quarta-feira, agosto 01, 2007

...ou para barquinhos e aviões de papel

Claro que, tratando-se de uma opinião pessoal, valerá apenas o que vale... Mas, a meu ver, uma das potencialmente mais úteis, e já perdidas, oportunidades do nosso decantado, requentado e encantado Processo de Bolonha teria sido aproveitarmos a sua potencialidade para organizarmos de forma sistemática os currículos das diferentes formações, facilitando a sua descrição e transparência (para nos recordarmos do que me estou a referir, podemos rever esta temática aqui).
"Learning otcomes as sets of competences, expressing what the student will know, understand or be able to do after completion of a process of learning'."

Como em Portugal, se mantém, inteiramente a gosto institucional, a opção de se usarem ou não, os Student Learning Outcomes (SLO) trará, como consequência futura, a nossa manutenção, aliás como sempre estivemos, à margem da educação pan-europeia. Claro que, temas como estes, só seriam úteis para os formandos, suas famílias e empregadores, daí que são pouco atractivos para serem sequer considerados, com veemência, por Senhores Reitores e Presidentes.

É apenas uma ideia, mas entendo que jamais deveria ser concedido o diploma de uma Licenciatura em Engenharia (3 anos) e de Mestrado (mais outros dois anos) do que quer que seja e muito menos ser concedido o estatuto de profissional de engenharia, a quem não souber ler, interpretar e produzir, em pelo menos duas línguas, um manual de instruções, ou de planeamento, de manutenção, ou de segurança de instalações ou de equipamentos, pertinentes à sua área de especialização.

Perguntar-me-ão mas a que propósito e ao que vêm, agora, essas condicionantes?
Elas são essenciais à sobre-vida de indefesos utilizadores dessas mesmas instalações e equipamentos, além do mais, só responderei a esta pergunta a quem, previamente, tenha ultrapassado a traumática e kafkiana experiência de se ver obrigado à montagem de uma pequena instalação mista hidráulica, hidro-pneumática e eléctrica, à luz dos textos e imagens de manuais de instruções em duas versões - uma, em mandarim e a outra, uma tradução de chinês para inglês dos "States", feita por espanhóis, sem que estes, certamente, tenham tido aprovação aonde quer que seja, em inglês técnico básico,... bom... salvo seja.

Alguns dos actuais manuais de instruções são, efectivamente, apenas brilhantes obras primas de ficção e/ou comédia em BD (vejam, um exemplo, já clássico de manuais de instruções ridículos, este da NINTENDO) mas sempre, sempre se podem converter em barcos e/ou aviões de papel.

No próximo post continuarei, ainda, no tema de SLO. Pensando bem, é inesgotável.

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1 Comentários:

Blogger Alexandre Sousa disse...

Ah! férias benditas... benditas sejam as férias. Estava a ver que ninguém se preocupava com a meritíssima tarefa de fazer barquinhos de papel.
A gente não gosta do Zé Mariano, falo por mim, tenho a impressão que o homem mistura partículas a mais quando se põe a arrumar as moléculas e os atomos, mas que dava jeito ele berrar alguns apartes do discurso que, sinceramente, até fazem sentido, lá isso...

Bom, siga a Marinha, nem que seja em barquinhos e canudos.

quinta ago. 02, 01:00:00 da tarde 2007  

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