VITÓRIA DO BOM SENSO - Podem ser multados por excesso de velocidade de mudança cultural
É assim: se descontarmos raríssimas e felizes excepções, andamos todos muito distraídos, relativamente às questões sérias de educação terciária - em especial, e infelizmente, a nossa comunicação social.
Querem uma prova?
Nem demos conta dos indícios de uma verdadeira revolução de cultura institucional - a da Direcção Geral de Ensino Superior (DGES) do Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (MCTES).
O que é certo, é que o MCTES é das raras estruturas governamentais que demonstram a sua adesão ao Principio da Transparência de Informação e Comunicação (o Observatório da Ciência e Ensino Superior - OCES foi, a este respeito, uma entidade pioneira, desde 2001/2002) - desta vez, mais uma outra unidade estrutural desse ministério demonstra adesão à ideia - Direcção Geral do Ensino Superior, na 3ª feira, dia 8 de Agosto de 2006, numa sua página AQUI, publicou e divulgou, a quem quer que se interessasse, informação que esclarece bem a política governamental, sobre:
Este meu blog não é nada concorrido, mas deixo aqui o registo escrito dos meus sinceros parabéns.
Estão no bom caminho: Política à séria é assim mesmo - os cidadãos podem concordar ou não com o que se decide e executa, mas precisam de saber o que é feito, como e porquê. Só a divulgação dos registos escritos, sobre políticas e decisões, por parte das instituições públicas, é que permite aos cidadãos cooperar, expressar as suas dúvidas, questões, preocupações e o seu aplauso ou discordância - por outro lado, viabilizam o efectivo exercício de cidadania e de participação alargada, com claro benefício de todos.
É pena que uma parte importante do documento da DGES não tenha um formato de apresentação mais amigável - tenho a certeza que nos próximos documentos haverá mais esse cuidado - por isso, extraí e complementei a informação disponível (aqui: http://www.esnips.com/web/Cursoscommenosde20alunos).
Acresce dizer, que:
1) Os cursos escolhidos para financiamento foram, na sua maioria, seleccionados com bastante critério;
2) Para os politécnicos, o esforço de garantir as formações é cerca de quatro vezes superior, visto que considerando como tampão a totalidade das vagas oferecidas e como índice as vagas dos cursos "raros ou de baixa procura", pelas entidades que as propuseram representa cerca de 12,3 % do total das vagas, enquanto nas universidades essa proporção não chega a 2,5% - ou seja o financiamento de 88 alunos cobre as despesas de 12 alunos não financiaddos no politécnico, enquanto que o racio sobe para que o financiamento de cerca 98 alunos da universidade pague o diferencial de 2 alunos que frequente cursos não financiados;
3) De qualquer forma, todas as escolas que oferecem formações efectivamente "raras e/ou únicas ou pouco requisistadas" não financiadas evidenciam não só real estratégia, como Responsabilidade Social, pelas: formações que efectivamente gostariam de franquear, pelas Regiões em que se inserem e pelo respeito à potencial estabilidade acrescida, devida ao seu corpo docente e não docente que, exclusivamente para essas formações, estimo poder ascender a cerca de 16/18 ETI Docentes no Politécnico e a 33/35 ETI Docentes na Universidade, pelo menos, em 2006/2007.
Essas escolas são: UNIVERSIDADE DOS AÇORES (1 curso); UNIVERSIDADE DE AVEIRO (1 curso); UNIVERSIDADE DA BEIRA INTERIOR (1 curso); UNIVERSIDADE DE COIMBRA (3 cursos); UNIVERSIDADE DE ÉVORA (5 cursos); UNIVERSIDADE DO PORTO (3 cursos); UNIVERSIDADE TÉCNICA DE LISBOA (2 cursos); UNIVERSIDADE TÉCNICA DE LISBOA (2 cursos); UNIVERSIDADE DE TRÁS-OS-MONTES E ALTO DOURO (4 cursos) INSTITUTO POLITÉCNICO DE BRAGANÇA (4 cursos); INSTITUTO POLITÉCNICO DE BRAGANÇA (3 cursos); INSTITUTO POLITÉCNICO DE CASTELO BRANCO, INSTITUTO POLITÉCNICO DE VISEU e UNIVERSIDADE DE AVEIRO - subsistema politécnico (cada instituição com 1 curso) .
4) Tomara que os futuros alunos destes cursos saibam reconhecer, valorizar e honrar o esforço do país mas, sobretudo, o das suas escolas, que lhes proporcionarão a formação, porque desses formandos, certamente, que todos nós precisamos.
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Falei no início deste post na "distração" da nossa comunicação social, porque é sempre tão solícita e apressadinha em espalhar notícias e conversas de "abobrinha, cebolinha e cenourinha" [sem nenhum desprimor para os legumes] sobre a educação portuguesa, mas quando se trata de divulgar assuntos de repercursões nacionais, como é o caso --- trata-se do financiamento por esforço colectivo e institucional das Escolas que as oferecem, que irá proporcionar formações efectivamente raras, para não dizer únicas; isto, para além de ter sido demonstrada uma mudança, para muito melhor, da postura de uma instituição governamental tradicional e usualmente, e até agora, hermética (DGES), que agora iniciou uma política transgénica de transparência, a bem dizer, parece aspirar a ser uma melancia sem sementes --- e, é precisamente neste quadro de ViITÓRIA DO BOM SENSO, que a nossa comunicação social se remete em copas, nem toma sequer conhecimento, quanto mais divulgá-lo...
Que pena! Aqui está identificada mais uma outra actividade nacional - a comunicação social, genericamente, a precisar de forte aperfeiçoamento cultural... para se tornar uma verdadeira parceira do país.
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