sábado, fevereiro 17, 2007

Caminhos de todas as pedras

Nem que seja por recurso aos nossos próprios 7ºs ou 8ºs sentidos, todos sabemos estarem muito próximas da nossa realidade notícias como estas, por acaso, até recentes:
  1. 1- Jornal de Negócios online, em 15 de Fevereiro de 2007, subscrita por Sara Antunes (notícia X1), de onde extraí esta passagem: "Um estudo realizado pelo IAPMEI revela que as 290 mil PME existentes em Portugal entre 2000 e 2004 foram responsáveis por mais de metade do volume de negócios realizado em Portugal (cerca de 163,5 mil milhões de euros) e geraram mais de dois milhões de empregos, ou seja, três quartos do emprego privado. Entre 2000 e 2004, o número de microempresas subiu 9% ao ano e as pequenas empresa aumentaram 7,3%...."
  2. Jornal de Notícias, de 17 de Fevereiro, subscrita por Teresa Costa, (notícia X2) de onde sublinho este trecho: "Número de PME cresce 8,5% ao ano. O comércio é o sector com maior número de PME".....Nos quatro anos considerados, o número de PME aumentou a uma taxa média anual de 8,5% (1,2% nas Grandes Empresas - GE), criaram empregos com um crescimento de 5,1% ao ano (2,4% nas GE) e tiveram acréscimos reais de volume de negócios na ordem dos 2,3% (contra 1,3% nas GE)...."
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Tenho absoluta certeza que essas duas notícias são rigorosíssimas; mas, porque sou muito céptica, fui em busca da possível fonte original: o tal de "um estudo do IAPMEI", que ambas autoras mencionam como referência para estes seus trabalhos. E, o curioso, embora não sendo para mim nenhuma novidade, é que o IAPMEI, não divulgou este seu estudo, no seu site. Apesar de que referências como esta serem imprescindíveis para o fortalecimento da confiança dos pequenos empresários, daí ser totalmente incompreensível esta reserva de informação.
Por isso, que descrevi, não é nada de estranhar a reacção bastante crítica da Associação Nacional das PME's ao acusarem o IAPMEI de fornecer informações «erradas» e travar o crescimento destas empresas ver aqui (TSF online, também a 15 de Fevereiro de 2007): "PME'S. Associação critica relatório do IAPMEI. As pequenas e médias empresas portuguesas (PME) são responsáveis por metade do volume de negócios em Portugal, segundo um estudo do IAPMEI. A Associação Nacional das PME's acusa o IAPMEI de fornecer informações «erradas» e travar o crescimento destas empresas".
Concordo com aquela associação, na verdade muito menos publicações verdadeiramente professorais e académicas, bem como de "auto" promoção de competências do IAPMEI, com um reforço directo à imagem das empresas que deveria incentivar e promover, parecer-me-ia, a mim, muitíssimo mais eficaz e mobilizador.
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Mas que haveremos nós de fazer, se não percorrer, com "quem manda", o caminho caótico e demorado de todas as pedras, até que "quem manda" consiga aprender? Só é pena que, simultaneamente, se induza e generalize um sentimento de prejuízo a quem nos sustenta.
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Também seria muito bom que entidades, como o IAPMEI, aprendessem de uma vez por todas, que a "experiência pessoal directa - com disparates incluídos - é a melhor de todas as professoras, mas tende a matar todos os que com ela aprendem, antes de terem chance de aprender", assim seria importante que as nossas instituições públicas tivessem uma abordagem TOTALMENTE diferente das questões, que preocupam os cidadãos, nomeadamente sendo concisas, esclarecedoras e objectivamente divulgadoras, evitando sempre o paternalismo.

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