Prosumers
Por vezes, os meus caros e raros leitores enfrentam sérias dificuldades em remeterem os seus comentários a este "blog".
Alguns queixam-se, outros nem tanto, mas acabam por me contactar, exclusivamente, por mail.
Sendo poucos os meus leitores, na maior parte das vezes, respondo-lhes aos "mails" e, invariavelmente, pergunto-lhes se gostariam de divulgar as suas opiniões no "blog"; quando, eventualmente, me respondem e me autorizam por escrito, faço a mais absoluta questão de divulgar as suas opiniões. Este "post" é o exemplo de um leitor que se subscreveu Henrique Santos, e que nos junta uma referência bibliográfica, muito interessante, que reparto com os visitantes deste espaço:
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a propósito do seu post "Moonshine" do craqueamento educativo terciário" junto envio extrato de documento que julgo talvez a possa interessar, e a que pode aceder na totalidade em http://www.iff.dk/creativeman/CreativeMan.pdf (aqui ou aqui).
Não sei se posso concordar com a sua visão industrializada de linhas de produção de almas operativamente formatadas, em produto chave-na-mão para uso de agentes empresariais... O politécnico está em óptima posição para ajudar a potenciar os futuros "prosumers" que irão moldar a vida neste nosso planeta, assim o queira fazer e muito melhor que a universidade.
........."
Sabe Henrique Santos, perante a inversão de percentuais de oferta de formações superiores a que este nosso país se deixou conduzir, e a tendência distorcida para o agravamento desta situação, face às medidas políticas até agora tomadas - refiro-me ao "gap" entre as formações necessárias ao mercado e as disponíveis (ou a disponibilizar) quer a nível qualitativo quer a nível quantitativo, sinceramente, e perante a permanência do sistema binário - devemos, para o bem de todos nós, exigir de imediato barreiras bem definidas - a própria OCDE assim nos recomendou e, pessoalmente, concordo - já que nenhum dos subsistemas educativos parece convencido a garantir as respectivas funcionalidades que, efectivamente, fazem falta ao país.
Se não o fizermos, acabaremos por pagar exorbitâncias (que não temos) para serem executadas formações a nível de CET, licenciaturas de 3 anos, e a transferência de tecnologia básica por docentes/investigadores universitários; os politécnicos ficarão condicionados à insistência em oferecer doutoramentos (por enquanto, claramente, desnecessários ao país) e a executarem investigação fundamental (alguém vai ter que se encarregar desta vertente, porque as Universidades não parecem nada entusiasmadas, em assumir este desígnio) enquanto se torna patente, aos olhos de todos nós, que ambos os subsistemas estão francamente desprovidos de competências e requisitos suficientes, para alcançar os seus auto-ideais conflituantes - os polos executivos, estão mesmo trocados e, naturalmente, entram em choque entre si - o que só nos conduz a desperdícios de energias e tempo, de que não dispomos. Além de tudo o mais, o nosso país não pode continuar, indefinidamente, a aguardar uma acomodação natural de tarefas.
Assim, até prova em contrário, penso que uma separação efectiva de tarefas será importante, até que ambos os subsistemas, aprendam a trabalhar em equipa; sim, porque numa visão optimista seria só disso que se devia ter tratado mas, infelizmente, não foi essa a política (espinha dorsal de decisões) seguida, até agora, por esta ou por qualquer outra tutela antecedente.
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Obrigada pela a achega bibliográfica porque, como diz, é mesmo interessante.PS - A meu ver o equilíbrio da oferta de formações terciárias pode garantir o rápido acréscimo da população de "prosumers", que tanta falta nos fazem.
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