segunda-feira, maio 01, 2006

NEM O ACASO NEM O DESTINO! Precisa-se de um Plano Tecnológico de URGÊNCIA

Tudo o que aprendi até hoje, e por Deus, que não foi quase nada, resulta muito da experiência acumulada, (diga-se de passagem) com muito esforço, muito para lá, da aprendida em escolas. É verdade sim, que "a experiência é ainda o melhor de todos os professores, pena é que tenha invariável tendência para aniquilar os seus alunos".
Menciono isto, por me ver condicionada a abordar o caso do "nosso" Plano Tecnológico (PT) de uma forma exageradamente sumária, não sistemática e fundamentada como mereceria. Mas, quem dá o que pode... e, o preço que cobro, é irrisório. Só a minha paciência.

Esclareço, que o meu entendimento pessoal, sobre o significado do conceito Plano, é muito diferente do conceito de estratagema ou do daquele outro da geometria, o plano inclinado - que espero não seja aquele em que o PT da Nação venha a derrapar e se acabe.
Como Plano Tecnológico, eu estava à espera de um estudo prévio e teórico, muito sistemático, sobre questões inerentes ao desenvolvimento da tecnologia Portuguesa, que se pretenderiam desenvolver segundo um determinado método, para se alcançarem objectivos bem definidos.
Resumindo, cheguei a pensar que com o documento produzido, pudéssemos evitar cair na situação descrita por aquela máxima "quem não estabelece, previamente, um plano para as suas acções, é porque planeia errar".
Quem me falou nestes termos, no ido ano de 1975, foi Juan Ferrer (que descanse em paz, porque por lá enquanto e por aonde andámos, não dava sossego a nenhum colaborador) um economista panamenho, perito em logística da navegação do famoso canal do seu país, e que foi logo complementando o raciocínio: "...e, sabe *usted una cosita mas*, um plano em si, não vale de nada, só as metodologias de planeamento tem utilidade! Quando se planeia, temos que - especialmente, para problemas extremamente complexos - saber responder, concisamente, a perguntas muito simples com um "bosquejo", como se segue:
Ao longo dos anos, pude constatar que o meu amigo Juan, apesar de muito irascível, tinha toda a razão. Ainda hoje, este seu "bosquejo" é válido para qualquer intervenção com alguma expectativa de sucesso, quer seja de ordem pessoal ou institucional.

Assim, desde o começo, que o futuro do desenvolvimento tecnológico do país não foi correctamente abordado - bastava todo secretismo e o isolamento, pertinente ao meio envolvente do *Plano*, que rodeava a actividade da equipa inicial (bem como a actual), para que o documento produzido não fosse de facto estratégico, antes porém, foi e será ardilosamente aproveitado como estratagema para se ir sucessivamente fazendo apenas o que apetece a quem pensa e diz que manda.

Honestamente, penso que:
  • A iniciativa de se fazer mas, sobretudo, de se CONCLUIR um plano de desenvolvimento tecnológico, era e ainda hoje É ABSOLUTAMENTE indispensável e URGENTE.
  • A necessidade de um plano de desenvolvimento tecnológico é tanto maior, quanto mais escassos forem os recursos disponíveis - da escassez dos últimos, parece que estamos conversados!
  • O documento publicado como sendo um plano, além de demasiadamente extenso, é muito incompleto - não tem cronograma físico-financeiro de implementação, nem orçamentação, nem estudos de viabilidade económica.
  • Não interessa, nesta fase, saber de quem é/quem foi o responsável destas falhas, o que interessa é que o PLANO SEJA DEVIDAMENTE TERMINADO! E pela informação disponível ESTÁ MUITÍSSIMO LONGE DISSO!
  • Um plano deve estar CONCLUÍDO antes de se iniciar a execução, o que é para se ir fazendo é a sua execução, cujas etapas e resultados devem ser verificados e confrontados por checklists, devidamente publicitadas, por intermédio da sua comparação com os indicadores previstos e padrões de execução.
  • Um plano ajusta-se, não é uma coisa para se ir fazendo, feito camisola de Penélope, como até agora, parece que todos estamos a aceitar pacificamente.
  • O que estão a fazer os mecanismos de acompanhamento constituídos por uma Comissão Interministerial e um Conselho Consultivo, que ainda não deram por estas falhas tão graves num documento que se intitula por Plano, e também não identificou os responsáveis pela execução? Esta situação dúbia pode em sã consciência ser considerada normal, por quem quer que seja?
  • SINCERIDADE SENHORE(A)S RESPEITEM OS OUTROS! MESMO QUE PENSEM QUE SOMOS BURROS, E NOS CHAMEM CIDADÃOS!

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Deixo aqui, a versão integral do plano tecnológico, publicada a 24 de Novembro de 2005, uma listagem de metas e dos indicadores, a identificação dos 41 Consultores do Conselho Consultivo do Plano Tecnológico e ainda, a Resolução do Conselho de Ministros, nº 190, de 2005, que o legitima, por se tratarem de documentos com tendência para tomarem chá de sumiço, resultando em que ninguém sabe mais a quantas anda - sem estratégia ou orientação.

Seguir-se-á um post, apreciação da interligação do Plano Tecnológico com a estrutura educacional terciária nacional.

2 Comentários:

Blogger Regina Nabais disse...

Este comentário foi removido por um gestor do blogue.

segunda mai. 08, 03:34:00 da tarde 2006  
Blogger Regina Nabais disse...

Não estranhem, estou a mudar de email da oninespeed para o yahoo.com (passe a publicidade) e ando em testes.

segunda mai. 08, 04:43:00 da tarde 2006  

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