domingo, novembro 26, 2006

Mais vale nunca que cedo!

Hoje, chamaram-me a atenção para um artigo de opinião - publicado no Jornal de Negócios "online", datado de 23 de Novembro, de 2006 -com o título "Ricas universidades" de Sérgio Figueiredo; no meu entender, penso ser a primeira vez que vejo ser formalmente descrito em letra de forma, na comunicação social e em poucas palavras, o que seria necessário há muito tempo ser dito, redito, e resolvido mas não por ela, a respeito do que acontece(eu) no Ensino Superior em Portugal.
Não conheço o autor, nem acompanho o seu trabalho mas quanto a este seu artigo penso que, para mal de todos nós, tem carradas de razão, nas observações que fez, em especial nestes extractos:
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"A política pode não atacar demasiado o "status quo" para não criar mais anti-corpos. Mas também não deveria evocar a crise orçamental como pretexto para pôr as universidades na ordem.
Primeiro, porque ainda que o Estado português vivesse em superavite crónico, o problema tinha de ser atacado. Segundo, porque qualquer análise séria obriga a concluir que a situação a que chegou o nosso sistema de ensino superior é tão calamitosa como a das contas públicas."
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"Quem comparar a universidade com a realidade das nossas empresas, não tem a certeza onde é pior a situação. Mas duas coisas são certas. Uma é que não existe uma empresa em Portugal com tão grande número de pessoas qualificadas como as universidades.** Quantas contam com meio milhar de funcionários licenciados nos seus quadros? Uma? Duas?"
A outra verdade inquestionável é sobre o destino certo das medíocres e incompetentes: a empresa abre falência, a universidade pede reforço de verbas."
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** - Efectivamente, em 2004-2005 encontramos 9 Universidades (e também 5 Politécnicos), com mais de 500 docentes (só incluí os docentes) com formações iguais ou acima do grau de licenciatura; de facto, seria de esperarmos muito mais eficácia no planeamento de actividades e da sua orçamentação, ao nível do ensino superior, e em qualquer dos dois subsistemas.

2 Comentários:

Blogger G. Mbeki disse...

Falha neste comentário um dado óbvio: não é um objectivo da universidade o de fazer dinheiro, nem se pode compará-la a uma empresa. Têm papeis sociais muito diferentes. E por isso não interessa o número de licenciados que integram os quadros...

terça nov. 28, 04:58:00 da tarde 2006  
Blogger Regina Nabais disse...

g.mbeki,
O que está em causa neste meu
"post" não é se as universidades públicas devem ou não ter carácter empresarial - se bem que não se perdesse nada em que o tivessem.
O que pretendi registar é que estas instituições já têm massa crítica muito para lá da suficiente para estabelecerem uma estratégia - e correspondentes planos de actividades concordantes com as reais necessidades e dificuldades do país - de forma a poderem justificar social ou económicamente os sacrifícios que pedem a todos os outros cidadãos.
Não considero nada óbvia a exigência simples de sustentação financeira, por nenhuma instituição pública, para fazer o que lhe apetecer, sem que se demonstrem contrapartidas efectivas `sociedade em que se inserem.
Assim, tenho pena que não partilhe da minha ideia, neste ponto, mas a sua opinião será sempre bem-vinda.

terça nov. 28, 09:38:00 da tarde 2006  

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