quinta-feira, fevereiro 28, 2008

É isso mesmo! Deviamos era todos chorar a rir!

Andava eu, há bocadinho, a fazer umas horas, para não fazer o jantar, e despreocupadamente, a saltitar de galho em galho pela blogosfera a fora, fui trumbicar em vários algures que me remeteram para este surpreendente texto:

"Um departamento de uma escola pública obrigou um professor a fechar dois jornais humorísticos, onde se satirizava a Igreja e alguns políticos, porque o conteúdo era "desprestigiante" para a escola.

O Conselho de Departamento (…) deliberou, numa reunião, que estes meus projectos na blogosfera tinham que ser encerrados. Segundo argumentam, desprestigiam a minha própria imagem, a imagem do departamento e, acima de tudo, a imagem da universidade. Além disso, (…) dizem que eu faço lá coisas que não têm nada a ver com a minha profissão e que um docente universitário não pode ser escritor criativo nem humorista. Portanto, proibiram-me também de participar em eventos ligados ao humor.(...).

Concedo total apoio ao "Departamento" e, é claro, que foi muito avisado o "juízo" do seu Conselho - é mesmo muito despretigiante, para todos e, sobretudo, para os próprios, quando alguem se lembra de rir, para não chorar, precisamente, porque devíamos mesmo era estar todos a chorar a rir com as palhaçadas a que assistimos e com as anedotas mandantes nesta terrinha em que, a partir de agora, incluo o próprio Departamento.

Mais a mais, esse blogger não deve nunca e de forma nenhuma, no futuro ou próxima oportunidade, roubar as deixas super engraçadas do tal "Conselho de Departamento" - estas sim, é que têm mesmo piada!

domingo, fevereiro 24, 2008

Encontro de Bloggers de IES - BRAGA08

Não não se trata de nenhum Fórum de Davos, nem de um meeting do Grupo de Bilderberg, nem dos Mestres do Poder Planetário ou da Assembleia Geral dos Illuminati, nem de qualquer seita mais ou menos secreta equivalente, muito antes pelo contrário...

Mas nenhuma dessas organizações poderosíssimas é hoje tal como no dia em que começou, pois não?

Mas, para o caso de, serem como eu, e não terem já notado que o poder está mesmo a mudar de mãos, e para não perdermos nenhuma nova oportunidade, precisamos de nos deslocalizar desde já.

É por isso, só por isso, e para que não percam uma boa posição no futuro Grupo Decisório Galático da Educação Superior, que aqui volto a anunciar o Encontro dos Bloggers de IES, ou o que é o mesmo que dizer dos Vencedores Finais e Imortais - "OS APAGGATII" (fica bem assim com dois tt e dois gg, não fica? - e coincide com aquela linha de pensamento sugerida algures por Alexandre Sousa do Blog Co-labor, um dos dois principais motores deste encontro, segundo o qual, podemos sempre juntar mais ggs repetitivos, e a condizer com qualquer outra coisa, que já não me lembro bem o que era!...)

Mais pormenenores do encontro, tais como programa e actualizações de notícias, podem ser consultados, no Blog Universidade Alternativa, nomeadamente, desde hoje e por exemplo, no post de Cadima Ribeiro intitulado "Encontro de “Bloggers” do Ensino Superior - Braga08". Lembro que ele é o outro motor principal e este ano, cumulativamente, o Anfitrião do Encontro de Braga08.
Anotem isto tudo, para vosso bem, porque, no futuro, precisarão de relatar este momento Histórico.

sexta-feira, fevereiro 22, 2008

Empregabilidade=Desempregabilidade

Ele há coisas que me cansam...
Hoje de manhã, o MCTES anunciou na sua página, à comunicação social, o seguinte: "MCTES apresenta estudo sobre a empregabilidade dos cursos."


Sei que todos me gozam por ser uma devota convicta do GPEARI, e de facto sou, desde 1998, quando quem trabalhava, por lá, nestes temas era o pessoal afecto ao desactivado OCES.


Os colaboradores do GPEARI continuam a trabalhar bem - e penso que conseguiriam ainda trabalhar melhor, se... (já me estou a desviar,... isto são outros quinhentos...) - porque hoje publicaram aqui, um documento intitulado: "A procura de emprego dos diplomados com habilitação superior [Fevereiro 2008]".
A minha esperança estupidamente optimista foi que o estudo do MCTES sobre EMPREGABILIDADE dos cursos não fosse o mesmo que o publicado pelo GPEARI, sobre DESEMPREGABILIDADE.
Acabo de constatar que afinal coincidem!!! E o título atribuído de manhã, pelo MCTES , à tarde já é o mesmo do GPEARI. ?????
___________________
O que eu gostaria muito que o GPEARI fizesse - e tenho a certeza que, se não perderem a fibra, um dia, ainda se metem por aí - seria aonde e quem (entidades públicas ou privadas) paga os salários dos formandos com "baixa desempregabilidade".




