sábado, maio 31, 2008

Cabeça fria ou sangue de barata

Peço desculpas aos meus caros e raros leitores, porque tenho andado muito pouco, por aqui, mas já sabem, porque preso muitíssimo a opinião de todos os os que se interessam genuinamente pela educação superior, sobrevivo mesmo mal sem a vossa companhia - é que estou a ser vítima de blogger-jacking... para, em alternativa, eu fazer o quê?
E,...e, eu sei? Ando só para aqui...
.
Hoje, aproveitei uma pequena distracção dos meus sequestradores, evadi-me, e vim fazer um pequeno tour blogosférico.
Dei logo de caras com uma notícia, de há dez dias, do blog de Campus, intitulada "muita cabeça fria, muita paciência, e mais emprego próprio". Na verdade, até já a tinha lido e, de certa forma registado, mas não sei porquê, hoje, por causa da situação aflitiva das pescas e de ter ouvido por um dos seus representantes, as dúvidas dos pescadores, acerca das "parcerias científicas" para o sector, ao juntar ao anúncio que: Ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior preside à cerimónia de assinatura dos acordos de constituição de quatro Laboratórios Associados, segunda-feira, 2 de Junho, pelas 11:00" (Isto, só em salários para doutorados - e eles terão que consumir mais recursos para poderem fazer alguma coisinha... - vai custar, com certeza, para cima 17,0 M€/ano) fiquei assim, muito borocochó.
.
De volta, à "cabeça fria", afinal, nem uma meia dúzia de empresas privadas como a Unicer, Roche, Qimonda, etc... estão a valorizar os desenvolvimentos da educação superior, porque recomendam aos formandos enveredarem por iniciativas próprias - empreendedorismo; nem uma modesta actividade produtiva que sustenta só 1/3 do abastecimento nacional do pescado, parece identificar-se com as estratégias nacionais para a ciência e/ou a educação superior nacional....
Bom, mas com incongruências como estas - ao fim de 3 anos e tal - já nos habituámos...

Enquanto isso, vamos insistindo em opções (exclusivamente) políticas, e sem conteúdo, que parecem pouco consentâneas com as perspectivas dos mercados nacionais, e até internacionais.

Por uma busca ligeira, não sistemática, de informações sobre a pesca, fica-se a saber que:
- O sector das pescas da União Europeia é o segundo maior do mundo, fornecendo anualmente cerca de 7,3 milhões de toneladas de peixe proveniente da pesca e da aquicultura. A pesca e a transformação do pescado dão trabalho a 360 000 pessoas (aqui).
- Three (EU) Member States (Estonia 15%, Portugal 25%, Spain 39%) accounted for 80% of the EU-27 catches in 2006. (aqui)
- O emprego nas pescas em Portugal evoluiu assim: 38 700(1990); 30 937 (1995); 25 021 (2000); 18 085 (2005) e 17 261 (2006);
- O que irá fazer esta gente, bem como os seus filhos e familiares, quando a pesca acabar?
- O que faremos nós para nos desabituarmos de comer peixe? Nós comemos, 59 kg/"bico" e por ano, mais que duas vezes o que a média dos 25 europeus comem... Bom, aqui temos sempre a opção dos hamburguers da cadeia MacDonalds (a título de Declaração de interesses: não gosto, mas, no mais a mim, dá-me jeito). E, neste indicador, ainda estamos longe de noruegueses e islandeses...
- Também para se consultar alguma coisa sobre o sector das pescas portuguesas, no panorama económico nacional, através das estatísticas do INE, é de facto preciso ter vários doutoramentos, em ciências ocultas e pés de cabra, ou, será melhor ainda, termos paciência de chinês... Haja muita....

Afinal, parece que não sou só eu, que não sei bem o que ando a fazer...

Como nos aconselhava o artigo do Blog de Campus, diante deste quadro, é preciso manter a cabeça fria, .....sim, é verdade,...... ou isso, ou termos sangue de barata!

Bom, meus amigos, se puderem, fiquem bem!
Eu vou regressar ao cativeiro, não vão os meus personal-carcereiros dar pela minha ausência!

sábado, maio 24, 2008

Só para avisar... Aí vem ela!

quinta-feira, maio 22, 2008

Caminho certo

Que me aconselhariam fazer os meus caros e raros leitores, para obviar o estado de permanente surpresa dos nossos políticos?

Eu explico, ante-ontem, em Portugal, ficaram pelo menos duas pessoas de boca bem escancarada de pasmo - a primeira, foi o Senhor Presidente da República e, depois, com ele, fui eu!

