Sal, pimenta...e, claro, o piripiri!
O Jornal de Notícias diz-nos, hoje, que a Greve impede cinco mil alunos de fazer exames e que a "Paralisação de professores do Ensino Politécnico vai prolongar-se, pelo menos, por mais uma semana".
O SAL: Para quem possa estar, totalmente, à margem da situação em causa, parecer-lhe-á ter-se chegado ao limite de consequências nefastas, em resultado de posições de natureza reivindicativa excessiva. Esta interpretação pública é recorrente, e tem tido por base uma discordância dos docentes em relação ao "regime de transição" dos referidos diplomas. A este respeito, é bom lembrarmo-nos que, entre nós, as "fases provisórias" têm tendência para se eternizar, e que vice-versa também é absoluta verdade.
A PIMENTA: Pessoalmente, nunca subscreveria uma greve, exclusivamente, contra concursos públicos para acesso à docência no politécnico (ou acesso ao que quer que fosse) desde que, esses concursos fossem efectuados com regras bem definidas na legislação pertinente, isto é, nos próprios estatutos.
Essas regras precisariam, a meu ver, terem em conta a natureza das funções a desempenhar pelos docentes do subsistema politécnico e, em especial, os meios efectivos que são atribuídos ao subsistema.
Aliás, para mim, os concursos seriam mesmo a única maneira de se credibilizar inequivocamente o subsistema, sobretudo, se esses concursos fossem obrigatórios e efectuados periodicamente, sob os critérios de um sistema regular de avaliação.
Mas, se discordo mesmo, de um passado em que, em alguns casos, foram admitidos docentes sem concurso, discordo muito mais que a última versão dos futuros estatutos não apresente, no seu articulado, regras e critérios gerais para a avaliação e seriação dos docentes do politécnico, (para não dizer que deveria ser OBRIGATÓRIA em ambos os subsistemas) do acesso formal dos docentes ao ensino superior. E, em absoluto, discordo que se remetam esses "pormenores" para regulamentos das instituições de ensino superior. Este absurdo, sim, só por si, atirar-me-ia para uma greve por tempo INDETERMINADO (Que todos os céus e infernos protejam instituições, docentes e alunos, dos resultados desta liberalização legislativa!)
E, claro, o PIRIPIRI: E fico, absolutamente, pasmada com o facto de, na notícia acima referida, alguém poder ter afirmado que: "os serviços mínimos não foram requisitados para os exames por o Ministério não se ter apercebido da dimensão da paralisação".
Se isso foi efectivamente dito, como é que foi possível, redigirem-se, negociarem-se e aprovarem-se (em diversas instãncias) propostas de estatutos de carreira de quem quer que seja, sem se ter uma ideia prévia do número de docentes do politécnico que eram, supostamente, afectados pelo tal estatuto? E, também, como é que foi possível, ignorar-se que, em regra, nas actuais circunstâncias de retração financeira institucional, se deve esperar que cada docente tenha, em média, à sua responsabilidade "integral", pelo menos, 15 a 20 alunos? E, então,....
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Oh! Senhores, será que neste país ninguém faz contas?
2 Comentários:
Os sindicatos estão de má fé e limitam-se a proteger os empregos de muitos incompetentes. Já leu isto ?
http://economico.sapo.pt/noticias/os-novos-estatutos-de-carreira_14604.html
Anónimo (15-07-2009,10:09;00)
Acabei de ler a sua sugestão.
Não me identifico, de jeito e maneira - considerando o nosso estágio de maturidade institucional - com o accionamento de interpretações e versões livres, incentivadas por uma "desregulamentação...desejável,inevitável e, embora possam existir aspectos discutíveis, o balanço global é adequado".
Quanto aos especialistas profissionais,também referidos no artigo, concordo com o texto excepto, pelo facto, de que o decreto-lei pertinente já foi mesmo aprovado em Conselho de Ministros.
Esse tal decreto-lei vai, de certeza, permitir "soluções expedita-tenebrosas", que só servirão para que, no futuro, se fundamentem observações, ditos e qualificações espirituosos e desabonatórios, que pretenderão fazer subentender qualquer coisa, tal como:"... esse especialista bah!! nah!... não conta... é daqueles do politécnico...". Isto, para além de que, essa forma aligeirada de regulamentar o conceito de especialista profissional é, a meu ver, INCONSTITUCIONAL e também triste!
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