quinta-feira, julho 24, 2008

"Spanish Moss"

Fico empolgadíssima por ter ficado a saber que, em Portugal, Plantas e Animais humanos ou não, somos todos, mas todos "autotróficos", tal como alguns entendidos dizem ser a plantinha cinzenta da fotografia - "spanish moss" - aquela que está a despinguelar dos ciprestes.
ISTO É QUE É UM AVANÇO PARA O CONHECIMENTO!
Como é que eu sei, perguntar-me-ão?
Porque o Senhor Ministro da Ciência e Ensino Superior não se cansa nunca de falar em Investigação e dentro desta da Alimentação. "16/07/2008. UE: Mariano Gago participa em reunião de Ministros da Competitividade responsáveis pela investigação"
Extracto:
Os participantes, que procurarão chegar a acordo sobre as linhas de desenvolvimento do Espaço Europeu de Investigação até 2020, deverão produzir um documento preliminar de estratégia, na sequência das conclusões sobre o Futuro da Ciência e da Tecnologia na Europa, adoptadas em Dezembro último por iniciativa da presidência portuguesa. Os ministros tratarão ainda especificamente da investigação necessária em domínios como a alimentação e os ecossistemas, a energia e as alterações climáticas, a saúde e o envelhecimento, e a sociedade da informação.

2. E porque não estamos representados em lado nenhum aqui(s):
Assunto: delineamento de estratégia de Investigação Agrária no quadro da União Europeia
1- Portal do "Standing Comittee on Agricultural Research portal – SCAR net"
http://mail.esac.pt/exchweb/bin/redir.asp?URL=http://ec.europa.eu/research/agriculture/scar/index_en.cfm?p=3_foresight
2. Relatório "FFRAF report: foresighting food, rural and agri-futures" in:
http://ec.europa.eu/research/agriculture/scar/pdf/foresighting_food_rural_and_agri_futures.pdf
(anexo: foresighting_food_rural_and_agri_futures.pdf)
3. Página da Conferência "Towards Future Challenges of Agricultural Research in Europe"; 26-27 June 2007, Brussels
http://mail.esac.pt/exchweb/bin/redir.asp?URL=http://ec.europa.eu/research/conferences/2007/scar/index_en.htm
4. Proceedings da Conferência "Towards Future Challenges of Agricultural Research in Europe" in:
Ora como todos de cima a baixo - da nossa escala social e política, por exemplo, nem MCTES nem MADRP- temos a distinta lata de falar, palpitar, inspeccionar, vender e comprar, e agora até de planear a "investigação" sobre produtos alimentares sem cuidar de saber, com alguns pormenores, a origem e as estratégias para a produção mesmos, só poderemos estar a especializarmo-nos em viver do fixamos do ar!

E digo-lhes mais, meus caros e raros leitores, até estamos a ficar muito competentes neste domínio e alguns de nós são até competentíssimos e, disso de viver do ar, falo de cátedra por experiência própria!
Os meus amigos sabiam isto?
Eu também não!

terça-feira, julho 22, 2008

Águas negras

Hoje, o Diario Económico estava recheado de deixas importantíssimas que apimentam o suspense das cenas dos próximos capítulos da orçamentação da Educação Superior:

i) Verbas para Superior causam mal-estar entre reitores;
ii) Investimento caiu 30% em oito anos;
iii) Aluno da Técnica custa o dobro do ISCTE;
iv) Como se constrói o orçamento;
v) A discussão do financiamento.


Como, literalmente, me aterraram no ambiente de trabalho extractos dessas publicações, reparto (aqui **) com os meus caros e raros leitores a adrenalina que suscita a sua leitura, em termos de expectativas futuras.