Já a tarde ia alta, lá pelas 7:00 horas, vi descritos - no Público (aqui, se quiserem confirmar) - o estado de choque, espanto bem como os motivos pelos quais o Senhor Doutor Cavaco Silva foi apanhado desprevenido, num dos estabelecimentos do politécnico público, que decidiu visitar. O texto do Público, subscrito, por Margarida Gomes, rezava assim: «O Presidente da República, Cavaco Silva, confessou hoje, no Porto, que tinha "um conhecimento insuficiente do trabalho dos institutos politécnicos, principalmente na área da investigação e desenvolvimento", e exortou-os a apostarem na "diferenciação" em relação às universidades, porque esse "é o caminho certo". "Houve uma fase em que se pensava fazer dos politécnicos o mesmo que as universidades e eu sempre pensei que esse não era o caminho correcto".
(...)
"Eu próprio devo confessar que tinha um conhecimento insuficiente do trabalho dos institutos politécnicos, principalmente na área da investigação e desenvolvimento.

Estaremos nós no meio de uma daquelas preocupantes situações de pessoas distintas mas, exactamente, com o mesmo nome?

Quero dizer:

1 - Onde teria andado o Presidente do Conselho de Ministros de Portugal entre 1985 e 1995?
A maior taxa de crescimento dos politécnicos foi na vigência do seu governo.
Então, e deixam-se assim crescer "coisas" que não se sabe bem o que seja?:











2 - Onde terá andado o Senhor Presidente da República de Portugal, em 2007, quando aprovou, assinando de cruz, para o subsistema politécnico uma única classe de investigação, que não existe em Portugal, nem em lado nenhum, "Investigação Orientada", do famoso RJIES - assunto sobre o qual foi devidamente prevenido porque prejudicava a investigação no politécnico.

Se este Presidente da República não dá atenção ao que faz, como pode não se espantar, e não espantar os outros? Sobretudo, como pode dar agora conselhos?

Vamos começar por aqui: Quem são e de onde são os assessores do Senhor Presidente da República para a Educação Superior? Também não saberá quem são?


Deixo aqui, umas codiazinhas de pão, para que o Doutor Cavaco Silva e, na verdade, todos os nossos outros políticos continuem a demarcar o caminho certo do Politécnico, para continuarmos todos, com a boa desculpa, de desconhecermos qual é!

domingo, maio 18, 2008

Astronauta

Volta e meia, por causa de coincidências noticiosas, dão-me crises agudas de desconstrução.
Num intervalo dos meus mais recentes "lazeres" andava eu, despreocupadamente, a ler a última do blog de Campus, um diferendo entre os sindicatos e o MCTES. Fui confirmar pela blogosfera afora, e encontrei mais informação, sobre este tema, no Público, via blog Que Universidade? (aqui) e depois no Diário de Notícias (aqui).
.
Impressionou-me muitíssimo o ultimato feito pelos sindicatos porque, mesmo não subscrevendo, na generalidade, as suas metodologias e argumentações reconheço ser pouco defensável manterem-se cerca de 12 a 13 mil pessoas em "suspense", acerca do seu futuro. Penso mesmo ser inaceitável pelo desrespeito longamente evidenciado. Pior, fiquei fiquei realmente estarrecida com uma frase do texto do Diário de Notícias, subscrito por Céu Neves, pelo qual ficámos a saber que: O Senhor Ministro Mariano Gago "está sempre disponível para dialogar com as estruturas sindicais sempre que exista matéria para tal."
Quer dizer que o Senhor Ministro acha então irrelevante manter, durante quase um ano, milhares dos seus próprios colegas, salvo(s) seja(m), em Banho Maria sobre assuntos como a estabilidade profissional?
Durante um ano, não teve então, o senhor Ministro, uma nesguinha de tempo, para esclarecer o seus pares sobre o seu pensamento de futuro da Educação Terciária, mas encontrou tempo para uma actividade indispensável - comparecer na sessão de apresentação, no Pavilhão do Conhecimento, em Lisboa, do Concurso que a ESA abriu nos seus países membros para recrutar (acreditem-me!) novos astronautas.
Se não o livram de tentações, aposto que irá conseguir "desgrudar mais uma grana" para a ESA, à custa de outro desinvestimento na Educação Terciária, para financiar, isto é, oferecer, umas quantas viagens espaciais mas, entretanto, não investe um cêntimo no planeamento do futuro da Educação em Portugal.
Por outro lado, não vivemos já quase todos na Lua?

terça-feira, maio 13, 2008

Abraçar os cactos

A grande maioria das pessoas que dedicam o todo ou parte do seu tempo à investigação foram, simpaticamente, convidadas a assistirem, ontem, na Universidade de Aveiro, ao lançamento do Program Ciência 2008.

