sábado, setembro 09, 2006

Genes de Bigorna? .... Tenho sim, senhores!

Não me digam nada, porque sei que têm razão - tenho ideias fixas e sou matraca cibernética! É a vida...

É assim:
Fatal, como o fado e o destino, na comunicação social, entre ontem e hoje veio à liça a notícia: "Governo assina acordo com o MIT a 11 de Outubro. 09.09.2006 - 00h39 Lusa, PUBLICO.PT".
À primeira vista, seria caso para todos ficarmos muito contentes, porque a verdade é que Portugal está mesmo de parabéns!
Mas... para mim.... há "uns se nãos", assim, para já, não vou aplaudir coisíssima nenhuma!
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Claro, "sairam logo a terreiro para se desdobrarem em vénias aos aplausos..." o Senhor MCTES e o Senhor Coordenador do Plano Tecnológico, e nestes propósitos:
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1 - MCTES:
"uma mudança muito significativa" na internacionalização da universidade portuguesa, que se vê agora confrontada com um "enorme desafio que é a colaboração com uma das melhores universidades do mundo" nas suas áreas de especialidade.
Esqueceu-se de se lembrar que foi ele mesmo um dos mentores da troca da internacionalização com a primeira Universidade no Ranking Mundial (Harvard) pela do 5ª Lugar (MIT) - ver em Top 500 World Universities (1-100).
Nenhuma Universidade Portuguesa está incluída nas 100 Universidades Europeias lá colocadas.
Isto tem alguma importância?
Na verdade, não tem importância nenhuma!
O MIT, pessoalmente, agrada-me até muito mais do que Harvard....
O que não me agrada nada é que, enquanto tudo isto não passa de uns ameaços, o MCTES esteja já a induzir nos cidadãos o pensamento: "Há se não fosse «ele», nem iríamos em peregrinação a Santiago (Compostela)" - foi feito anteriormente muito trabalho por muitas instituições e muitas outras pessoas de ensino superior em Portugal, para promover a internacionalização.
Esqueceu-se de se lembrar identificar as 7 universidades portuguesas "felizes contempladas" - posso "ler nas borras do meu café" que estarão de certeza nesta comitiva - o IST (Técnica), o ISEG, Aveiro, Porto, Minho, Nova de Lisboa, Coimbra (ou... melhor será Évora? destas duas, não sei bem qual...).
O que não li nas "borras do meu café" é a explicação de serem essas 7 (com uma ou outra correcção de pormenor) e não as outras ou também as outras?
Com que base foram "eleitas e por quem" essas 7?
As seleccionadas são melhores que as remanescentes? Não!
As outras são fraquinhas? Não!
E, NÃO porque no ranking mundial de 2006 (500), não está listada nenhuma Universidade Portuguesa, ao passo que de Espanha estão lá 9 Universidades, entre elas, e para que conste, está a Univ Polytechnic Valencia - 383º lugar.
Por isso, "meus amigos (salvo seja)" tratem de "bolar" argumentos convincentes, para justificarem as instituições que "seleccionaram", e os critérios de base selectiva-eliminatória.
Esqueceu-se o MCTES de se lembrar que a internacionalização, em Portugal, estaria muito mais desenvolvida (mesmo na investigação, como ele nos diz que quer) se ele mesmo tivesse trabalhado de forma menos elitista e segregante, ao longo da sua intervenção governamental anterior - na vez de andar a cirandar em movimentos brownianos, às voltas da ESA e do CERN, como é seu (péssimo) costume.
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2 - O Senhor Coordenador do plano Tecnológico, por sua vez, disse para a Comunicação social - Lusa- que:
"o acordo resulta de um longo processo de negociação em que o Governo definiu, desde o primeiro momento, exactamente o que pretendia e o MIT também".
Recorde-nos lá qual e quando foi o Primeiro Momento do Plano - já agora publique no site do Plano Tecnológico o "Plano Tecnológico (INTEGRAL INICIAL de 24 de Novembro de 2005 - e não à peça)".
Se não sabe onde o têm, terei muito gosto em lhe facultar um exemplar integral.
O Senhor Coordenador do Plano Tecnológico também se esqueceu de se lembrar que aquilo que chama de Plano Tecnológico é um instrumento virtual! Não existe nem existirá - enquanto não identificar e definir bem TODAS as acções, não estiver devidamente calendarizado, orçamentado, com identificação específica prevista das origens financeiras, análise de viabilidade, avaliação de riscos, listagem de mais valias intangíveis prováveis, e identificação de entidades responsáveis pela sua execução - a não ser no site aonde, por acaso, até está escrito especificamente:
"O Plano Tecnológico não é um fundo e nem todas as suas medidas são realizadas através de instrumentos financeiros. Do ponto de vista público, o seu orçamento são as verbas necessárias para a concretização das medidas que o integram, quer tenham origem no Orçamento Geral do Estado ou nos Programas Operacionais do próximo período de programação financeira 2007-2013".
Já agora, exactamente, o que é que o Governo Português disse que queria do MIT e vice-versa? Quanto nos custa? E que vantagem teremos, como Portugueses?
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Como aviso à navegação (de correio electrónico), não desistirei de torrar a paciência e de martelar os miolos desses dois Senhores, até eles tomarem jeito que jeito tenha - isto é - fazerem as contas detalhadas do que querem implantar e divulgarem, como devem, as suas estratégias e decisões - sou mesmo Geneticamente Enxertada de Bigorna! Por isso...
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Por favor, vejam também:
- em Webometrics Ranking of World Universities (Janeiro, 2006) - ranking de 3000 "universidades", aonde não está nenhuma Universidade Portuguesa, mas constam diversos politécnicos, entre eles e por exemplo WORCESTER POLYTECHNIC INSTITUTE (300º lugar) e até a FACHHOCHSCHULE AARGAU;
- Critérios de classificação, para o ranking:
"Productivity. The universities are classified by a mathematical combination of the rankings according to their websize, number of rich files, number of papers published in the last ten years and records in the Scholar.
Visibility. The criteria combined include link visibility, number of citations to papers in the ISI database and number of visits (popularity) to the web domain.
Impact. The list is presented according to their position in the Shanghai’s ranking, and the Webometrics, Times and ESI citation rankings are also provided for comparative purposes".

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