Será que o Primeiro Ministro se condoi da constante indingência dos Senhores Reitores?
Será que o Senhor Ministro das Finanças muda de ideias?
Será que o Senhor Ministro da Ciência e Ensino Superior está a ficar com coração de manteiga, e desiste de uma boa parte da sua actividade das relações internacionais, em favor de ressarcir despesas não planeadas pelos Senhores Reitores?
Será que o nosso PIB tem elastecidade e flexibilidade suficiente para que todos abramos a boca num berreiro?
Poderão de repente as nossas empresas, verdadeiramente, privadas passar custear a maior fatia do bolo, teoricamente, necessário para que as nossas instituições de ensino superior se mantenham por uns tempos sem incomodarem com choradeiras?
Será que os nossos concidadãos conseguem gerir a má digestão epidémica, que se prevê se houver um desvio de verbas para a educação superior, de utilidade imediata por comprovar, quando têm que gerir as suas próprias dívidas que ascendem quase a outro PIB nacional?
Será que os cursos mais caros serão os que conferem melhores competências?-isto aqui é só uma cusquice minha.
.
Não tenho dúvidas, o futuro da educação superior, e na verdade o futuro de Portugal, para muitos de nós, tem ainda um valor demasiado abstracto!
Afinal depois do encontro de hoje, com o Primeiro Ministro tudo continua na mesma:
Muito me admiraria que se conseguisse!
____________
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Ver em http://www.esnips.com/web/pedinchice, o texto na versão *.pdf intitulado:
Verbas para Superior causam mal-estar entre reitores.pdf

sábado, julho 19, 2008

O único gato (com pedigree) da excelência da educação superior nacional


A meu ver, a única coisinha em que a actual equipa governamental da educação superior se distingue com grande mais valia, relativamente, a todas as outras que a precederam, é que sabe mesmo fazer contas, diga-se o que se disser. Não as publicará como DEVERIA - o que é uma pena - mas encontrou com muita perícia, simplicidade e objectividade os valores do financiamento anual específico adaptado ao custo de cada curso - departamento/escola -universidade/politécnico, com base em racios bem conhecidos no número de alunos, inscritos a 31 de Dezembro, de dois anos antes, e devidamente registados em base de dados - DIMAS - "Inquérito Estatístico aos Alunos Diplomados e Matriculados no Ensino Superior", a que todas as instituições têm acesso.
Os valores de finnaciamento encontrados para cada instituição são corrigidos por um factor de coesão demasiado elástico, e dotado de excessiva longevidade.
Precavidamente, até costuma deixar de lado uma reservazinha, um tanto mixuruca, para eventuais imprevistos, e TODA ESTA informação é transmitida às instituições de ensino superior.
O financiamento anual de base, porém, não prevê pagar fantasias ou promessas eleitorais programáticas de senhores reitores ou de senhores presidentes de politécnicos.
Para outros investimentos tais como infraestruras, haverá o depauperadíssimo PIDDAC - a precisar muito de ser reequacionado no que diz respeito à programação de trabalhos de manutenção - e, para a investigação, há as candidaturas a Projectos de Investigação, e ou serviços contratualizados com entidades públicas ou privadas nacionais e estrangeiras.
É por isso, que estranho muito que o CRUP se atreva sequer a anunciar na comunicação social que: "se não houver um reforço de 100 milhões de euros ainda para os orçamentos de 2008, as universidades ficam em grandes dificuldades financeiras que colocam em causa o pagamento de salários"
Diz-nos o Público de 18/07/2008 que:
- "Os reitores e o ministro do Ensino Superior discutiram hoje formas de resolver os problemas financeiros das instituições relativos ao ano de 2008, usando um fundo da tutela que rondará entre os 10 e os 15 milhões de euros". Estes 15 milhões de Euros devem constituir o tal Fundinho de reserva, a que os Senhores reitores pelos vistos resolveram passar a mão, em exclusivo.

Anda bem que o Senhor Ministro da Ciência parece que decidiu fazer só um levantamento - por um controlador financeiro - da situação nas universidades, ou outros dados seja, saber as verbas de que dispõem, que verbas estão em falta, números de alunos, entre outros dados;

Para mim, é claro que não sendo provável, podem existir enganos e, se os houver, precisam de ser corrigidos - deveriam ter sido detectados e corrigidos atempadamente - mas de certeza que não atingem dez dezenas de milhões de Euros - mas, de certeza que o fundinho de reserva mencionado como sendo de 15 milhões de Euros não é um exclusivo das Universidades Públicas.