Mesmo quem não compareceu ao evento, pode encontrar uma cópia do discurso bastante positivo e incentivador proferido pelo Senhor Presidente da Fundação para Ciência e Tecnologia. Por outras palavras, se o senhor disse isso, ninguém o leva preso porque, estatisticamente, parece que a actuação do MCTES/FCT tem sido bastante favorável à Ciência; basta, para o efeito, contarmos a palavra MAIS no discurso.
Temos e teremos, então, pessoas mais qualificadas e prontas para serem cientistas, mas que têm também o direito a expectativas de futuro.
Pergunta: sem ser através do Orçamento Geral de Estado, essas pessoas têm futuro?
Do discurso, gostei particularmente da frase que se segue, sobretudo, das palavras a que darei relevância:
(....)
Mas se este balanço é muito importante, para avaliar a justeza das políticas executadas é-o também para devolver aos cidadãos portugueses os resultados do investimento que todos fizeram, e dos quais se devem orgulhar.
Não sei se durante a cerimónia do lançamento do Programa Ciência 2008, do dia de ontem, se esclareceu bem esse ponto: isto é, se os Portugueses querem ter mais cientistas, só porque querem, ou se querem como povo, no seu conjunto, viver melhor.
Por outro lado, na medida em que o nosso PIB é o nosso PIB (ver Tabela), e este não cresceu proporcionalmente ao crescimento da dotação da Ciência (46,5%), entre os anos de 2005 e 2007, fica-se sem se perceber esta generosa opção.
É verdade que o financiamento da ciência é "peanuts", se comparado com o PIB, mas, não temos outras prioridades, e também outras pessoas com expectativas?
Tudo estaria bem, se na própria página do MCTES para a divulgação pública do citado programa, não se tivesse falado também em "Financiamento competitivo", referência que já ouvi em outras ocasiões**...
Assim, o que eu gostaria de vislumbrar, no meio disto tudo, é:
- quem é que perde e quem ganha competitividade?
- qual é o futuro efectivo dos cientistas nacionais que agora são e serão acrescentados ao parque da ciência nacional?
Disse isto tudo, porque gosto muito de cactos, mas falta-me inclinação para lhes dar abraços.
____________________
Aditamento (13:03 de 14 de Maio de 2008):
** por exemplo (aqui)
De notar que:
"As universidades orientadas para a investigação não deveriam ser avaliadas nem financiadas na mesma base que as que são mais fracas na vertente investigação e mais fortes no aspecto da integração de estudantes provenientes de grupos desfavorecidos ou que actuam como força motriz para a indústria e serviços locais.
Para além das taxas de conclusão e duração média dos estudos e de emprego dos diplomados, deverão ser tidos em conta outros critérios para as universidades orientadas para a investigação: resultados de investigação, participações bem sucedidas em concursos para financiamento, publicações, citações, patentes e licenças, prémios académicos, parcerias industriais e/ouparcerias internacionais, etc".
Texto extraído de: COMUNICAÇÃO DA COMISSÃO AO CONSELHO E AO PARLAMENTO EUROPEU. REALIZAR A AGENDA DA MODERNIZAÇÃO DAS UNIVERSIDADES: ENSINO, INVESTIGAÇÃO E INOVAÇÃO. Bruxelas, 10.5.2006. COM (2006) 208 final.

quinta-feira, maio 08, 2008

Jardins para petiscar

Começar por algum lado...
.
Conheço uma pessoa a quem muito estimo, que é inabalável e peremptória na sua opinião acerca da sequenciação exacta, ABSOLUTAMENTE REQUERIDA para se levarem a bom termo tarefas muito complicadas, e que me diz frequentemente: Que trapalhada! Olha que por cima só se começam a abrir buracos! Recomeça do principio!...
Não sei bem se ela tem ou não razão, mas morro a tentar seguir não só esta norma dela, bem como ainda o conselho do Rei de Copas para o Coelho Branco (Alice no País das Maravilhas; e este último, é o nosso!): 'Begin at the beginning,'and go on till you come to the end: then stop.'
Claro que os meus alvos ambicionados nunca são modestos, e comandam-me sempre processos executivos.
Está claríssimo que o meu alvo executivo em matéria de projecto de construção de jardins de frutas e legumes é, nada menos do que o do Jardim de comer do Castelo de Villandry. Não morrendo antes, tenham os meus caros e raros leitores a certeza, que ainda lá vou chegar, mas por enquanto estou aqui, conforme mostram as duas imagens que se seguem:
















