quinta-feira, dezembro 21, 2006

Muitos casquilhos, mas pouca luz














Via blog "Que Universidade?", fiquei a saber da publicação num outro blog "Viridiarum" de (mais) uma (outra) entrevista do Senhor Reitor da Universidade de Lisboa, que suponho ser intitulado "Como quem sabe o que diz (e isso é raro)".
Não sei porquê, nem Freud explicaria, quando este Senhor Reitor arenga de sua justiça a respeito do MCTES, acontece-me invariavelmente o seguinte:
- Em primeiro lugar tenho a certeza que desbobina sempre um refrão (deve ser uma pessoa consistentíssima) e como repete as mesmíssimas opiniões, a propósito de tudo e de nada, por umas 4 ou 5 vezes (ou +) no último mês, concordo com a autoria do post que ele é uma raridade. E é uma raridade tão rara, tão rara, que só a posso classificar de raridade em extinção de alta frequência - um quetzal - e, tal como o quetzal, é só procurar no lugar certo e lá 'tá ele; no caso deste reitor, é só procurar um espaço por escrever ou uma orelha para botar discursadura, e aí está o reitor a dizer: "e os pesos, as medidas, os acordos do MIT e etc..., e o dinheiro a menos que irá receber (este decréscimo vai aumentando de dia para dia, e pelos vistos na ULISBOA, no dia 18 de Dezembro já ia em 15%, ....ena pá!...- da próxima vez, eu gostava muito de ver estas suas contas Senhor Reitor).
- E, justo eu, que sempre que penso no MCTES, vou verificar os meus protocolos e stocks de produção de curare (que sei produzir muito bem, por isso, não me tentem!), assim que esse reitor abre a boca, invariavelmente, dá-me ganas de sair a terreiro em defesa do referido ministro - e isto, é que NÃO PODE ACONTECER!
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E foi assim que, depois de ter escrito um cartãozinho da época para dedicar aos meus caros e raros leitores, ao invés de o publicar hoje como tinha pensado, aqui estou eu de madrugada a não me apetecer mesmo nada matar o ministro de cinco em cinco minutos....e, isto é que me incomoda, muito mais do que se imagina.
Senhor Reitor, que também foi ou é professor, explique lá mais uma vez para os que não percebem nunca nada como, por exemplo, eu:
- Diz o Senhor nessa entrevista que o Senhor Ministro deveria fechar escolas, ... 'tá certo, bem lembrado! E, então diga-me lá Senhor Reitor, exactamente, que Escolas o Senhor Reitor fecharia se fosse o ministro, e os critérios com que explicaria o encerramento que propõe, já que se permitiu referir que a rede nacional é um absurdo. Eu sei que o Senhor tem muitos direitos a opiniões porque paga impostos, mas olhe que, para meu azar, eu também...
- Diz o Senhor, nessa entrevista, que o Senhor Ministro "nem sequer explica como é que acha que devemos fazer ou podemos ser." Penso que ele falou, qualquer coisa como ser necessário enveredarmos em Portugal, por um processo de competitividade - se lhe exigirem mecanismos transparentes de garantia dessa competitividade - está tudo dito, ou não?
- Diz o Senhor Reitor, nessa entrevista, que o Senhor Ministro está a criar novas redes científicas, na verdade até está, e a minha pergunta é: O que sugere o Senhor Reitor, que o Senhor Ministro faça, com os laboratórios de estado, os laboratórios associados, uma boa parte (aí cerca de 50%) dos Centros Tecnológicos, e as 466 Unidades de Investigação (com os mais de 17,000 ETIs, aí integrados)? - todos sem uma estratégia definida.
- Diz o Senhor Reitor, nessa entrevista, que as universidades, "são os únicos sítios aonde faz sentido integrar jovens altamente qualificados", a respeito desta sua declaração, não percebo várias coisas mas uma delas é as universidades formarem pessoas cuja única finalidade é integrarem a sua própria ou a universidade da troca, já por si ambas extra-super-lotadas?
É para isso que reivindica financiamento?
Esta seria, hipoteticamente, a sua solução?
Veja lá, se pensa numa solução mais exequível.


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E, na verdade, eu preferiria, como diz a OCDE, resolver o caso da articulação secundário-superior, que permitisse, por exemplo, num prazo de dez anos aceder a cerca de mais 400,000 jovens por ano, a um melhor nível educacional do que aquele que até agora conseguimos - porque diz o povo, e tem razão, o óptimo é inimigo do bom.

É que, se esses 400,000 alunos ingressarem no ensino superior, serão eles a impulsionar o desenvolvimento, visto que é a população em geral que sobe o nível de conhecimento e que pode puxar pelo país - e não os 1,000 doutorados por ano produzidos pelas nossas universidades, sobretudo, se o destino deles for, como depreendo que gostaria, tornarem-se funcionários públicos ou para-públicos. Isso sim, seria um desperdício, sobretudo, para os próprios formandos porque, como sugere, são pessoas realmente entusiasmadas e o funcionalismo público é pouco desafiante e deixa sempre o pessoal à mercê de opiniões de ministros, ou seja, muito desapontado.
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Entretanto, vou dedicar-me a coscorões e filhoses, fiquem bem, logo a seguir ao Natal estou de volta.

1 Comentários:

Blogger MJMatos disse...

8-). Um bom Natal, RN.

quinta dez. 21, 07:04:00 da manhã 2006  

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