sábado, janeiro 06, 2007

"Há espinhos com rosas"



É sempre muito interessante, sabermos como os outros vêem e interpretam os resultados dos nossos esforços, sobretudo, se nos viabilizarem, à posteriori, também a expressão da nossa visão àcerca do que sobre nós seja dito. Exemplo disto?

As visões do MCTES, e as atribuídas por alguma comunicação social ao CCISP e ao CRUP, sobre o "Relatório da OCDE: A avaliação do sistema de ensino superior em Portugal", são extraordinárias e levam-me a depreender que, no presente caso, a responsabilidade sobre a peculiar situação em que o nosso país se encontra relativamente à Educação Terciária, Ciência e Tecnologia, não configura de forma nenhuma uma culpa solteira, antes porém é, exageradamente, polígama.

Extracto das diferentes conclusões, sobre o referido relatório, como eu as li e interpretei:

O CRUP - "salientou ainda a qualidade do diagnóstico feito, inspirado em grande parte no trabalho prévio preparado pelas autoridades portuguesas mas considerou que as recomendações ficam, muitas vezes, aquém das mudanças que são necessárias no sector - as escassas referências ao desenvolvimento da Ciência e Tecnologia nas Universidades, considerada como a "missão central universitária" (??); à recomendação da OCDE manter inalterada a rede de Ensino Superior"; e, claro como não poderia deixar de ser, que Portugal precisa de corrigir o investimento no Ensino Superior. Pois...

O CCISP - "A tutela deve iniciar de imediato o debate do processo de reforma e reorganização do ensino superior no sentido do diagnóstico e das recomendações da OCDE", apelou, destacando a revisão das leis de Bases do Sistema Educativo, da Autonomia e do Estatuto da Carreira Docente. Já o decreto-lei 74/2006 deve ser clarificado sobre a "possibilidade das instituições se associarem para conferir graus académicos, criando condições para a instituição de redes de formação universitária [???] e politécnica nacionais e estrangeiras (REFUP)"....Finalmente, relembrou a necessidade de uma auditoria externa a todas as instituições de ensino superior público para "apurar os recursos necessários para prosseguir as suas atribuições". Pois...

O MCTES - colherá do documento as apreciações julgadas oportunas para uma reforma
integral e profunda do sistema de ensino superior português. Pois...

Mas, o que nos disse, logo no início deste processo, Marijk Wende, que faz parte do grupo de avaliação da OCDE foi: "Em Portugal, e em geral na Europa, não me parece que o ensino superior tenha uma de duas coisas: seja democrático à entrada e elitista à saída". Para a especialista, seria importante consegui-lo - isto sim, também para Portugal seria uma linda rosa!!!

Até todos fazermos o que precisamos mesmo de fazer, para conseguirmos a flor, cada um vê o Relatório da OCDE, como mais lhe convém (**)





** http://www.lhup.edu/~dsimanek/museum/pentri1.mpg

PS - Os temas dos próximos posts serão: "novos públicos" e "contratos programa plurianuais"

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