Isto tudo, só para explicar aos meus caros e raros leitores que felizmente incluem o Alexandre (Blog Co-labor), a razão porque terei que levar ainda algum tempo, a reunir competências para poder discorrer num texto de minha autoria, sobre alguns capítulos que fazem já parte da arte do Curso de Arquitectura Paisagista.
Mas aguardem-me, com paciência, porque ainda irei ser uma versão revista e aperfeiçoadíssima qb. do próprio Roberto Burle Marx...Estou em treinos!
Afinal, só a quem não sabe para onde vai, é que é permitido seguir por qualquer caminho, não é mesmo? (ainda uma citação da Alice no País das Maravilhas, este que só pode ser o nosso).

terça-feira, maio 06, 2008

Indicadores - estamos cada vez,... mais cada vez

Meus caros e raros leitores, hoje, fiquei sem fala de espanto.
Andava eu naquele meu inveterado vício de percorrer todas as estações de via sacra da educação superior e, eis se não quando, constato o seguinte:
.
1º - O MCTES e a DGES têm páginas de internet novinhas em folha, e o Ministério, finalmente, aparece com RSS, e tudo! Não é incrível?
Viva o luxo!
Não aprecio, especialmente, o layout gráfico e as cores mas, não há dúvida, ambas estão muito mais amigáveis.
.
2º - Um destes dias, alguém da blogosfera queria muito saber a agenda do Senhor Ministro, pois está na página! Também lá está descrita a agenda do SECTES, para quem se interessar; Desde que este último passou a designar-se por SECTES, interessa-me!
.
3º - No link de afazeres do SECTES consta um registo de Alguns indicadores de cooperação internacional em C&T - 2008. Por aqui, confirma-se que os Pã-Doutoramentos e os Pã-pós-Doutoramentos estão a crescer bem.
.
4º - Em 2007, o MCTES apoiou a contratação de 629 investigadores doutorados e consignou, para esse efeito, um montante de 35 M€ ... Desde que cada um dos beneficiados, em média, produza para o país, uma mais valia mínima de 5500 Euros por ano, não tenho rigorosamente nada a dizer, a não ser dizer bem! Vou ficar muito atenta a estas prestações de contas e "contabilidades"!
.
5º - O GPEARI também tinha novidades interessantíssimas - informações estatísticas sobre a Science, Technology and Innovation in Europe 2008 - neste endereço.
Os indicadores mostram que..., bom.... vou deixar a análise dos indicadores, para cada um a fazer como bem entender, com tempo, calma e paciência.
Portugal é aí mencionado página sim, página não... Mas estou, como alguém disse: Falem bem, falem mal, mas falem de mim!
.
- Diz-me aquela minha dorzita esporádica que trago neste joelho, que estamos a entrar numa fase civilizacional. Mas os meus joelhos são enganadores! Veremos...

sábado, maio 03, 2008

Flagstick: Campos de golfe nacionais sem «buracos»

