sábado, junho 06, 2009

Provas e Garantias

Hoje, por intemédio do Blog Que Universidade?, de MJMATOS, cheguei a uma selecção de 3 artigos do Público online, de que também aqui vos deixo os links nas referências (*).
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Depois da leitura dos artigos mas, sobretudo, dos comentários, vi-me na situação de explodir, por não poder dizer nada.
Por isso, vou dizer:
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1º - À excepção do CCISP -- porque a meu ver, a partir do seu efeito Lombard, durante as negociações, se tornou a si mesmo irrelevante se não mesmo prejudicial a uma resolução equilibrada da questão -- penso que compreendo os restantes intervenientes na revisão dos estatutos do subsistema politécnico. Quando digo isto, estou a pensar no Ministro, nos sindicatos, nos milhares de docentes equiparados do politécnico (sobretudo dos poucos que são doutorados), e também num duplo montante de outros doutorados sem trabalho.
Mas se os compreendo a todos, em especial os doutorados pelas circunstâncias (frustrantes e imorais) a que foram conduzidos e em que se encontram, já não percebo as suas iniciativas, reacções, reivindicações e acções.
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2º - Para mim, não há dúvida que se resolveriam todas as dúvidas sobre a legitimidade de acesso a uma situação laboral menos instável no subsistema politécnico -- no outro nem falo, porque tem falado muito bem por si -- com possibilidade de se selecionarem, dentro do possível, "os melhores", se o seu acesso fosse, efectivamente, feito por concurso como, aliás, sempre foi a metodologia usada em algumas instituições politécnicas.
Para mim, a única coisa a melhorar nesse ponto da carreira seria incluir a obrigatoriedade desses concursos avaliarem TODAS as competências necessárias a esses docentes, [senão mesmo as de todos os docentes, nos correspondentes níveis e até periodicamente]; competências e experiências essas que se poderiam agrupar em:
- pedagógicas-docentes,
- gestão de recursos humanos, financeiros e materiais,
- profissionais nas áreas de formação a leccionar, (este é outro aspecto que vai assumir proporções desastrosas a curto prazo, acreditem-me),
- científicas e de desenvolvimento.

3º - Penso que se os concursos para vínculos (ou permanência em vínculos) mais estáveis, incluissem OBRIGATORIAMENTE uma avaliação objectiva e conjunta dessas 4 vertentes mencionadas em 2º, haveria uma maior probabilidade de se assegurar efectiva justiça para todos os interessados incluindo para o próprio país.
Isto, porque meus caros e raros leitores, já tendo infelizmente muitos anos bem medidos de janela, constato que há uma diferença abismal entre Provas e Garantias.
Sinto muito, doa a quem doer, mas penso que todas as competências adquiridas em qualquer dos graus académicos não são condições necessárias para promoverem aprendizagem de quem precisa com as suas características específicas, e também o Doutoramento então está ainda mais longe de ser uma condição suficiente para esse efeito, sobretudo, se pensarmos nas circunstâncias muito especiais e nos públicos-alvo preferenciais do subsistema.
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* Referências
. Politécnicos pouco mobilizados para protestos depois de negociações "satisfatórias" -
http://ultimahora.publico.clix.pt/noticia.aspx?id=1384846
. Institutos de Engenharia do Porto, Lisboa e Coimbra estiveram fechados até às 10h00 em protesto - http://ultimahora.publico.clix.pt/noticia.aspx?id=1384722
. Centenas de professores manifestaram-se à frente do Parlamento - http://ultimahora.publico.clix.pt/noticia.aspx?id=1384677

4 Comentários:

Anonymous Anónimo disse...

Mais um comentário em que não se percebe a orientação da Sra. Doutora.
É ou não a favor dos concursos uninominais, para colegas que nos próximos 6 anos, concluam o DOUTORAMENTO? Sim ou não?
Cumprimentos

domingo jun. 07, 10:48:00 da manhã 2009  
Blogger Regina Nabais disse...

Caro anónimo,eu, Regina Nabais, NÃO SOU NADA favorável a concursos uninominais, em NENHUMA CIRCUNSTÂNCIA e sob NENHUM PRETEXTO.
No caso específico de utilização de dinheiros públicos para a educação superior, e para os DOIS SUBSISTEMAS, só sou favorável a ajustes das melhores disponibilidades em recursos humanos e financeiros, às necessidades reais da situação do momento - por isso, é que defendo concursos periódicos para TODOS os DOCENTES, a TODOS os NÍVEIS; e isto também quer dizer que há muitos docentes de educação superior não Doutorados ou não pós-Doutorados que, por via de outras EXCELENTES NÍVEIS de competências, SÃO mesmo as melhores opções - e estes deviam permanecer, para suprirem as necessidades em causa.
Por isso, defendo também concursos NÃO NOMINAIS periódicos, para TODOS os docentes do subsistema, de QUALQUER NÍVEL - e não só para os dessa qualificação puramente semântica de "equiparados".
Se continuar com dúvidas, por favor, continue a perguntar ou a discordar.

domingo jun. 07, 11:42:00 da manhã 2009  
Anonymous Anónimo disse...

Parece que há muito boa gente que acha que desde que alguém conclua um Doutoramento ganha automáticamente o direito a ser contratado pela República Portuguesa.

É por estas e por outras que o nosso país não sai da cepa torta.

A maior ambição do tuga é ser funcionário público. Tudo isto é triste tudo isto é fado.

quarta jun. 10, 09:57:00 da tarde 2009  
Blogger Regina Nabais disse...

Sabe Anónimo (10-06-2009, 9:57), a meu ver, o problema é mesmo a nossa falta de iniciativa - não há empresas privadas que absorvam a nossa mão de obra ACADEMICAMENTE mais qualificada, e restam as entidades públicas.
Nem se quer olhar para os objectivos ou funções a desempenhar.
Percebo o desespero mas, a continuarmos assim, não sei...

quarta jun. 10, 10:18:00 da tarde 2009  

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