quinta-feira, novembro 19, 2009

Entre os nossos zilhões e nada

Que os meus caros e raros leitores sejam muito compreensivos, e tenham um pouco de paciência comigo, mas a situação é a seguinte:
Sou maníaca de informações numéricas e ando há uns tempos a esta parte um tanto confusa com uma notícia do jornal Público, à qual cheguei via este post de 13 de Novembro, do Blog "Que Universidade?" e que tinha que ver com isto: "DESPESA EM I&D E Nº DE INVESTIGADORES EM 2008 EM PORTUGAL - Súmula dos dados provisórios do Inquérito ao Potencial Científico e Tecnológico Nacional, IPCTN 2008", também publicado pelo GPEARI (aqui).
Na verdade, a minha busca tinha que ver com a discrepância dos percentuais relativos ao PIB dessa informação (1,5% do PIB), com os desta outra: "Dotações Orçamentais para C&T e I&D - 2009 [versão corrigida]", também publicada pelo GPEARI. Eu preferia que as duas informações fossem um bocadinho mais coincidentes. Esta coisa da diferença numérica do investimento total na nossa ciência mencionado entre os dois documentos ser da ordem de 8.417.820 Milhares de Euros baralha-me muito, mesmo considerando que vivemos num país que apesar de muito pobrezinho fala (e falha a cada passo) milhões, milhares, millhares de milhões de euros como se se tratassem de apostas a feijões bichados ou a grãos de areia no jogo do truco.
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Ora bem, por causa de eu andar para aqui às voltas das discrepâncias dos milhões e dos milhares (serão milhões?) de milhões de euros não me dei conta que o mesmíssimo GPEARI publicou, finalmente e entretanto, um documento muito importante: o V relatório, sobre "A PROCURA DE EMPREGO DOS DIPLOMADOS COM HABILITAÇÃO SUPERIOR", pertinente aos dados de Junho de 2009.


A propósito disso, hoje, por exemplo, ouvi alguém dizer que nos "milieux" académicos grã-finaços dessas europas avançadas (e em outras civilizações de ponta) as avaliações institucionais (e consequentes financiamentos) levam em linha de conta a taxa de emprego (não da empregabilidade) dos seus formandos. A ser real esta ideia e, depois, a aplicar-se entre nós, nesta fase de desemprego crescente, pode, de facto, fazer variar bastante (em decréscimo-também crescente) os orçamentos institucionais vigentes, pelo que... talvez seja bom começar-se (à séria) a indagar-se quem e como se anda a dar trabalho (emprego) aos formandos de todas e de cada uma das nossas instituições públicas.
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Previno já que essas empresas de que a gente ouve falar quando se abrem os noticiários do horário nobre, com os costumeiros escândalos financeiros, para mim, não contam, nem como empregadoras dos "nossos formandos" e, menos ainda, como "financiadoras da nossa ciência".
PS: PIB (2008) = 168 356 400 000 Euros

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