Nem tudo anda mal, cá pelo reino....
Depreende-se que os meios que por lá se dispõem não serão muitos, são dispersos e que lhes pode ser tremendamente dificil a recolha e o tratamento dos dados que disponibilizam, mas demonstram preocupação com a transparência e o rigor, que dão à disponibilização fácil das informações que vão compilando. Vale o que vale, mas a meu ver, o OCES merece todo o nosso respeito.
É graças a este Observatório que, com um pouco de paciência, se consegue uma primeira aproximação do entendimento correcto, sobre que se tem passado na Educação Superior e na Ciência nacionais.
Os Registos do OCES permitem extrair informação que complementa aquela, já iniciada no post de 6ª feira, dia 3 de Março deste blog - a tabela seguinte sintetiza os números (ano lectivo de 2003/2004) relativos aos graduados em todo o nosso sistema nacional de Educação Superior.
- Dos 67.773 graduados em 2003/2004, 63,216 não beneficiam de directivas europeias específicas que lhes permitam ter a sua formação automáticamente reconhecida nos diferentes países europeus.
- Cerca de 12,500 pessoas por ano, poderão vir a enfrentar questões de acreditação profissional, por se verem nas circuntâncias de virem a exercer a profissão fora do espaço nacional.
- Concluiram os seus cursos em "engenharia a nível undergraduate" 9,583 pessoas, assim distribuídos: Bacharelato - 207: Bacharelato+Licenciatura - 4,898; Especialização pós-licenciatura - 107; Licenciatura - 4,371 e Mestrados - 227.
- O número total de designações, em engenharia, destes graduados foram de 150.
- Receio assim, e tendo em conta o que se referiu, no post anterior "Que esperança...", já mencionado que, pelo menos cerca de 1,900 graduados em cursos de "engenharia", em Portugal, em cada ano, possam vir a enfrentar obstáculos consideráveis à legalização da sua vida profissional, se se virem obrigados a trabalhar no estrangeiro, caso não se tomem, rapidamente, medidas de precaução eficazes.
É por questões como estas que me identifico com a ideia de globalização - mesmo a que radicalmente englobasse a educação como um Serviço - serviço esse, sujeito a critérios rigorosíssimos de qualidade e a regras inflexíveis de defesa dos direitos dos consumidores - neste caso, dos graduados, dos seus potenciais empregadores, da imagem do país no exterior e da sociedade em geral.
2 Comentários:
Não entendi como é que chegou a esta conclusão:
«Dos 67.773 graduados em 2003/2004, 63,216 não beneficiam de directivas europeias específicas que lhes permitam ter a sua formação automáticamente reconhecida nos diferentes países europeus.»
Caro ac,
É muito simples são só contas de somar e subtrair, tem é ue ter paciência.
No ficheiro do OCES:
http://www.oces.mctes.pt/docs/ficheiros/Diplomados0304.xls
Tem os diplomados todos por escola e curso.
Deve subtrair ao total dos diplomados, a soma dos diplomados de cada uma das profissões subordinadas às directivas europeias.
Por esse ficheiro também pode saber os diplomados por cada curso.
A informação está disponível, pelo OCES, é só tratá-la, com mais ou menos sofisticação.
Se precisar de mais qualquer coisa, de vez em quando, passo por estes lados..
Enviar um comentário
Subscrever Enviar feedback [Atom]
<< Página inicial