domingo, novembro 12, 2006

Priiiii!!!....Priiiii!!!....

A imagem à esquerda mostra-nos um apito, e é dourado.
Como todo o futebolista de poltrona que se preze, gostaria de ter poderes para arbitrar o jogo de racionalização da rede de ensino superior que se diz, nos bastidores, anda a ser rapidamente preparada, e também no aconchego discreto da ala de serviços do MCTES.
Gostaria ainda mais de saber expressar bem as minhas críticas e, muito especialmente, com o discernimento e a elegância manifestados nos últimos dois apontamentos expressos na página de João Vasconcelos Costa, intitulados Reconversão de 15/11/2006 e Professores Supranumerários de 14/11/2006, mas cada um dá o que tem... e....eu não tenho nada,... nem sequer paciência.
No entanto, não é preciso sermos economistas badalados na opinião pública para desconfiarmos que a situação financeira do país é (não é «está», é é mesmo!) muito complicada; na verdade é complicada o bastante para nos obrigar a todos a pensar, com critério e selectividade, o que poderíamos e o que deveríamos fazer, repartindo equitativamente os custos da necessária e desejavelmente rápida melhoria da oferta da rede educativa, mais especificamente a terciária - já que insistimos (a meu ver erradamente), em iniciar as limpezas e organizações indispensáveis pelos "telhados e sótãos".
A esta altura do campeonato, do meu ponto de vista, já "não vamos lá" (passe a expressão) com cartões amarelos e vermelhos, lançamentos fora de jogo, expulsões estratégicas do meio campo ou "penalties".
Exemplos? Aqui vão:
- Insistimos na multiplicação de meios para a investigação avançada não nos importando com o meio envolvente de aplicação, apesar de não parecer ser esta a linha estratégica que convém ao país, ver aqui. A insistência obstinada nesta linha, só irá alargar o fosso entre a despesa pública e as necessidades da iniciativa privada, ocasionando nos mais directos e remotos intervenientes falsas expectativas e frustração, mas....
- Efectivamente, já não basta pensarmos, decidirmos e dizermos que somos bons no que quer que seja que queiramos ser - [ver artigo de Adriano Pimpão: ""Ensino superior e desenvolvimento. Universidades e Politécnicos sempre controlaram a despesa pública e muito têm contribuído para tapar os "buracos financeiros" de outros sectores. As instituições de ensino superior constituíram nos últimos anos o instrumento mais poderoso para o desenvolvimento do País e muito especialmente das zonas mais periféricas, contribuindo de forma evidente para a melhoria da competitividade baseada no conhecimento. As empresas de base tecnológica, as empresas internacionalizadas e as instituições mais avançadas são disso provas irrefutáveis""] - seria preciso, a textos como este, acresentar a divulgação das tais provas irrefutáveis de que alguns são muito bons sim, mas terão de ser bons aonde e para quem precisariam de ser, e que as apregoadas mais-valias da intervenção são/serão também um benefício de todos e que, por isso, podem - mas só até certo ponto - valer sacrifícios financeiros, pessoais e institucionais (e, atrevo-me a dizer que esta ordem deveria ser escrupolosamente respeitada), mas ...
De resto, a mim parecer-me-ia muito melhor suspender de vez o campeonato para se rectificar a integridade da constituição da equipa escalada, verificar se deve permanecer no banco quem para lá é atirado mas, sobretudo, para estabelecer de uma vez as regras do jogo.
Por isso, ..... Priii!!!
Entretanto, meus c(r)aros leitores, não se aflijam!!! Pode muito bem ser, que eu esteja errada - da minha poltrona vejo mal o jogo, mas oiço a gritaria ocasionada por rasteiras, pontapés e caneladas... por vezes, vê-se também voarem botas em cima dos permanentes espectadores de bancada e até dos próprios "cartolas", mas...há-de melhorar!

2 Comentários:

Blogger JVC disse...

Admito que, como diz a Regina, eu escreva com elegãncia, embora a minha principal preocupação seja a de, enquanto "agarro o boi pelos cornos", não chocar eventualmente alguns leitores meus oponentes, que me merecem respeito.

Mas também é muito saboroso o estilo irónico e acutilante da Regina. Só não comento mais o seu blogue porque não gosto de estar a repetir aquilo com que concordo e, na grande maioria das vezes, concordo com ela. Fica aqui, para valer espero que por longo tempo, esta declaração geral de gosto por este blogue.

quinta nov. 16, 09:52:00 da manhã 2006  
Blogger Regina Nabais disse...

Ora JVC, MUITO OBRIGADA! vindo de si, este comentário obriga-me a ir a correr comprar pacotões e pacotões de babetes.

quinta nov. 16, 10:07:00 da manhã 2006  

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