Já agora, se entenderem, vejam este texto, bastante interessante, para verificarem se o vosso conceito de empregabilidade é o mesmo daquele constantemente confundido e mencionado pelo MCTES.




Diga-se de passagem, que mesmo considerando as devidas ressalvas, e seriam algumas, o trabalho do GPEARI é muito útil, e eu continuo aderente incondicional ao fã clube deles.

quinta-feira, fevereiro 21, 2008

Só citações!

1- Hoje, o MCTES sente-se de parabéns:



2- O documento mencionado no ponto 1, diz-nos que:

"O financiamento privado previsto inicialmente para garantir o lançamento do Programa nos primeiros 5 anos totaliza 9 milhões de Euros, que serão complementados com um valor máximo de 4.5 milhões de Euros de financiamento público através da Fundação para a Ciência e Tecnologia, FCT."


3 - O documento, mencionado no ponto 1, conclui-se assim:

"....peritos do MIT concluíram, entre outros aspectos, que: «… O compromisso do Governo Português em reforçar a Ciência e a Tecnologia e em promover a cooperação internacional no Ensino Superior, fazem de Portugal um país muito interessante para realizar investigação e um parceiro relevante para futuras parcerias na economia do conhecimento que emerge».



4 - Num parque de estacionamento da Sloan School of Management do MIT (Massachusetts Institute of Technology) um parceiro internacional do Lisbon MBA, há uma placa documentada em fotografia tal como mostra imagem ao lado.



5 - As citações não são minhas, hoje não digo nada e faz uns tempos que também deixei de pensar, e as conclusões são as de cada um.

domingo, fevereiro 17, 2008

Too damn BRIGHT and cheery good job!

Não controlo o facto de apreciar com alarido e comentar com emoção, o resultado de trabalho feito com base na simples análise lógica dos objectivos, condições e recursos disponíveis, usando como referência aquele ditado popular: se a vida nos der limões, pois façamos limonada!

Hoje, venho tirar o chapéu à Universidade de Aveiro por ser uma instituição atenta ao seu "ambiente concorrencial".

[Um aparte irrelevante:
Será que é por ter uma reitora? Nah!.... Não!
Deve é NÃO TER o seu povo todo encostado numa qualquer esquina a dormir e a passar o tempo a filosofar sobre autonomias, ou as cotações destas nos mercados de votos....]

Já não é de hoje, mas prova-se por aqui, que a UA continua a PENSAR sistemática e, objectivamente, a AGIR mesmo, quanto à sua posição relativa ao RJIES! - isto sim, em Portugal, é REFRESCANTE E INOVADOR!

Penso que deve ter lido com alguma atenção todo o documento, pertinente à Lei nº 62/2007 em especial, os artigos 115.º, 132.º e 136.º e chegado às duas únicas conclusões possíveis:

1) "Autonomias" e quejandices, filosoficamente, são giríssimas mas só e desde que se tenha grana disponível à discrição - não parece ser o caso nacional!

2) Como as granas disponíveis de base, pelo RJIES, estão (FELIZMENTE e MUITO digo eu) regulamentadas, ou por lei específica ou por condições contratuais directa ou indirectamente dependentes do MCTES, é melhor "bolar" um "pé" para se chegar, e rápido à fala directamente com o MCTES, antes que os outros percebam as hipóteses de negociar com a vantagem de quem chega primeiro aos sistemas de distribuição - comedouro das parcelas de receitas privativas, directamente oriundas de fundos públicos, particularmente, a saber (digo eu):
[.....]
c) As receitas provenientes de actividades de investigação e desenvolvimento (controladas apenas pela FCT/MCTES)!
[.....]
f) As receitas derivadas da prestação de serviços, emissão de pareceres e da venda de
publicações e de outros produtos da sua actividade; [Nota minha: Pareceres, estudos, projectos, recomendações, relatórios...]. (controladas pelo MCTES e DEMAIS MINISTROS]

[.....]
n) As receitas provenientes de contratos de financiamento plurianual celebrados com o
Estado;
(controladas pelo MCTES e DEMAIS MINISTROS]
[.....]