Em 12 de Março de 2008, os Serviços Académicos da Universidade do Algarve publicaram a Deliberação n.º 705/2008, no Diário da República, nº 51, 2ª série, pela qual se dava a a conhecer uma iniciativa conjunta das suas Faculdade de Engenharia de Recursos Naturais, Faculdade de Economia e Escola Superior de Gestão, Hotelaria e Turismo - para criação de um ciclo de estudos conducentes ao Grau de Mestre em Gestão e Manutenção de Campos de Golfe.
De uma forma geral, pareceu-me que a ideia não teve assim um acolhimento entusiasta de diversos quadrantes da Educação Superior.
Já não consegui encontrar a referência, mas cheguei a ler que não faltaria muito para alguém defender a «criatividade».
Se bem que a Universidade possa dispensar apoios, sobretudo, pouco impactantes, o vaticínio estava absolutamente certo, pena é que seja eu a sair a terreiro, porque não sou mesmo nada convincente... mas, aqui vão algumas das múltiplas razões pelas quais estou a torcer para que a Universidade tenha toda a sorte, e que não desanime em executar este seu projecto:
.
1ª - Na verdade, a ideia em si, é das melhorzinhas que apareceram ultimamente na educação terciária, se bem que a sua realização, a meu ver, se inicie com uma pontinha de excessiva ambição ou confiança - no entanto, a este respeito, não posso deixar de dar razão a Doug Keeley - fundador e ex CEO da Integrated Communications and Entertainment - na sessão de abertura do Golf Industry Show de Orlando -- evento anual promovido, pela Golf Course Superintendents Association of America (GCSAA) -- uma associção profissional dos gestores de golf (superintendents) lá do sítio, quando disse (Fev., 2008): Leaders and winners in golf, as well as in life, focus instead on where they're going, not what could prevent them from getting there (...).
Também, de acordo com Keely, existirão apenas três tipos de lideranças: those with hierarichal power, those in control and those who simply go first - a Universidade do Algarve reuniu as 3 condições, e ainda ocupa uma situação relativa, no cenário da nossa Educação Terciária, que reclama muito mais por iniciativas corajosas do que por choradeiras copiosas, pela confidencialidade de gabinetes ou, em público aos pés da tutela, e diante da comunicação social, como é de "bom tom" como a maioria das suas pares.
.
2ª - Em 14 de Julho de 2007, foi lançado, em Faro, o ALLGARVE, lembram-se os meus caros e raros leitores disto? A designação é controversa, e não se pode dizer que o custo não o será ainda mais: durante as cerimónias, ficou-se a saber que o Turismo representará 15% do PIB nacional em 2015, o que justifica um investimento para a região de grandes empreendimentos de oferta hoteleira para os próximos dois anos, que perfaz 1,4 bilhão de euros. Com jeitinho, há toda a razão para extorquir alguns fundos do Plano Tecnológico.
.
3ª - As indústrias e serviços subsidiários do golfe - hotelaria, restauração e bebidas (vinho, refrigerantes e águas incluídos), rent-a-car, agências de viagens, marketing e publicidade, eventos, discotecas, publicações, advocacia, máquinas e equipamento de golfe, relvas, empresas de adubos e fertilizantes, fotografia, topografia, etc., etc.., - em 2006, representaram uma facturação de cerca de 1,8 mil milhões de Euros, nada menos, que 1,24% do PIB português, 14% do PIB turístico e, sobretudo, o emprego de cerca de 100,000 pessoas, com a vantagem de garantir actividade na época "baixa". Cada campo de golfe, com cerca de 100 hectares, gera pelo menos 1250 postos de trabalho. Há uma intenção de se construirem 150 campos de golfe.
.
4ª - Campos de golfe são sistemas muito complexos, integram muitos e especializados agentes, que interagem de muitas formas diferentes, em diversas dimensões, não podendo qualquer delas ser ignorada. Nestas condições, os agentes são usualmente agregados a fim de formarem os órgãos funcionalmente especializados do corpo empresarial, tais como o marketing, a contabilidade, a protecção ambiental a economia de matérias subsidiárias - água e combustíveis. Os intervenientes podem também ser agrupadas em equipas - projecto, ou em task forces horizontais.
É nesta fronteira de caos que se precisa de movimentar, com profissionalismo, um superintendente de golfe.
Na verdade, ninguém hoje estranha ou menospreza a actividade de um agrónomo que gere uma exploração agrícola, em ambiente rural; porque haveríamos de menosprezar um gestor de uma exploração do lazer em ambientes diversificados?
Seria bom, digo eu, distinguirmos os níveis de responsabilidade da actividade de um gestor de campo de golfe com a do aparador de relvados, assim como a importância, nos resultados do jogo, do actual caddy relativa à de um mochileiro de tacos ou de catador de bolas.
.
5ª - De acordo com a Golf Course Superintendents Association of America um gestor de campo de golfe, generally, earn high salaries and have great opportunities to advance in the profession. It is not unusual for GCSAA superintendents to earn a six-figure income as they advance in their careers. GCSAA superintendents will often go on to other areas of management, such as general manager of a facility.
.
6ª - A GCSAA recomenda a seguinte estrutura Curricular:
A. recommended General Education curriculum (Basic Core)
(......)
General Education studies.
• English Composition
• Speech (and/or) Oral Communications
• College Algebra (and/or) College Algebra and Trigonometry
• Social Science
• Foreign Language (Spanish is highly recommended)
• Introduction to Economics
• Introduction to Small Business Operations (and/or) Business Management
• Introduction to Marketing
• Computer Science (Computer Applications in Agronomy is highly recommended)
B. GCSAA recommended Major Courses
Plant Sciences
• Botany
• Plant Pathology
• Plant Propagation
• Principles/Introduction to Turfgrass Science
• Plant Physiology
• Irrigation Systems Management
• Integrated Plant Management
• Weed Identification
• Entomology/Nematology
• Safe Pesticide Management
• Integrated Pest Management
Agronomy
• Soil Science
• Plant Fertility and Nutrition
• Environmental Quality
• Turfgrass Management
• Physical Properties of Soil (Elective)
• Soil Conservation (Elective)
Horticulture
• Woody Plant Materials
• Herbaceous Plant Materials
• Irrigation and Drainage Systems
• Landscape Management (Elective)
• Landscape Design and Construction (Elective)
Business Management
• Golf Course Operations
• Accounting
• Business Management
• Human Resources/Personnel Management
• Financial Management
• Business Writing and Communications
• Written and Oral Communications
• Statistics (Elective)
• Computer Science (Elective)
• Introduction to Marketing (Elective)
• Internship or cooperative work experience
_____________

