado com um esquema de progressão horizontal, em escalões remuneratórios da categoria-base, assente na avaliação do desempenho nas funções de coordenação e gestão. Neste caso, seria necessário definir, na ocasião da abertura dos concursos, não só os critérios curriculares para seriação dos candidatos, mas também os objectivos mínimos a atingir no exercício dessas funções ao longo dos cinco anos da comissão de serviço. No fim, o professor seria avaliado em função dos objectivos atingidos e/ou superados."
Só não concordo com dois aspectos da belíssima ideia do autor, quando atira para dentro do mesmo "saco" os cargos de gestão, desempenhados por eleição, poderiam dar acesso a este tipo de avaliação e progressão salarial. Misturar no mesmo caldeirão popularidades e objectivos educativos, científicos e de gestão, não me parece boa opção. Um outro aspecto, a considerar seria, talvez, pré-fixar o que deve acontecer quando os futuros coordenadores superem ou não cumprem os objectivos.
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Só mais um pontinho: Agradou-me muitíssimo que haja pelo menos um docente de ensino superior que apresente propostas pertinentes à rectificação de políticas anquilosadas desprovidas de horizontes, substituindo-as por uma orientação baseada em mérito, e mais me agradou ainda que esta iniciativa pioneira, ao nível da nossa educação superior, tenha partido de um docente do subsistema politécnico.
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