Mentes abertas e portadas escancaradas
Naturalmente que apesar dos meus esforços de meditação, nesse período tão curto, não consegui apurar nenhuma selecção segura de filosofia de vida pessoal sobre o tal espírito livre ou sequer cheguei a qualquer conclusão, mas posso adiantar-lhes que julgo que a abertura de espírito individual é condicionada por diferentes padrões culturais, e aqui é que está o busílis, as vivências das pessoas são (felizmente) muito diferenciadas o que, diante um mesmo facto ou situação, inviabiliza opiniões universais ou reacções homogéneas.
Essa diferenciação de entendimentos começa logo pela forma como encaramos alguns hábitos alimentares: conheço pessoas que adoram "perninhas de rãs" achando-as uma iguaria tal que merece viagens, "caçadas" e estadias gastronómicas para que me rebocam, outras engolem sapos que é uma limpeza, embora também, haja quem lhes dê sempre "muitos beijinhos"*, eu especulo que com a ambição e falsa expectativa de um dia, quem sabe, os torne a si mesmos príncipes ou princesas (nunca os sapos propriamente ditos) mas, ainda, restam uns quantos (como eu) que mascam diligente e arduamente canelas de barata, enquanto buscam, em agonia, antídotos para o enjoo (ou veneno…).
Deixo-lhes aqui um exemplo do que considero "mascar calcanhares de baratas": se não repararam ainda, podem crer, que se alguma instituição de ensino politécnico público - claro que só as menos precavidas ou as mais "tótós"- por contingências diversas, precisar de contratar alguém para leccionar aulas práticas de uma unidade curricular anual, será obrigada a contratar não uma mas, pelo menos, duas pessoas que irão ganhar, cada uma, menos do que 400 Euros mensais…
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