Só deixei aqui, uma pequena parte dos motivos pelos quais desejo à Universidade do Algarve, seus futuros alunos e docentes do mestrado em Gestão e Manutenção de Campos de Golfe, as maiores felicidades profissionais. Precisamos de campos de golfe irresistíveis, e sem buracos financeiros.
Se tudo correr de feição, nós todos ganharemos com isso.
Aos meus caros e raros leitores se depois de lerem este post tiverem ganas de me apedrejar, façam-no, mas com estilo, atirem-me com diamantes...

TEE TIME! (estou de saída do jogo!)

_______________________
Referências principais:

http://www.gcsaa.org/cm/gen/gcsaa_generated_bin/documents/basic_module/PictureThis06.pdf

http://www.usga.org/turf/articles/management/general/when_in_doubt.html

http://www1.universia.net/EstudiosXXI/0OFE0/SU2PPESII1EE1/ST7215/OF218254/index.html

http://app.expansionyempleo.com/buscadorformacion/app/cursos/verCurso.html?curso.codigo=1209

http://www.cursosypostgrados.com/EXPERTO-EN-GESTION-DE-CAMPOS-DE-GOLF-LES-ROCHES-MARBELLA-3343.htm

quinta-feira, maio 01, 2008

Só por ouvir dizer...

Diz-se que quem se dedica ao blogging tem vincada propensão para o mexerico.
Pode ser que seja verdade...
Hoje, por exemplo, vou comentar o que não ouvi directamente, e de que também não encontrei nenhum registo da blogosfera.
Na segunda feira 28 de Abril, de 2008 eu não andava por aí, por isso, foi por intermédio do post "PODCAST" (Blog Co-Labor) da mesma data, que pude ler uma descrição fotográfica da entrevista da Antena 1, sobre o tema: "Que futuro para a educação superior pública, em Portugal? Reestruturação dos cursos... Financiamento... Novos Métodos... Ligação entre as universidades e o mundo do trabalho... (enfim, um road show de, nada menos que, para cima de DUAS horas).
Ainda procurei registos institucionais completos do sucedido, mas... devo ter procurado mal...
Encontrei um extracto de 15 minutos de arengas, sobre coisa nenhuma - tirando uma breve referência ao estudante a tempo parcial, do Senhor Ministro Mariano Gago - aqui aonde acedi por indicação na caixa comentários do referido post (http://ww1.rtp.pt/noticias/index.php) mas, quanto ao mundo do trabalho, nada! E o que eu queria saber eram opiniões do mercado de trabalho.
Mas, Deus é amigo de mexeriqueiros e o meu santo é forte; literalmente, tropecei numa pessoa conhecida que me disse:
Interessante, interessante mesmo, foi uma senhora dos Recursos Humanos da EDP dizer que a implementação do Processo de Bolonha em Portugal tinha tido um impacte muito evidente...
????!!!!! Isto é o que chamo de FÉ!
A ser verdade a apreciação, como pode um representante do "mundo do trabalho" (1) ter avaliado "favoravelmente" o impacte de formandos pelo Processo de Bolonha, se ainda não pode sequer ter saído um único formando para o mercado de trabalho, que tenha feito o seu percurso completo de aprendizagem por aí?
Serei eu que estou a ver mal?
_________
(1) - Enquanto a EDP não for uma empresa-EMPRESA que se preze - sujeita a concorrência dos seus pares, e independente de benesses governamentais, para mim, não pertence sequer a nenhum mundo de trabalho.