Por isto, estou inteiramente do lado dos actuais Senhor Ministro da Ciência Tecnologia e Ensino Superior e do Senhor Ministro das Finanças - a excelência dos reitores ou dos presidentes dos politécnicos inclui muita atenção, responsabilidade e cumprimento de principios rigorosos de gestão, e não de pelourinhos aprazíveis ou delegações de pedinchice; estas últimas, são únicas actividades a que a mim me parece se vêm dedicando com afinco, os nossos gestores de topo - e, com ou sem RJIES, exibem comportamentos imutáveis, evidenciando sinais preocupantes de transmissão hereditária.

Sinto muito, mas é o que penso e, como sou esquecida, preciso de registar.

Se não concordarem comigo, paciência, provem-me que estou errada!

Até ver contas são contas!

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Referência:

Fundo de tutela pode chegar aos 15 milhões
Ensino Superior: Reitores e tutela discutiram formas de resolver situação financeira relativa a 2008
http://ultimahora.publico.clix.pt/noticia.aspx?id=1335923
18.07.2008 - 20h41 Lusa

sábado, julho 12, 2008

poalha de tijolo vermelho

Depois que foram publicadas e comentadas as "vagas de 2008/2009, para o ensino superior", tenho acompanhado de longe e ao de leve as posturas das diferentes organizações de classe, a respeito das ameaças às suas categorias profissionais.

Ultimamente, seguindo o exemplo do país inteiro, também me deixei da parvoíce de sequer tentar ser e parecer racional, e parti para apelação ao sobrenatural; é que meus caros e raros leitores, os maus olhados existem, eu já vi!. Por outro lado, a conselho de pessoas moderadas, decidi ser cooperante com todos.
Hoje, por exemplo, venho oferecer os meus préstimos ao Senhor Bastonário da Ordem dos Senhores Engenheiros, Senhor Engenheiro Santo (só de nome, e também quando espirra, aí é santinho) que, coitadinho, estremece e estrebucha por cada vaga que se abre em escolas de engenheiros não padronizados pela sua Ordem - ninguém sabe quais são os padrões da Ordem de Engenheiros, mas também não carece, afinal esta Ordem deixou definitivamente de representar a Classe Profissional dos Engenheiros para ser um anúncio publicitário de algumas Escolas de aprendizes do ofício.
Bom, dizia eu, quero ser cooperante, e aqui estou com as minhas sugestões à laia de contributos:

1. Invoque e ofereça ao Espírito da sua Ordem dos Engenheiros um pote de frutas secas e peça-lhe para proteger a sua Ordem de quaisquer assaltos, violências, vandalismos, furtos, depredação mas, sobretudo, dos facilitismos daqueles Engenheiros não previamente esconjurados.

2. Na frente da sede da Ordem coloque um desenho em AUTOCAD profissional, ou um medalhão, em liga leve ou em cerâmica micro-estruturada, com o símbolo da serpente (pode ser pequenina - são mais venenosas) e peça à constelação do dragão que afaste os facilitismos da sua morada, ofereça-lhe os seus respeitos, acenda um pau de incenso e rodeie - 360º bem medidos - as instalações da Ordem de uma faixa de 30 cm de poalha de tijolos (mas tem que ser vermelhos)... não não é por ser o Benfica!

3. Nas noites de lua cheia de todas as sextas feiras 13, reúna TODA a sua congregação, vão para fora das instalações da Ordem e recitem, não precisam gritar (a vizinhança e os transeuntes não têm que ficar apavorados):
Pelo poder do oculto, pelo poder dos bruxos, feiticeiros e adivinhos, pelo poder dos guardiões de luz, pelo poder dos sete arcanjos e dos sete mestres divinos (mestres não, desculpe, Senhores doutores Engenheiros!) eu lanço um feitiço de poder, um escudo de protecção, que afaste todo o mal da minha Ordem e da minha profissão, principalmente, aqueles horrorosos engenheiros de Politécnicos!