Aliás, foi por causa deste pensamento simples e óbvio, e para prevenir o prosseguimento nacional de se continuarem a avolumar "Receitas Privativas" adquiridas, apenas por alguns, à custa do erário público de todos, já tão ao gosto e em uso pelo ISCTE, e não só...., que eu escrevi, em 05/07/2007:

"Registo em arquivo falecido - Papel selado de 25 linhas "

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Como o RJIES não preveniu nada disto; Desejo do coração, à UAVEIRO, que consiga melhorar as suas receitas privativas, com esta aberta legal da Fundação - que, afinal, parece ser pública de direito privado ou vice versa, o resultado, neste particular, é o mesmíssimo - porque é uma instituição que, a meu ver, fez por MERECER esta abébia!
PARABÉNS!

sexta-feira, fevereiro 15, 2008

O único nosso "outcome" do Processo de Bolonha

Hoje, podemos ver publicitadas, através do Blog de Campus, do Jornal de Negócios, as primeiras notícias do único outcome potencialmente previsível na implantação do Processo de Bolonha, por aquele modelo, bem cá à nossa moda:
"No universo de 25 mil docentes do ensino superior público, cerca de 9.500 professores (quase 40%) têm contratos administrativos de provimento com o estatuto de convidados, ou seja, fora da carreira que pode conduzir à nomeação definitiva"
...
"Parte significativa dos docentes em causa provém do ensino superior politécnico público, onde os contratos são tendencialmente mais curtos. Entre 10 mil docentes, três em cada quatro (7.500 no total) estão com vínculos precários."


É por isso que penso que, em Portugal, nos bastava um único ministro - Sua Excelência o Senhor Ministro das Finanças, das Finanças não! - das "contitas manhosas de mingar".
Hei!, Senhor Primeiro Ministro, ainda não pensou na economia nacional desta opção?

Tentadora? Não? Confesse lá....

quarta-feira, fevereiro 13, 2008

Tecla(s) 3 ???!!!



Só pode ser isso!
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Fartei-me de grasnar, de perguntar, de questionar e de indagar a toda a gente (MCTES, deputados da Assembleia da República, Presidente da República e até na blogosfera) sobre a interpretação que deveríamos dar ao significado nacional de "Investigação Orientada" reservada ao subsistema politécnico, pela lei nº 62/2007, a tal do célebre RJIES. Lembram-se dela?
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Já não? Pois, percebo, eu também já me tinha esquecido....
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Os responsáveis deste país, às minhas perguntas, quase comício, sobre o famigerado RJIES, foram-me respondendo com esta gravação: As suas questões serão tidas em consideração!
Acho que sim, e agradeço muito, porque as "minhas" questões devem ter sido mesmo tidas em consideração.
É pena é que a legislação nacional que diz pretender governar a nossa Educação Superior - que deu e está a dar no que está a dar - é que não mereceu consideração de ninguém!
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O Alexandre Sousa do Co-Labor, a páginas tantas, teve a paciência de entrar em cena para me ajudar e ler com olhos de ver o Manual de Frascati. Obrigada Alexandre!
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Vejam aqui o resultado da "minha interpretação" sobre a leitura intensiva do famigerado Manual.
Há outra?
OK! "Desembuchem!
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PS 1 - Desta vez (só desta vez), infelizmente, penso que não sou eu que tenho direito à designação de Tecla 3.
Mas que há numerosas Teclas 3 - com responsabilidades, pensando que os outros é que são os Duh! - lá isso há!
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PS 2 - Se me perguntarem porque é que a minha interpretação está expressa num
"pauerpointe" em "inglês manhosíssimo", eu digo-vos:
Acho que interessa (já interessou, e bastante!) a muitas pessoas que não se expressam tão bem em português, quanto em "inglês".

domingo, fevereiro 10, 2008

Encontro de bloggers de IES

Contando com a organização e o apoio logístico de J. Cadima Ribeiro, do blog "Universidade Alternativa" o próximo encontro de bloggers de Educação Superior, 2ª edição, está a tomar forma, e previsto para dia 10 Março, mas ainda com data a confirmar.
O encontro será exactamente aqui.
Fiquem atentos!


sábado, fevereiro 09, 2008

Complex business mergers

Meus caros e raros leitores, alguém vai ter que vir a correr em meu socorro, porque há mais de um mês que ando estarrecida e de boca aberta, com as notícias que, efectivamente, não passam de reverberações de rumores distantes, do que se anda por aí a fazer, a desfazer e a não fazer, sob a desculpa da necessidade de reformas da educação terciária, da reorganização da rede de oferta de formações, das fundações, consórcios, fusões, aquisições, inovações e outras coisas que tais... sem que ninguém ao certo pareça, efectivamente, perceber os contornos do que quer que seja do que se está a passar ou, de forma muito simplista, daquilo que de facto quer...

Para resumir a minha situação, e por exemplo, todos sabemos que a maioria das fusões e consórcios têm o pequeno defeito de falharem, redondinhos, os benefícios eventualmente promissores.
A maior parte das falhas destas opções resultam das entidades de origem estarem inquinadas de identidades culturais diversas, que precisariam de ser, previamente, harmonizadas.
O resultado sinergético e potenciador de uma fusão ou de um consórcio pode ser espectacular, mas ao ignorarmos, à partida, pelo menos, quais são os benefícios expectáveis, dá-me ideia que a mudança aos olhos dos leigos, como eu, se perspectiva numa espécie tipo Adamastor - uma coisa desgrenhada com olhos em bico e dentes amarelos, que fica à nossa espera, não se sabe aonde nem quando.... TENEBROSO!

