Má gestão de agenda e de listas de espera
Meus caros e raros leitores, hoje, fiquei a saber que -- durante um encontro, organizado pelos sindicatos SNESUP e FENPROF, entre os docentes do politécnico público e os deputados da Assembleia da República (que integram a comissão especializada que se irá dedicar às questões do ensino superior) "se conseguiu a adesão dos partidos --- Bloco de Esquerda - Cecília Honório; CDS - Michael Seufert; PC - Manuel Tiago e PSD - Ferreira Gomes --- ao pedido de revisão do ECPDESP (Estatuto de Carreira do Pessoal Docente do Ensino Superior Politécnico)", que entrou em vigor a 1 de de Setembro de 2009.
E o PS? Bom,... o PS, apesar de ter sido um dos partidos convidados a participar no encontro, simplesmente, faltou "por motivos de agenda", isto é, trocando em miúdos, entendeu colocar os docentes do politécnico público em lista de espera. Não me admira, a coragem para corrigirmos os nossos erros é, inversamente, proporcional à dimensão das asneiras que fazemos. Claro que talvez seja uma expectativa muito elevada, da minha parte, mas lembraria o PS que até as pessoas de atendimento das caixas de supermercado têm noções elementares de como se faz uma gestão correcta do atendimento de filas de espera... ou de agendas, o que vem a dar no mesmo.
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Em especial, devo admitir jamais colocaria a minha mão no fogo, pela posição que poderia vir a assumir o actual deputado do PSD e vice-presidente da referida Comissão Especializada, professor Doutor José Ferreira Gomes, pelo que, seja quais foram os seus motivos pessoais e ou políticos, verifico que aderiu à causa. Foi uma surpresa inesperada que, com o tempo, pode ser até que se torne numa participação indispensável a uma análise com lógica e avisada de todo o processo. Veremos...
No entanto, tenho a certeza que não foi alheio ao exito da tomada de posição conjunta dos deputados dos referidos partidos uma apresentação (9 slides) -- efectuada pelo professor Mário Carvalho do ISEP -- muito simples mas bem esclarecedora da dimensão da asneira e da ausência de reflexão (ou da má intenção) da última legislatura para com este sector do ensino superior.
Deixo aqui, também, os meus parabéns a todos aqueles que nunca perderam a fé na possível reversibilidade de disparates e que, por isso mesmo, são também um garante da persistência futura que será necessária às batalhas que se seguem, para que o país consiga um estatuto de carreira do pessoal docente do poliécnico, com um mínimo de coerência, pelo menos, na sua fase de transição.
2 Comentários:
Gostava muito de ver essa famosa apresentação de 9 slides.
Aliás porquê 9 slides? Que exagero. Acho que a reclamação podia ser feita num único slide.Mas é claro que no ISEP levam as coisas a sério e tem brio em fazer logo 9 slides. É obra.
Estou um "bocadinho" desiludido com os famosos 9 slides. Aposto que um estudante do secundário não faria muito pior.
Eu estava á espera de um estudo, que mostrasse que o novo Estatuto do Ensino Superior Politécnico ia reflectir-se negativamente na competitividade de Portugal.Que ia formar alunos ineptos e que seria ainda responsável por terriveis coisas.
Afinal, na dita apresentação repete-se tudo aquilo que é a cartilha sindicalista.Nada de colocar em risco os postos de trabalho dos sindicalizados, pois doutra forma o Sindicato fica sem verbas.
Ou dito de outra forma, os Sindicatos querem que os contribuintes Portugas paguem por via do Orçamento de Estado e por via do MCTES os serviços dos seus sindicalizados, precisem ou não deles.
Eu pela minha parte como partilho desse "sonho sindical" acho que o Estado deve contratar os Professores do Ensino Superior Politécnico, levando em linha de conta algumas pequenas minudências, a saber:
O contrato deve ser mantido até ao falecimento do Docente, quando essa situação ocorra, o Estado deve continuar a pagar ao conjuge sobrevivo, até que os filhos do dito cujo atinjam eles próprios a idade da aposentação. Se no entanto aquele não tiver filhos, o conjuge sobrevivo receberá a maquia em dobro.
O Docente poderá escolher qual o horário de trabalho que mais lhe convier, desde que apresente uma justificação razoável.
O Docente poderá usufruir de 1 ano de Sabática para actualização de conhecimentos, digam eles respeito á função ou não.
O Docente tem direito a férias pagas, para tal bastará apresentar um comprovativo das desepesas efectuadas a esse titulo.
Caso o Docente não seja Doutorado, terá direito a ser nomeado Especialista, desde que o requeira e pague a taxa prevista em Regulamento próprio.
No caso de já ser Doutorado, terá direito a uma gratificação salarial generosa que premeie o seu desmesurado esforço.
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