Sabe Senhor Engenheiro, é que quando estamos protegidos, a nossa tendência é esquecermos de agradecer, então escreva num bilhetinho - com tinta da china sépia, ou em sangue resultado da picada de um besouro dourado - que precisa pendurar, do lado de fora no batente da porta principal da Ordem, devidamente TRANCADA - a seguinte frase: AGRADEÇO AOS GUARDIÕES DESTA MORADA.

PS - Deixo-lhe o pozinho vermelho, não sei se os seus civis lhe conseguem encontrar facilmente isso, e eu estou com as mãos na massa.

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Ora Senhor Engenheiro não me agradeça!
Não por isso, Senhor Engenheiro.
Estou sempre às ordens das Ordens! E o país também!

domingo, julho 06, 2008

Sem compromisso

Depois de ter vasculhado de trás para a frente e vice-versa naquele documento intitulado Compromisso Portugal a apreciação do Desempenho do XVII Governo Constitucional, sobre a Educação Superior Ciência e Tecnologia, e de não ter localizado qualquer referência a este tema, resolvi ir verificar se as Linhas programáticas do Governo tinham também, por lapso, esquecido deste sector particular do desenvolvimento da nação como aliás toda a sua (falta de) eficácia neste âmbito nos tem demonstrado.
Mas não, a educação global estava lá escarrapachada no Programa do Governo, e incluia também a formação superior,.
Logo na página 20, no plano explicita-se: "As políticas de educação - básica, secundária e superior -, e as políticas de formação profissional e de aprendizagem ao longo da vida serão assim orientadas e focadas para a superação do défice de formação e qualificação da população portuguesa, essencial para a sustentabilidade do plano de desenvolvimento tecnológico, científico e da inovação do País."
E depois o tema é mais ou menos desenvolvido, das páginas 48 à 53, e em scatter plot é explorado ao longo de todo o texto - quem teria redigido este plano de governo?
Registei particularmente o facto de nos falarem do défice de formação e qualificação da população portuguesa, tanto mais que andei estas últimas semanas, à procura da oferta da única formação superior que poderá, no presente contexto, dar aquele impulso definitivo necessário ao desenvolvimento do país e... e, lamentavelmente, mesmo diante de tão vasta escolha e oportunidades não encontrei... adivinharam é essa mesmo: ....voodoo.
Por se tratar de um sensacional furo no nosso mercado educativo, ainda não contemplado em nenhuma escola nacional com ou sem prestígio, lá fui eu com a minha provectíssima idade fazer as malinhas e procurar a aquisição de competências no exterior e foi, desta forma, que concluí um curso avançado, summa cum laude, e já faço umas gracinhas no domínio científico do sobrenatural, não vos digo quais são as gracinhas porque todos vós irão testemunhar e beneficiar.
Digo isto, porque no meu regresso encontro o país inteiro num pé (numa centopeia) de vento de todos os quadrantes.
Por enquanto, vou apenas testar os meus resultados de aprendizagem - a figurinha, os espetanços (ver imagem) e as ladainhas estão prontos (ver abaixo **) - é quase certo que funcionarão sem problemas mas, se não resultarem, é porque preciso ainda de praticar, e feitiços não irão faltar.

Tenham paciência esta é apenas uma tentativa, e sem compromisso, mas se resultar, não me agradeçam, foi com boa vontade!

______________
**
Oh Lord! Oh mercy!
They powerful mad.
There's gonna be trouble.
It's gonna be bad.

Double trouble
among the voodoos
and you do
not know what to do.

You better skedaddle,
you better skidoo
if you know what's
good for you.

You better stay hidden,
you better lie low.
If anyone asks
there's nothin' you know.