sábado, julho 18, 2009

Contorcionismos

A arquitectura popular do norte de Africa tem por base um conceito muito interessante porque é evolutiva, isto é, pode partir de uma infra-estrutura básica, ideferenciada, de dimensões reduzidíssimas e padrões indefinidos, mas fica preparada para as ampliações, adaptações e acabamentos que se possam ir desejando, no futuro - é uma espécie de cristal, mas com a particularidade de poder divergir de propriedades físicas e químicas nas sucessivas camadas.
Hoje, ficámos a saber que a redacção e dizeres do Estatuto de Carreira de Pessoal Docente do Ensino Superior Politécico (ECDPDESP) segue de muito perto este conceito de construção evolutiva, o que pode ser, eventualmente, uma excelente característica, pelo menos, enquanto a sua redacção não for definitivamente publicada.

Foi assim que (via blog ecpdesp.blogspot.com/) fomos infomados que o senhor ministro Mariano Gago, praticamente mudo -- durante quase 3 semanas, sobre este tal estatuto -- veio, hoje, dizer ao jornalista Pedro Araújo do Jornal de Notícias, neste artigo, que os "
ALUNOS FORAM PREJUDICADOS DE FORMA INJUSTA" porque, afinal : "Exige-se, sublinho, que os júris valorizem expressamente o trabalho docente anterior dos candidatos". (a frase e o sublinhado é do proprio MCTES).

Depois, no mesmo artigo mais à frente, Mariano Gago lembrou o senhor jornalista do:
"apoio inequívoco que o Conselho Coordenador dos Institutos Superiores Politécnicos deu à revisão do estatuto da carreira docente", lembrando que apenas um sindicato [o SNESup] se opôs.

Isto é, para mim, o MCTES é mesmo MPLUHM (Muito Para Lá de Um Houdini Mental).

Com um pouco de jeitinho, o MCTES ainda vai acabar por dizer que são os docentes equiparados e o SNESUP que se precipitaram porque estava já tudo muito bem acautelado e salvaguardado -- com todos os outros interlocutores -- logo desde a assinatura do acordo.

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