Quero com isto dizer, por exemplo, que compreendo que o Senhor Presidente do CCISP - para fazer as vontades ao Ministro Mariano Gago de formar "consórcios estruturais entre os politécnicos de regiões próximas" - arrisque a dizer-nos mais ou menos isto: que será ".... algo na linha do que se passa na União Europeia: cada politécnico perde soberania (à semelhança dos Estados), mas não a sua autonomia (tal como cada um dos países). “É preciso é saber qual o limite da soberania, por exemplo”, refere o presidente do CCISP." [1]

Ora bem, até essa ideia pálida, vai a ciência da população em geral, mesmo, aquela mais distraída - desconfiamos do que é e de como funciona um consórcio, o que não se percebe, a meu ver, são coisas muito mais simples mas essenciais ao bom acolhimento das mudanças, por parte dos envolvidos ou a envolver nestes "negócios de grego" (salvo seja, porque já nem os gregos são assim... como, aliás, nem nunca foram...):
- quais são os objectivos REAIS do instituição de consórcios;
- quais são as vantagens REAIS da instituição de consórcios;
- quais são os POTENCIAIS inconvenientes [fora as perdas dessa tal soberania (mais para sobas do que para soberanos) e da hipotética autonomia].

Se alguém me souber esclarecer, como preciso, só destas 3 coisitas "primevas" a respeito desses consórcios, ficarei grata porque, além de estarrecida, ultimamente, ando a sentir-me burra de doer....
Isto é só uma fase passageira, ... não é? NÃO É?!

[1] - http://campus-destaques.blogspot.com/2008/02/maiores-politcnicos-do-norte-vo.html

sábado, fevereiro 02, 2008

Autonomia aplicada

Com uma extraordinária ambivalência de sentimentos sado-masoquistas, hoje à noite, pus-me a ler a Oração de Sapiência proferida pelo Ministro Mariano Gago, na comemoração dos 25 anos do Instituto Politécnico de Bragança (a 28 de Janeiro).
Penso que foi uma lição interessante, e que me permitiu confirmar que o Senhor Ministro está para as reformas da educação superior, tal e qual, como eu estou cá em casa para os meus cozinhados - sou a chefe de fogão e forno micro-ondas, a famosíssima "serve cru"... perdi-me...

Contava-lhes eu então que, a meio da lição, o Senhor Ministro declara:
Os reformadores não poderão mais esperar que a reforma lhes seja servida de bandeja, já feita e cozinhada. Viria fria. Terão de se bater nas suas próprias instituições pelas reformas a que dizem aspirar, e de provar merecê-las, prosseguindo no âmago das instituições o que a reforma legislativa, à escala do País, marca como rumo, mas apenas o trabalho de cada um pode converter em acção.

Ele plagiou os meus procedimentos culinários e, em retaliação, eu vou plagiar, para consumo doméstico, os argumentos dele: ..."meus queridos familiares isto aqui (que vocês, ingratamente, chamam de mistela pouca e mal amanhada) pode tornar-se na iguaria que quiserem, desde que cada um, agora, a termine a gosto e a contento pessoal, mas tratem de não fazer absolutamente nada, na cozinha e imediações, de que eu me possa lembrar que não vou querer... ah! e, no fim, quero a ala de serviços num brinquinho".

Resumindo, como tenho muitíssimas culpas nesse outro cartório caseiro, vou alinhar com esse pensamento de cada instituição de educação superior poder, seleccionar tudo o que queira fazer, incluindo o seu modelo de autonomia "com trabalho árduo, troca de boas práticas entre profissionais, acção concreta em cada escola, em cada matéria, em cada turma".
É isso! A Liberdade e Autonomia institucionais são conquistas não são um prato feito, e têm irremediavelmente os seus custos.
Meus caros e raros leitores, é só sabermos bem o que queremos, orçamentar bem, e vermos se estamos dispostos a pagar a factura.... Isto é um "trabalhinho de sapa", não têm glamour nenhum (ao contrário do que parecem pensar algumas comissões estatutárias), mas já que o MCTES não o fez por nós, sejamos nós a fazer tudo o que precisamos, para garantirmos que alcançamos exactamente o que queremos. Não é tão fácil como parece, mas a legislação disponível, neste particular, é flexível que baste.
Não nos podemos é manter com hesitações e nostalgias do conforto da gaiola... neste ponto, estou do lado do Senhor Ministro - há que dar corda aos sapatinhos....