sexta-feira, novembro 27, 2009

Soluções verdadeiras ou outras coisas

Caros e raros leitores deste blog, a fotografia acima mostra-nos um copo (o do nosso lado direito) que contem uma "solução verdadeira" - água e sal de cozinha - isto é, é um meio de propagação "transparente" ao raio laser...
Já o copo, à vossa esquerda, contem uma "suspensão coloidal" aquosa - constituída pela dispersão de partículas "obstáculo", isto é, com dimensões superiores às do comprimento de onda do feixe de incidência (laser) e, por isso, a luz que atravessa essa suspensão sofre refracção por acção das partículas nela dispersas promovendo, na prática, o aparecimento da "linha" vermelha bem visível, no referido copo, esta é uma demonstração simplória do efeito de Tyndall.
Já sei que estão a pensar no que teria dado a esta criatura (a minha pessoa) para se vir meter, agora, por estas minudências. É que há muitos aspectos da vida quotidiana em que são as minudências que distinguem soluções verdadeiras de outras coisas, por exemplo, na minha perspectiva, para termos um ensino superior que favoreça o país deveria ser encontrada de entre todas as soluções possíveis "a melhor solução", mas é indispensável que seja exequível - a "solução verdadeira" e, para isto, não basta sugerirmos o que é melhor para os docentes, ou para os alunos, ou para a instituições, ou para o MCTES.
Dentro das profusas e pouco maturadas medidas do ex governo e, também, do actual ministro da tutela, pesem embora os esforços dos que se esforçaram e foram poucos, haveria que encontrar, de entre as diferentes soluções preconizadas (e cada grupo opinante terá as suas), uma solução verdadeira que, além de razoável e justa, também, precisaria ser compatível com os recursos disponíveis no país e com o tempo para a executar.
Para mim, a abordagem legal ao problema da progressiva melhoria da qualidade do corpo docente no ensino superior é, também, governada, nas próximas décadas, pelos estatutos de carreira dos docentes, por isso, teria que ser fundamentada, orçamentada e planeada, quero dizer, suporia da parte de todos os intervenientes e "sugerentes" um raciocínio ESTRATÉGICO.
Não tenho testemunhado muitas atitudes nesse sentido, quer as procedentes do MCTES, quer as procedentes dos sindicatos, partidos políticos, ou de iniciativas voluntaristas dos próprios docentes. Para se construir uma solução verdadeira, normalmente, exige bastante trabalhinho de sapa - não serão trabalhos difíceis, mas são consumidores de tempo, paciência, atenção e reflexão. Na verdade, a única aproximação que testemunhei, ainda em rascunho, e nas suas fases iniciais, mas que possibilitaria, potencialmente, viabilizar uma solução verdadeira para as questões de carreiras docentes do ensino superior foi, em duas penadas, literalmente obscurecida por outras visões mais luminosas e audíveis, mas não sei se VIÁVEIS. A iniciativa a que me refiro está apoiada já em diversos documentos, efectivamente, TRABALHADOS por Mário Carvalho e Rogério Reis, de que é um excelente exemplo este.
A este documento, depois de confirmado, precisariam de se juntar outros elementos, tais como, meios financeiros (orçamentos plurianuais das instituições) mas, a meu ver, o que faria mesmo muita falta era compatibilizar as formações e experiências dos docentes (dos diversos subsistemas) já formados e em formação, com as necessidades das áreas de formação que para eles se perspectivam.
Resumindo:
Não considero ser uma solução verdadeira para o ensino superior qualquer proposta, como a que está nos actuais estatutos de carreira, ou as outras que sugiram lugares cativos e que as áreas de formação ou experiência profissional dos docentes possam ser intercambiáveis (áreas afins) para leccionarem áreas de formação especificas e, supostamente, ajustadas aos níveis e objectivos de cada sub-sistema, devidamente compatibilizadas com a legislação de financiamento específico, que não foi publicada. Esta abordagem HOLÍSTICA é coisa que ainda não vi, sequer, contemplada em nenhuma ideia das publicitadas ... nem nas alternativas, às suas alternativas.

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